Exposição gratuita revela diversidade de expressões artísticas sobre a revolução em Portugal
A Galeria de Artes Visuais (GAV) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) inaugurou a Exposição Coletiva “Liberdade Sempre”. Com curadoria de Agostinho Santos e a colaboração artística dos membros da Gaia – Cooperativa Cultural de Portugal, o evento proporcionou uma experiência encantadora aos presentes na noite de abertura, repleta de reflexões profundas sobre o conceito de liberdade.
Localizada no piso térreo do Bloco 8 de Artes Visuais, na Cidade Universitária, ao lado do estádio Morenão. A exposição estará aberta ao público até o dia 17 de maio, gratuitamente a todos os interessados em explorar as múltiplas camada de significado por trás das obras expostas. Os horários para visitação são de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13h às 16h, proporcionando amplas oportunidades para mergulhar na expressão artística que ecoa os ideais de liberdade.
Ao dialogar sobre o propósito da mostra de arte, a professora da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (Faalc), Constança Maria Lima de Almeida Lucas, ressalta sua importância como um veículo para a ampliação da percepção cultural e o estímulo à prática artística.
“Esta exposição amplia a percepção cultural e estimula a prática artística, desenvolvendo nos visitantes maior interesse em aprender e refletir de forma crítica sobre contexto específico, fomentando posturas mais ativas na partilha de saberes, contribuindo para a continuação de nossos espaços de criação em liberdade e alarga o repertório artístico da nossa comunidade acadêmica”, – afirma a professora, que também é uma das organizadoras do evento
Já o professor Rafael Maldonado, também da Faalc, destaca a importância histórica desta exposição em relação à Revolução dos Cravos. “Este marco histórico, que ocorreu em abril de 1974, representou não apenas a queda de um regime autoritário, mas também o surgimento de uma nova era de liberdade e democracia para o povo português”, ressalta Maldonado. Ele enfatiza a relevância contínua deste tema atualmente relembrando-nos do compromisso perene com os ideais democráticos e da necessidade de preservar os princípios pelos quais tantos lutaram.
Adentrando os corredores da Galeria de Artes Visuais, os visitantes serão imersos em um mundo de cores, formas e narrativas, todas elas permeadas pelo espírito indomável da liberdade. Os 50 anos do 25 de abril em Portugal são explorados através de obras que expressam comprometimento com posturas democráticas e transformadoras. Cada pincelada, cada escultura, cada instalação é um convite para refletir sobre o passado, o presente e o futuro de nossas sociedades.
A graduandade Artes Visuais pela UFMS, Emily Correa, esteve na abertura da exposição e fala sobre suas impressões da amostra, enfatizando a padronização da estética das obras e seus formatos, mas subjetivamente.
“Reparei nessa variedade de materiais, desde a aquarela até o lápis e o grafite, além da tinta. Essa diversidade era notável, com obras em papel A3 seguindo esse padrão. Foi a primeira coisa que me chamou atenção: esse padrão e a variedade de materiais, com uma ampla gama de cores, desde vibrantes até mais apagadas e monocromáticas. Isso me levou a refletir sobre a individualidade de cada trabalho.”
A estudante fala sobre as reflexões a qual foi submetida durante a apreciação da exposição. Emily também relata sobre a obra que mais chamou a atenção ao propor o tema sobre liberdade, mas também no eixo politico. “Nos faz refletir sobre que cada país tem seus próprios problemas, suas mazelas, suas instituições. O artista e a obra que mais me impressionaram foram Antônio Mourato e suas rosas. Essa obra em particular, com a rosa, o passarinho e o corpo, provavelmente em aquarela, foi a que mais me cativou. Ela transmite uma busca vibrante por paz e esperança. As cores intensas, com os tons mais pastéis, porém profundos, me aproximam desse sentimento e me fazem sentir mais conectado com a história que ocorreu em Portugal, aumentando minha empatia pelo momento.”
Sobre o tema
A revolução em Portugal, conhecida como a “Revolução dos Cravos”, é relembrada com reverência e admiração nesta exposição. O evento, que ocorreu em abril de 1974, marcou uma ruptura política liderada por militares portugueses contra a guerra colonial. O gesto simbólico de distribuir cravos, que foram colocados como símbolo de paz nas armas dos soldados, ecoou como um clamor por liberdade e justiça. O fim do regime autoritário e o advento da democracia abriram novos horizontes para o povo português, restaurando direitos fundamentais e promovendo uma sociedade mais justa e igualitária.
A exposição “Liberdade Sempre” não apenas celebra esse momento histórico marcante, mas também promove um valioso intercâmbio cultural entre artistas de Campo Grande e de Gaia, em Portugal. Essa troca de experiências não só enriquece o panorama artístico local, mas também fortalece os laços entre diferentes culturas, promovendo uma compreensão mais profunda e uma apreciação mútua das diversas formas de expressão.
Serviço
A exposição estará disponível de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13h às 16h até o dia17 de maio. A galeria está localizada no piso térreo do Bloco 8 de Artes Visuais, na Cidade Universitária da UFMS, ao lado do estádio Morenão. Entrada gratuita.
Por Amanda Ferreira
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