Estado Online estreia coluna ‘Quentinhas do Cinema’

Filipe Gonçalves

O Oscar que valeu a pena em anos

Olá caro leitor, é com imenso prazer que convido a recostar uns instantes e ler um pouco sobre cinema. Eu sou Filipe Gonçalves Jornalista, minha confiabilidade para indicar e falar sobre filme é 9/10, gosto, assisto e analiso e nessa coluna vou traçar alguns parâmetros sobre as sensações e toda experiência que eles nos trazem. O Oscar como algumas outras premiações é um termômetro e não o parâmetro a seguir, muitos títulos ficam de fora mesmo merecendo mais que do que os que estão lá, essa temporada foi uma das mais produtivas em anos, grandes produções ótimas interpretações e finalmente reconhecendo os filmes estrangeiros.

Parasita é uma obra que incomoda de todos os lados, se de certa forma ele mostra a realidade de algumas pessoas para com os mais abastados, também marca a mudança de postura da academia deixando de lado pela primeira vez tradicionalismo de anos premiado como melhor filme produções norte americanas. Ano passado Roma do Alfonso Cuarón merecia mais, mas por ser de um canal de Streaming é claro que teve algumas caras tortas na hora de reconhecê-lo e o Oscar foi para Green Book.Bong Joon-ho mostra uma capacidade sublime de domínio da condução do filme, com planos muito bonitos a serviço da trama, é claro que depois de levar melhor Diretor e melhor Roteiro Original ficou evidente que entraria para história. Depois de todo burburinho que Parasita trouxe para a premiação, e muito merecido diga-se de passagem, o roteiro é bem impecável e traz aquela crítica de desigualdade social vida de ambos os lados monetariamente falando, os atores são um show à parte um grande destaque para Park So-dam que entregou uma das melhores cenas ‘Jessica Jingle’. O filme tem uma incrível capacidade de nos capturar totalmente — mesmo se o que os personagens estão fazendo é algo ético, imoral estamos seguindo como cúmplices — .

Embora Coringa seja um filme bem controverso, relativo ao roteiro um tanto capenga e história que descamba um pouco, porém a atuação do Joaquin Phoenix foi bem consistente e foi merecido. Ele adotou uma expressão corporal bem marcante para compor o personagem e munido de uma boa mixagem de som que dá um tom bem característico do personagem, agonia e loucura e se deixar levar pelo meio é algo que o coloca ao lado de Heath Ledger. Melhor Atriz esse ano foi uma grata surpresa, primeiro que marca a volta de Renée Zellweger as premiações e particularmente como fã da Judy Garland digo que a encarnação ficou bem fiel, embora estivesse concorrendo Saoirse Ronan,Charlize Theron e Scarlett Johansson que tiveram grandes performances. Aproveitando esse gancho O Jojo Rabbit foi um dos mais injustiçados, Taika Waititi é um diretor e roteirista muito fora da curva, contando histórias bem complexas e na linha tênue do mal gosto e a realidade dos acontecimentos dos fatos, Taika cria uma grande sátira muito bem humorada, um dos grandes trunfos desse filme, covers de músicas pop em outras línguas e usando rimas visuais, tudo se encaixa perfeitamente em críticas ao regime Nazista e a proliferação mesmo hoje em dia.

