Escritor Bosco Martins é finalista do Prêmio Jabuti 2024 com livro sobre Manoel de Barros

(Foto: Reprodução)
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Premiação literária é a mais tradicional do país, concedido pela Câmara Brasileira do Livro

O livro ‘Diálogos do Ócio’, do escritor e jornalista Bosco Martins, foi selecionado para concorrer ao prêmio literário na categoria de melhor Biografia-Reportagem na 66ª edição do Prêmio Jabuti 2024, premiação mais tradicional do país.

A obra é uma mistura de inventário e biografia da amizade entre o jornalista e o poeta Manoel de Barros, com detalhes importantes sobre a rotina de um dos mais importantes poetas contemporâneos brasileiros, por meio de anotações realizadas ao longo dos diversos encontros ocorridos na casa de Manoel de Barros, que atualmente funciona como um museu.

“Foi uma grata surpresa, mas sabemos que hoje no mundo literário o legado de Manoel de Barros é uma referência obrigatória. Esse é o compromisso mais importante, o de compartilhar com o mundo cultural a memória desse grande autor do pós-modernismo, isso me anima muito mais do que qualquer outra coisa”, diz o jornalista, escritor e ativista cultural Bosco Martins.

“Quem, como a gente vive desse ofício, o momento nos remete as brincadeiras sempre sadias do poeta. Ele gostava de dizer que escrever é fácil – ou impossível. Às vezes até surge de maneira mais simples. Mas aí exige muitas vezes anos de treinamento e um conhecimento prévio sólido e amplo. Escrever é pensar com os dedos. Escrever bem, então, é um objetivo constante e raramente alcançável. Como ensinava o outro grande poeta, o Mario Quintana: se disserem que escreves bem, desconfia. O crime perfeito não deixa vestígios”, complementa.

Para o escritor, mais importante que ganhar ou não ganhar o prêmio é continuar difundindo a obra do poeta Manoel de Barros.” O jornalismo e a literatura tem o mesmo objetivo: comunicar. Ambos usam o mesmo instrumento: a palavra. Só que eles têm uma pedra no caminho. O jornalismo trabalha com a realidade, com o factual e a literatura trabalha com a ficção, com a recriação da realidade. O jornalismo usa da literatura e a literatura usa do jornalismo e assim eles caminham juntos. Mas ao mesmo tanto o jornalismo, quanto a literatura tem que encantar. Assim, como encantavam autores como a Clarice Lispector, Rubem Braga, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, etc”, disse o escritor ao jornal O Estado.

“A nossa literatura sul-mato-grossense conta com muitos talentos importantes do passado e da atualidade. O Estado se destaca por um estilo muito próprio e regionalizado de compor suas obras. Poesias, crônicas e pesquisas são um forte do legado literário de Mato Grosso do Sul. Penso que a classificação ao prêmio importante para dar mais visibilidade a essa brilhante literatura sul-mato-grossense”, reforça.

Lançamento pelo país

O livro ainda terá um lançamento no Rio de Janeiro, diversas outras capitais do país e em Portugal, por meio da loja virtual Livraria Travessia. A agenda de lançamentos se inicia no Rio de Janeiro, no dia 16 de julho, no Shopping Leblon. Em setembro, a obra terá lançamento no Shopping Iguatemi, em São Paulo, na 27ª edição da Bienal Internacional do Livro, de 6 a 15 de setembro. Os lançamentos estão previstos, ainda em Brasília, pela Livraria na Casapark, em Ribeirão Preto, no início de novembro e finalizando com o lançamento no primeiro trimestre de 2025 em Portugal, mais precisamente em Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 46 onde o poeta tem muitos leitores e admiradores.

Feira Literária de Bonito

Presença destacada desde a primeira edição da Feira Literária de Bonito (Flib) em 2015, Bosco Martins, que é cidadão bonitense por outorga do Legislativo Municipal, lançou o livro na Flib onde reservou para o evento os últimos 50 exemplares. Os próximos lançamentos serão com a segunda edição, que virão acrescidos de textos sobre o livro e capa nova.

Para o autor, Mato Grosso do Sul possui um cenário importante de grandes e respeitados escritores. “Visconde de Taunay, Elpídio Reis, Ulisses Serra, Aglay Trindade, Manoel de Barros, Raquel Naveira, Sérgio Cruz, Sylvia Cesco, Luís Taques, Henrique Medeiros, que
permearam os caminhos da escrita e da memória, intercalando história real e verossimilhanças. Mas citar nomes é injusto, porque a literatura do Mato Grosso do Sul é tão rica, ampla e diversificada, que quando citamos alguns sempre deixamos de citar outros tão importantes como esses que citamos”, comentou.

Durante a Feira, Bosco Martins lembrou momentos com o poeta, com discurso na Praça da Liberdade, com a presença de alunos de seis a dez anos da Escola Municipal Manoel Inácio de Faria, que tinham trabalhos expostos sobre a obra de Manoel de Barros, inspirados no livro ‘Diálogos do Ócio’, com peças artesanais, confeccionadas com itens coletados por eles mesmos.

 

Por Carolina Rampi

 

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