“Encontro com a música clássica”

Foto: Reprodução/Facebook
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Essa é a 16ª edição do mais tradicional festival de música de concerto de MS, o “Encontro com a Música Clássica”, que acontece de 14 a 18 de agosto, com apresentações de orquestras, coros e solistas de diversas regiões do Brasil. Ao todo, são 200 artistas envolvidos para promover o melhor da música de concerto para a população e realizar encontros que promovam a integração de artistas regionais com os músicos nacionais. A programação do festival abrange cinco dias de evento, de segunda a sexta-feira. As atrações têm início previsto às 20h e com entrada gratuita, no teatro Glauce Rocha. Para garantir sua presença, o ingresso deve ser reservado antecipadamente por meio do site Sympla.

“O festival é isso, esse colorido que as atrações demonstram. Eu, juntamente com o maestro Eduardo Martinelli, definimos a programação artística deste ano e reunimos esses grandes artistas a elementos tradicionais e modernos. Além de Beethoven e trilhas sonoras de videogame, temos também o encontro da música armorial característica do Nordeste brasileiro e da música gaúcha, trazida pelo gaiteiro Renato Borghetti. Ademais, teremos grupos de câmara, grupos compostos por orquestra e coral, além de coros e orquestra de jovens. Essa é a magia e o objetivo de um festival, reunir tudo isso em um evento”, afirma Jardel Tartari, organizador desde a primeira edição, além de músico, professor e produtor cultural.

Jardel esclarece que o festival nasceu a partir de uma lacuna que Campo Grande demonstrava em relação a outras capitais e cidades. Uma carência que demandava a organização de um evento que levasse a música clássica aos interessados, além de desmistificar a música de concerto, demonstrando que ela pode ser acessível para todos. “‘O Encontro de Música Clássica’ foi idealizado pelo maestro Eduardo Martinelli com o apoio da Fundação de Cultura de MS, em parceria com a Orquestra Sinfônica de Campo Grande, que havia sido criada um ano antes. Como não tínhamos um festival de música de concerto em nossa cidade, algo muito tradicional e importante em cidades e capitais brasileiras, foi com as atividades da Orquestra Sinfônica, que integra a Prefeitura de Campo Grande pela antiga Fundac e atual Sectur, e o apoio do Governo do Estado pela FCMS, criou-se o festival que hoje é um dos mais tradicionais eventos de música do Estado!”, afirma o organizador.

Tradição 

Desde o ano de 2007, o evento promove apresentações musicais gratuitas e potencializa a produção artística local, além de democratizar o acesso à música clássica. De acordo com Jardel, esses são alguns dos propósitos que estruturam o festival. 

“Primeiro, oferecer este tipo de evento e música à população de nossa cidade e Estado, pois parte do público é formado por pessoas que vem do interior para prestigiar o encontro. Promover ações de fortalecimento cultural regional é uma das iniciativas do evento, pois sempre integramos artistas regionais aos convidados de fora. Em seguida, oportunizar ações culturais que possibilitem aos projetos artísticos e sociais convidados de se apresentarem em um importante evento e em um dos principais festivais do Estado, que é realizado para valorizar as ações destes. Ademais, não posso deixar de citar também as ações de formação que são normalmente oferecidas a estudantes de música, como cursos e oficinas ministradas pelos artistas convidados do festival, uma iniciativa que acaba agregando bastante valor à formação de nossos artistas/ estudantes de música”, explica o produtor.

Para Santiago Villalba, campo-grandense, ator, cantor e um dos músicos que compõe a programação do evento, o que o festival oferece é o retorno de um estilo musical que surge da própria população. 

“Recentemente, li, numa pequena postagem de um dos responsáveis pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em que ele fala sobre reaproximar o público da música erudita, e todo o movimento musical que ela exige. Isso se faz aos poucos, com obras-primas que possuem um entendimento mais popular, exatamente o objetivo do maestro Martinelli, que irá reger a Orquestra de Campo Grande. 

Afinal, essa música é da população, é nossa, e nos faz bem retomá-la. Sem desmerecer outros estilos e qualidades musicais, mas percebendo que o mundo da música é um leque rico de possibilidades, de modo a devolvermos à população sua herança, que é por direito sua”. “Dentre outros ‘pontapés iniciais’, conheci a ópera e o teatro musical por meio do romance de Gaston Leroux: ‘O Fantasma da Ópera’. Então, com 11 anos comecei aulas de canto no Centro de Arte Viva de Campo Grande e depois estudei no antigo Conservatório de Campo Grande, dos 15 aos 17 anos”.

O festival é realizado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, em parceria com a UFMS.

O repertório de atrações do evento homenageará compositores tradicionais como Beethoven, Ernest Mahle e Villani – Cortês, óperas famosas como “Barbeiro de Sevilha”, “Carmem” e “A Flauta Mágica” também compõem a agenda do festival. Em busca de um repertório diverso que busca contemplar um público plural, até obras de música tradicional japonesa, de diversas regiões do Brasil e trilhas sonoras de jogos de videogame foram cuidadosamente pensadas para compor a programação. Entre as atrações principais, neste ano de 2023, alguns dos convidados são: a violoncelista Kayami Satomi, Renato Borghetti com o acordeon, o pianista Antonio Vaz Lemes, Duo Abdala com flauta e violão e o Duo Marcos Leite e Rogério Duarte com piano e flauta. Além do Quarteto Toccata (violões) e os cantores líricos: Eduardo Machado, Santiago Villalba, Elouise Miranda, Bianca Danzi, Viviane Priscella, Denis Lopes, Luciana Fisher e Antônio Coura, além dos corais Arte Viva, Sindifiscal e Cant’art. Outra proposta do projeto é a inclusão de projetos sociais. 

O evento também promoverá a arrecadação de alimentos não perecíveis para estas instituições. “Acreditamos que essa parceria é muito importante para auxiliar os projetos, dar fôlego e valorizar essas ações tão importantes para a vida cultural de nosso município. Uma pena que não conseguimos absorver e organizar mais apresentações de outras instituições.”

Por: Ana Cavalcante – O ESTADO

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