O favorito 1917 do Sam Mendes levou nas categorias técnicas, a fotografia do brilhante Roger Deakins levou sem sombra de dúvidas, um filme bastante tocante e muito por parte de como a câmera caminha pelo cenário. O filme caminha sobre um plano sequência, que sim há cortes, mas isso não diminui a experiência muito pelo contrário. Se tem uma coisa que esse filme fez magnificamente bem é a captura do áudio que junto com a câmera mais contida do Deakins tornava a vida dos engenheiros de som um pouco difícil visto que o microfone tem uma distância limite para captar ao mesmo tempo que não pode aparecer e tudo isso ligado a coreografia do filme — o longo teve um cenário quase que no tamanho da minutagem do filme para ajudar no plano sequência — e foi mais um Oscar merecido, e se você ainda não viu a partir desse trecho vou ressaltar alguns pequenos Spoilers que não vão de maneira nenhuma diminui a experiência do filme mas para que não gosta fique avisado.Essa história não precisa de muito para envolver o espectador, então não ache estranho com alguns minutos de filme e ficar ligado na missão dos dois personagem e como tudo vai se desenrolar, mas é um pouco claro que um dos dois não conseguiria completar, em um plano bem claustrofóbico, que é uma quebra na aparente calmaria visto que os Alemães haviam recuado, uma batalha no céu surge e um avião é inimigo cai em uma fazendo os dois estão, e nesse ponto a composição do Tom Blake mostra seu lado ingênuo de ajudar todos não importa se o mesmo é alguém que vai tentar matá lo de qualquer jeito. Tom leva uma facada em uma desviada da visão que nós espectadores temos e aqui a colocação do CGI é impecável, o rosto do Charles Chapman fica completamente pálido e sensação de que George Mackay tem que se manter calmo ajudando o amigo aos mesmo tempo que não pode alarmar de sua eminente morte, e claro o comando do Sam Mendes também fazem toda a diferença. CGI, interpretação, direção tudo funciona a favor da narrativa.

Uma das coisas mais importantes do filme é a edição, em um filme de 2h32 minutos isso faz toda a diferença porque a experiência da película não se torna cansativa e em filme sobre carros isso pode descambar rapidamente com o caso de Rush (2013), mas aqui o domínio desse recurso é perfeito. A história é bem simplista a ponto de não deixar o espectador chateado mas o grande trunfo são os lindos planos de carros passeando e tudo isso servindo a narrativa. Matt Damon e Christian Bale estão bem na proposta do filme, mostrando algumas nuances diferentes de tudo que já andaram fazendo. A direção do James Mangold é bem regular, diretor que comandou Wolverine (2013) e Logan (2017) se dá muito bem em filmes mais meticulosos como esse, algumas mudanças de ritmo podem tirar a atenção esse é momento da montagem e edição nos colocar de volta na história. Ford Vs Ferrari levou Oscar de Melhor Montagem e Melhor edição de som. E sim a cena do Henry Ford ll no Modelo GT40 é a melhor de todo o filme.

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O figurino é muito importante porém passa batido a maior parte das vezes. Esse O Irlandês, Jojo Rabbit e Era uma Vez em Hollywood tinham as montagem mais fidedignas e bem criativas também. Jojo mistura as vestimentas militares nazistas e usando paletas de cores mais vivas — que parece uma marca registrada de Taika Waititi, desde Thor: Ragnarok — o figurino é assinado por Mayes C. Rubeo uma mexicana, e essa foi sua primeira indicação ao Oscar. O Irlandês é um filme mais soturno e tem aquele ar mais real que o Scorsese tanto gosta, os trajes do Al pacino são os mais elegantes revelando sua importantância para narrativa. Os responsáveis são Sandy Powell que assinou o figurino de O Aviador (2004) e Christopher Peterson. Em Era uma vez em Hollywood pedia roupas um pouco efervescentes que pudessem descrever os anos 1960 sem precisar de muito, o brilhante trabalho ficou por conta da Arianne Phillips,os detalhes são perceptíveis no figurino da Margot Robbie e do Leonardo DiCaprio as cores pastéis dominam a tela e em certo momento do filme em que toma um ar de thriller o casamento com a fotografia é fantástico.

mas o grande vencedor foi o trabalho de Jacqueline Durran em Adoráveis mulheres, o destaque vai para os vestidos das três irmãs — o arco de uma delas inclusive gira em torno de a confecção de um vestido — e Jacqueline que já é veterana nas premiações já levou um Oscar pelo figurino de Anna Karenina (2012) que é um pouco similar no trabalho deste ano.

