Parte da renda obtida com a venda de obras do artista será revertida a entidades da Capital
O recém-criado Instituto Cultural Mara Dolzan inaugurou nessa quinta-feira (7) a exposição Cores e Formas
do artista plástico Ary Correa Jr., que conta com 17 obras e segue até o dia 6 de dezembro no Espaço Cultural Desembargadora Marilza Lúcia Fortes, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O evento oficializado pelo desembargador Carlos Eduardo Contar, é realizado em homenagem aos 44 anos do Estado de Mato Grosso do Sul.
Segundo a idealizadora da exposição, Mara Dolzan, como a galeria se encontra em obras, foi necessário um
local novo para a mostra e o Tribunal de Justiça foi escolhido para a realização do evento, que faz parte da retomada de atividades culturais na Capital. “A galeria está em reforma, então tivemos a ideia de fazer a exposição em outro local e pensei no Tribunal de Justiça, que atendeu prontamente a solicitação. Eu e Ary
trabalhamos há mais de 20 anos juntos então pensei em sua obra para este momento onde estamos retornando aos poucos com os eventos.”
De acordo com Mara Dolzan, 10% do valor da venda das obras será doado para entidades de Campo Grande,
como a AACC e a Viver Bem.
O artista Ary Correa Jr. sente-se lisonjeado em ter sua obra exposta em Mato Grosso do Sul, e vê na exposição Cores e Formas um “religare” com a sua história. “Eu sou sul-mato-grossense, isso me representa
muito. A minha avó é de uma das grandes famílias daqui e meu bisavô é fundador de Bela Vista, então minha história está bem enraizada aqui. É muito forte representar o Estado, inclusive eu tenho etnia kadiweu, pois minha avó é neta de kadiweu, então representa muito por ser aqui meu Estado. Isso é grandioso”, pontuou o artista.
De acordo com Ary, a liberdade de criação que os professores lhe proporcionaram culminou em um estilo próprio “Eu sempre gostei, dessa coisa meio desmanchada, não muito realista. Eu sempre gostei disso, do expressionismo trazer essa distorção, então eu distorço um pouco, eu faço muito isso no meu trabalho.
Eu tive vários professores, que sempre me deixavam a vontade. Hoje o meu trabalho é único, é um estilo próprio, eu já tenho a minha identidade.”
Segundo Ary Correa Jr., para ser compreendido na arte contemporânea é necessário ser universal. “Hoje a arte contemporânea tem de ser universal. Você não pode ser regional, tem de ter um trabalho em que um cidadão lá no Japão olhe e ele sinta o que viu. Essa coisa de arte regional não cabe mais. A arte, ainda
mais com a comunicação intensa de hoje, ela tem de ser uma arte mundial, ela tem de proporcionar a uma pessoa lá do outro lado do mundo que ela veja sua obra, compreenda o que viu e sinta alguma coisa.”
O artista falou também sobre a importância de expor sua obra na galeria de Mara Dolzan. “A Mara gosta muito de falar que eu trabalho para a galeria. Eu quero dizer que, desde que eu me tornei profissional, eu trabalho com a galeria, pois é muito importante, você produzir e ter alguém que possa ver sua arte, mostrar sua arte então, a galeria tem uma importância muito grande para mim, e aqui em Campo Grande nós temos a
Mara”, finaliza Ary Correa Jr.
Sobre o artista
A obra do artista sul-mato-grossense Ary Correa Júnior já foi exposta em importantes galerias em Roma e em São Paulo. Ary dedica-se a criar paisagens de sonhos, uma espécie de visões fantásticas de um poeta expressionista e místico. Seu expressionismo encontra uma espécie de correção no sinal da legibilidade
normativa, sem, todavia, se afastar da espontaneidade da exuberância gestual, tornando-se disponível a uma leitura em chave abstrata-informal.
As exposições anteriores foram apresentadas pelo crítico Emanuel von Laueinstein Massarani e atual presidente do Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo. E Carlos Von Schimidt, curador e crítico de arte. Curador da 15ª Bienal de São Paulo em 1979 e curador internacional da 20ª edição do evento em 1989.
SERVIÇO:
A exposição Cores e Formas, do artista plástico Ary Correa Jr., segue até o dia 6 de dezembro no
Espaço Cultural Desembargadora Marilza Lúcia Fortes, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul,
que fica na Av. Des. José Nunes da Cunha, s/nº, Bloco 29 – Parque dos Poderes.