Festival Cerrado Alternativo comemora 1 ano com shows de Dovalle, Vozmecê e Projeto Kzulo

Projeto Kzulo - Foto: Duka Martins
Projeto Kzulo - Foto: Duka Martins

Sexta edição do evento marca pluralidade musical dos artistas independentes de Mato Grosso do Sul

Pop, reggae, rock, samba, tudo e mais um pouco. Esse é o objetivo do Festival Cerrado Alternativo, que chega a sua sexta edição, celebrando um ano de existência com as mais diversas sonoridades. O evento será realizado nesta sexta-feira (6), a partir das 20h30, no Buteco do Miau, com shows de Dovalle, Vozmecê e Projeto Kzulo, e busca valorizar os artistas autorais de Mato Grosso do Sul.

Produtor do festival, o músico Sem Fabios destaca a emoção da celebração de um ano do evento. “É uma alegria imensa completarmos um ano de Cerrado. Lá atrás, parecia algo impossível. Trabalhamos muito para chegar até aqui. Gostaria de agradecer a todos os artistas que passaram e ainda vão passar por esse festival, sem eles nada disso faz sentido. A cada edição procuramos melhorar tanto a experiência dos artistas como do público. Viva a música do MS”.

Dovalle – Manu Komiyama

Sem Fabios explica que o festival surgiu em 2024 como espaço para que os músicos autorais de Campo Grande toquem suas músicas, expandindo o trabalho ao público. A edição passada foi realizada em fevereiro, em alusão ao carnaval, e contou com a participação das bandas Cabeça de Bagre, Louva Dub, Barata Branca e Sem Fabios, que lançou o seu primeiro EP ‘De Bloco em Bloco’, em alusão a data. “Tudo conspirou para eu lançar meu EP, que surgiu por acaso. Esse trabalho possui quatro faixas – Gritos de Alegria, De Bloco em Bloco, Uma Alegoria e O Fim – que falam sobre carnaval, amor e dor. Foi uma experiência incrível, com participações muito especiais de músicos, como Carlos Bagre, Maestro Lang e Vulgo Sal”.

“Um festival assim mostra que para sobreviver aqui no cerrado tem que aguentar a pressão! Construir alternativas, celebrar o movimento como algo mutável, tornar possível um circuito de bandas autorais na nossa capital! Potência e originalidade, economia criativa, desenvolvimento de carreira, oportunidade de palco para as bandas e artistas! Eu realmente espero que esse festival atravesse os anos, cresça e faça com que o baile seja sempre possível”, enfatiza Dovalle.

Namaria, do duo Vozmecê, detalha que está animada para participar da edição que celebra o aniversário de um ano do festival. “Vamos lançar o clipe da música ‘Cidarte’, do álbum ‘Tropicapolca’ gravado em parceria com os cantores Beca Rodrigues e Jimmy Andrews. É uma canção que fala justamente sobre ocupação, a cultura na sua máxima potência, a arte sendo respirada pela cidade e eu acho que o Cerrado é exatamente o tipo de evento que expressa toda essa questão das músicas do Vozmecê, a respeito do ativismo cultural. É um festival que realmente está fortalecendo a cena autoral, pois permite muitas possibilidades. E dividir o palco com o Dovalle e Projeto Kzulo é algo muito mágico, possibilitado pelo Buteco do Miau, que nos últimos anos tem se tornado um grande parceiro da cena autoral musical”, ressalta.

Vozmecê – Foto: Manu Komiyama

Atrações

O músico Dovalle pesquisa ritmos latinos, fronteiriços e românticos, unidos pelo movimento popularmente conhecido como brega. Seu EP ao vivo ‘Entre bregas & boleros’ vem sendo divulgado por meio do espetáculo que o artista expõe suas próprias feridas – histórias que vivencia, amores bem sucedidos ou nem tanto – e as transforma em um show dançante, com versos que ficam na memória. O repertório é todo autoral, com canções escritas por ele desde a adolescência, resgatando ritmos populares brasileiros e latino-americanos com doses de música alternativa contemporânea. Dovalle canta e escreve sobre o cotidiano, o que há de ínfimo e sublime na vida humana. @dovallereal

Formado pelo casal campo-grandense Namaria Schneider e Fattori, Vozmecê é um organismo musical que

esbanja inquietação, reflexão e êxtase. Sua sonoridade apresenta proposta flertada ao conceito da Glocalização – estratégia ou abordagem que combina elementos da globalização com a sensibilidade e adaptabilidade local –, ao passo que o duo mescla múltiplos gêneros regionais brasileiros e fronteiriços, como neo tropicália, polca paraguaia, axé, baião, carimbó, samba, funk e MPB, a elementos do rock e psicodelia. As composições são engajadas em questões sociais e existenciais, com uma pitada de humor. Atuante no cenário desde 2019, Vozmecê já gravou o EP ‘Desbunde’, de 2020, e o álbum ‘Tropicapolca’, de 2024, no entanto, possui diversos singles, videoclipes e até live sessions disponibilizados na internet @vozmece .

Mais do que uma banda, o Projeto Kzulo foi um coletivo artístico que atuou entre 2017 e 2023, período em que se destacou por sua proposta musical ousada e engajada, fundindo o som afro-colombiano do litoral caribenho e os ritmos afro-brasileiros do Norte e Nordeste a elementos de rock, funk, jazz e afrobeat. No repertório, canções que passeiam por movimentos e gêneros, como maracatu, salsa, cúmbia, baião, champeta e coco, refletem as vivências e inquietações dos integrantes enquanto cidadãos. A banda é formada por Kalélo e Nino nos vocais, Ricardo no contrabaixo, Rabelo na guitarra, Julian na percussão e Alejandro na bateria. @projetokzulo

Serviço: O Festival Cerrado Alternativo 6.0 celebra um ano de evento no dia 6 de junho, a partir das 20h30, no Buteco do Miau, na avenida José Nogueira Vieira, 1.303, Tiradentes. A entrada custa R$ 15, sendo a bilheteria dividida entre as atrações musicais.

 

Por Carolina Rampi

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