Desde 2009 que a Disney não produz um longa em 2D, o filme em questão é A Princesa eo Sapo. Depois de comprar a Pixar em 2006 e incorporar as produções o estúdio tem se focado em filmes 3D, tanto pela evolução dos efeitos visuais dos últimos anos, quando pelo leque do que se pode fazer, grande exemplo disso é o que foi feito em Frozen 2 e torna o filme fantástico simplesmente por mexer com a física e brincar com a imaginação. Mas na contra mão (e no meio termo, já explico) surgiu Klaus um filme que conta as origens da mitologia do natal mas também resgata essa alma do 2D que a temos não vimos em grandes premiações, uma produção bem emocionante produzida e distribuída pela Netflix. dirigido por Sergio Pablos que já tem uma bagagem enorme com minions e o mais recente Pé Pequeno. O traços do filme dão aquela magia de natal muito aconchegando que é um convite para chamar a família e se divertir. Mas como tudo nessa vida não são flores, a franquia Toy Story veio para sua quarta edição com um filme bem “Ok”, e como Lobbie da Disney é gigantesco levou Melhor Animação do ano. Aproveitando a deixa, o ótimo curta Hair Love muito relevante e veio mostrar representatividade.O projeto surgiu de uma ideia do escritor Matthew A.Cherry que através de um Kickstarter conseguiu realizar a produção do curta e foi premiado como Melhor Curta de Animação, Matthew surgiu nas redes sociais em 2012 obstinado a tirar sua ideia do papel e depois alguns anos com o financiamento coletivo para conseguir pagar os artistas gráficos finalmente chegou ao sua Magnus Opus.

Mesmo com uma ótima temporada como já ressaltei considero alguns filmes que fizeram falta, tanto nas categorias técnicas quanto como melhor ator, melhor filme e são eles: O ótimo Midsommar o segundo filme do diretor e roteirista Ari Aster, esse filme é uma experiência cinematográfica, o filme é sobre Dani (Florence Pugh) que depois da perda dos pais é convidada meio que sem querer pelo namorado para ir em um Festival na Suécia, o desenrolar sinistro desta empreitada é algo bem interessante de se acompanhar, porque de um lado temos o que há de mais estranho em uma produção e nisso inclui Gore, terror psicológico,ritmo lento (nenhum desses fatores diminui a experiência) o que contribui muito para uma debandada das grandes platéias, mas o foco é que mesmo causando um misto de sensações algumas até desconfortantes o filme é bem bonito e realmente emociona. Ari Aster é um daqueles contadores meticulosos que coloca elementos, e grande simbologia, logo no começo um mural já revela tudo que acontecerá no filme, em artes que misturam santeria com cores vibrantes. Duas coisas que fazem deste um dos melhores filmes de 2019 é a grande apuração da fotografia com planos criativos como quando eles estão chegando à vila na qual vai acontecer os festival a câmera vira e deixa a estrada de cabeça para baixo mostrando os rumos fora de padrão que os personagens irão encontrar ali, e segundo o filme é completamente rodado a luz do dia já que a Suécia fica boa parte do ano com mais tempo de luz solar, Aster se aproveita desse recurso e faz jogar ao seu favor com planos evidenciando o desconforto ver algo ou perceber e nos tornamos cúmplices do que vai acontecendo. Nessa mesma temos O Farol segundo filme do Robert Eggers,essa nova safra de diretores tem um grande apuro para histórias mais complexas com minúcias que é difícil pegar assistindo só uma vez. O elenco conta com Willem Dafoe e Robert Peterson que compartilham o labor de cuidar de um farol por alguma semanas.Ao longo de nossas vidas percebemos que o homem não foi é um animal que consegue sobreviver em harmonia com o ambiente e ficar sozinho, na literatura temos algumas investidas desta ideia com Robinson Crusoe, já no cinema inúmeras como O Náufrago (2000),Na Natureza Selvagem (2007),Livre (2014) filmes que inclusive farei uma análise mais aprofundada logo adiante, o ponto é que nos acostumamos de tal maneira a conviver com as demais pessoas que isso gera uma certa loucura, porque se algumas ocasiões ela é restauradora em excesso também é o próprio abismo.Eggers tem uma abrangente catálogo de filme em sua mente isso dá pra perceber, basta notar pelo aspecto do filme 4:3 que o formato quadrado onde dá a impressão de proximidade ao mesmo tempo que delimita o que está em cena obrigando a usar planos mais abertos e também puxando de nossas memórias os clássicos dos anos 1920,1930 (e se você não tirou um tempo para esses filmes sugiro que coloque imediatamente em sua estilosa Bullet Journal, e não faço ideia se isso ainda é moda), o forma com tudo aqui é conduzido é como se o Hitchcock estivesse dando pitacos a medida que o Robert escreve e dirige, para um sujeito de 36 anos ele tem muita bagagem e que usa ao seu favor a criar composições que vão ficar na sua cabeça por semanas, ou a trilha sonora que é vai grudar em um canto da memória e ficar lá.Não vou dar mais detalhes esse você terá que assistir e tirar suas próprias conclusões, e tenho certeza vai encantar.

