Com belezas naturais singulares, Corumbá, município localizado a 425 km de Campo Grande, celebra seus 246 anos neste sábado, 21 de setembro. Com o nome de origem tupi-guarani Curupah – que significa “lugar distante” – e, após ter outras denominações ao longo de sua história, ficou conhecida como Cidade Branca, devido à cor clara de seu solo, rico em calcário.
Situada na margem esquerda do Rio Paraguai e na fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, Corumbá é considerada o primeiro polo de desenvolvimento da região e, por abrigar 60% do território pantaneiro, recebeu o título de Capital do Pantanal, além de ser a principal e mais importante zona urbana da região alagada.
Também é o maior município em extensão territorial de Mato Grosso do Sul e o mais populoso centro urbano fronteiriço do Norte e Centro-Oeste do Brasil, com cerca de 100 mil habitantes, segundo o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além da riqueza turística, com fauna e flora dividindo espaço com o cenário urbano, a cidade tem a cultura e a arte presentes em sua paisagem e três obras do artista plástico Cleir integram esse roteiro de belezas da cidade com povo acolhedor, que fez o sul-mato-grossense que nutre grande admiração e respeito pela natureza, se encantar pela cidade.
“Conheci Corumbá em meados de 1982, durante uma viagem com o Trem do Pantanal e me encantei desde a primeira vez, achei a cidade fantástica em tudo. Depois, retornei em 1998 a convite do arquiteto corumbaense Nelson Dib, que me levou para conhecer toda a arquitetura e pontos turísticos da cidade. Foi nessa época que surgiu o convite para fazer minha primeira obra na cidade, o painel da arara-vermelha e o dourado, localizado no Ed. Dom Aquino”, conta.
Passados alguns anos, Cleir retorna à cidade para novamente transformar uma parede em uma obra de arte e desta vez foi a convite de Emílio Barros, à época presidente do Sindicato Rural da cidade, inaugurado em 2003. A recepção do espaço é conhecida pelo Painel do Homem Pantaneiro, pintura que alia a natureza exuberante do Pantanal com o trabalhador rural que luta diariamente para garantir a produção do campo.
“Me lembrei de um poema que dizia que Corumbá passa boi e passa boiada e, com isso, trabalhei por uma semana no esboço do projeto. Quando apresentei, todos os envolvidos se encantaram e começamos a obra que até hoje está lá. Ela foi restaurada em 2010”, recorda Cleir.
Por fim, em 2004, o artista executou sua obra mais recente na Cidade Branca. “O Monumento Pantanal de Corumbá” destaca uma das aves mais belas da fauna de Mato Grosso do Sul, que é a arara-Canindé. As esculturas estão localizadas no Aeroporto Internacional de Corumbá.
Entre admiração e desafios, Cleir conta que Corumbá está guardada em suas principais memórias profissionais e pessoais.
“Corumbá é uma cidade que nos desafia, já que as temperaturas são sempre muito altas e as duas obras externas que fiz recebiam sol praticamente o dia todo, já que uma era virada para o norte e a outra para o sul. Foi um grande aprendizado esses trabalhos. Também é a cidade onde eu tive o prazer de conhecer a artista Izulina Xavier, que eu admiro muito e continuo a admirar. Tive a oportunidade de vê-la pintando o olho do Cristo Redentor lá do morro, que é uma sensação indescritível, e ainda tive o prazer de conhecer a casa dela (Izulina), que é um museu maravilhoso, de tantas obras que ela fez. Corumbá é a terra natal de Jonir Figeuiredo, de Jorapimo, grandes artistas e amigos meus. Nos 246 anos dessa cidade, reitero meu carinho, respeito e admiração e espero voltar em breve. Parabéns, Corumbá querida!”, finaliza Cleir.
A arte corumbaense – As três obras de Cleir retratam a realidade da cidade, com foco na fauna pantaneira.
1998 – Painel Triptico/700 m 2 – Empena cega – Localizado no Ed. Dom Aquino e traz uma arara vermelha e peixe dourado
2003 – Painel Homem Pantaneiro – 25 metros de largura X 5 metros de altura – Localizado na sede do Sindicato Rural de Corumbá.
2004 – Monumento Pantanal de Corumbá, localizada no Aeroporto Internacional de Corumbá, representando o Pantanal Sul, a escultura tem 4,5m de altura e traz duas araras-Canindé pousadas sobre galhos.
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