Uma das coisas que me fez falta, além de um único apresentador foi a presença dos Brasileiros Bacurau (2019) e A vida invisível (2019), filmes excelentes e que são co produções com outros países, mas que fizeram toda a diferença em território nacional.As rodas de amigos se resulamiram á ‘Você já viu Bacurau’, e finalmente o reconhecimento do cinema de gênero no Brasil. Esse ano tivemos também Morto Não fala do Dennison Ramalho, que é uma ótima pegada pra quem gosta de terror.

Joaquin Phoenix é um dos melhores atores do casting do Hollywood isso sem dúvida, um dos filmes que me fez ficar de olho nesse ator foi Walk the Line conta a história do cantor Johnny Cash, ele sempre contou em entrevistas a infância dura que teve ao lado dos pais que eram ligados ao uma Seita á morte do irmão River Phoenix, em meio a tudo isso Joaquin se lançou para o mundo do cinema embora seja uma figura bem contrária ao tipo de exposição que essa indústria permite. Ele foi indicado quatro vezes e dessas passou perto algumas vezes, em Gladiador de 2001 ele estava bem uma performance que exigia técnica, mas nada que fosse dar o primeiro Oscar, afinal estava concorrendo também com o Russell Crowe. Em Walk the Line talvez fosse a melhor campanha também, mas em 2006 foi o ano de Philip Seymour Hoffman. Mesmo que ele estivesse dando já o que seria o que vemos em Coringa hoje ainda faltava tirar um pouco a mais, embora se levasse o prêmio por essa performance já seria justificado sim. O mestre de 2012 mostra a chegada do ator e momento em que ele deveria ter ganho, aqui é um dos melhores papéis de sua carreira, toda esquisitice e suas expressões que podem ser analisadas segundo a segundo mostrando uma assimilação e grande atuação, e esse ano foi marcado pelo elegantíssimo O artista e quem levou Melhor Ator foi Jean Dujardin. Essas foram as quatro indicações, mas entre elas ainda existe uma que foi uma das maiores injustiças de 2017 que foi a atuação de Joaquin em Você nunca esteve aqui da cineasta Lynne Ramsay que também fez precisamos falar sobre kevin e foi completamente ignorado pela academia. O seu grande auge chegou só em 2020 com uma das melhores atuações do ano passado claro, mas em um filme bem morno, é lógico que os produtores Todd Phillips,Bradley Cooper,Emma Tillinger Koskoff visavam o melhor que podiam e colocaram o melhor ator até pra tirar o gosto ruim que Jared Leto deixou em Esquadrão Suicida. O filme toca em pontos bem controversos de nossa sociedade e Joaquin serve muito bem com essa estratégia, ao mesmo tempo que ele é um homem vulnerável e jogado margens da sociedade que é bem intolerante com os problemas neurológicos ou físicos, o ator dá um show o conjunto de diálogos também é um fator que ajuda bastante, a risada que ele tem que soltar é algo extremamente complicado de se fazer enfim uma série de fatores que levaram o ator subestimado no início ver seu apogeu finalmente e mesmo assim encarar tudo com grande normalidade. Ele saiu para comer hambúrguer com Rooney Mara em uma calçada.

Tarantino esteve nesse premiação e esteve despercebido também, Era uma vez em Hollywood foi uma grande mudança de rumos em sua carreira, por mais que seja um filme muito bom vemos um Tarantino em ritmo mais lento quase que contemplativo. Traçando um paralelo com Pulp Fiction (1994) que é quase a mesma pegada com alguns aspectos mais autorais, nesse novo filme perdemos a contagem dos capítulos o que deixava a história um pouco mais charmosa e casava muito bem com a edição da Sally Menke que infelizmente faleceu em 2010 mas era quem dava aquele ar mais autoral para produções.Desde de Django Livre (2013) vemos tomada de decisões um pouco mais sóbrias por parte do diretor e isso não quer dizer que melhorou mas sim que é outra tipo de fazer cinema quase que anos luz de Cães de Aluguel (1992). Tarantino escolheu uma história bem sensível que foi a morte da atriz Sharon Tate pelos integrantes da família manson, o que poderia ser um desastre The Haunting Of Sharon Tate (2019) que o diga um péssimo filme sobre esse tema de um mau gosto terrível para retratar essa história. Mas o roteiro de Era uma vez em Hollywood se sai muito bem, com diálogos icônicos e personagens que passam por um tipo de crise tanto existencial como profissionalmente e isso é hilário, que abre vários pretendentes, o personagem do Brad Pitt é um faz tudo que dá longas voltas de carro pela cidade e embora sejam ótimos planos e uma fotografia incrível acaba inchando demais o tempo total do filme a impressão que dá é que faltou ideia em algumas partes que foram coladas essas imagens.Mas no todo ele está muito bem, mas levar o Oscar de Melhor ator coadjuvante ? acho demais. Em um ano com Joe Pesci, Al Pacino,Anthony Hopkins e Tom Hanks talvez um pouco precipitado, mas como o Joaquin Phoenix Brad Pitt teve uma boa campanha e veio vencendo a temporada toda e aqui não seria diferente.

Leonardo Dicaprio está ótimo, mas fica um pouco apagado no longa, por mais que seu personagem seja complexo e seja o elo de ligação dos acontecimentos faltou um pouco mais de tempo de tela, mas o diálogos que ele tem são os melhores do filme, em especial um com uma garotinha é simplesmente impagável.A direção e a fotografia optam por planos mais abertos com lentes que abrangem mais os cenários Rick Dalton (Leonardo Dicaprio) é um dos únicos que têm close ups bem justificados porque são cenas onde ele tem que atuar em cena com seu personagem que tenta ter algum tipo de relevância dado o seu medo de cair no ostracismo.A escolha dos carros também é algo de tirar o fôlego,planos lindos e esse filme tem diversas tomadas, uma hora ele toma essa cara de Road Movie e em determinado toma uma forma de um Thriller, tem um pouco de ação bem humorada e o Gore que não pode faltar é claro.Margot Robbie que tem poucos diálogos entrega uma presença bem bacana para filme que tem um tom de homenagem a Sharon do início ao fim, quando ela vai ao cinema assistir seu filme em das cenas mais tocando dos filmes do Tarantino, que tem a sensibilidade de colocar a própria Sharon atuando, e claro o fato de não se aproveitar dos fatos que aconteceram na fatídica noite em que tudo aconteceu, o diretor abre aqui uma licença poética onde Rick Dalton queima alguns participantes da família Manson com um lança chamas.

A 92ª noite de premiações foi marcada por surpresas como a entrega do prêmio de melhores efeitos especiais por parte do elenco de Cats que foi um Flop terrível no fim do ano passado por ser um filme completamente bizarro costurado por músicas originais do musical da Broadway.Em meio a tantas mudanças o Oscar ainda continua resistente a transmitir pela internet, é certo que essa edição foi uma das mais baixas audiências, por mais que o TT são bombardeados na noite mas nada que faça a diferença na TV, apesar de alguns anos apelar para cada vez mais filmes mais comerciais e vemos Blockbusters com Pantera negra (2018) ou O Coringa esse ano e até mesmo Os vingadores em categorias técnicas como melhores efeitos, melhor mixagem de som tudo para agregar novos públicos por mais que esses filmes não representem o que há de melhor na indústria tanto no EUA quanto no resto do mundo.Parasita indica bem essa mudança que vemos hoje em dia, se por um lado indica que poderemos ter maior representatividade de filmes em outras línguas quebrando um pouco a onda dos filmes norte americanos que por muitas das vezes está em cima de reboots e ideias recicladas como tivemos no ano passado. O cinema estrangeiro tanto quanto o nosso, com os outros países tem uma gama riquíssima de ideias originais. Espero que tenham gostado e que possa ter esclarecido um pouco do que foi essa edição do Oscar e da temporada de filmes como um todo.

* Jornalista e membro da TV O Estado

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