Da Arquitetura ao Rock, cantor já participou de trilha sonora de filme internacional
Um pouco de blues, um pouco de rock and roll. Essa é a mistura que forma o cantor, compositor e guitarrista Victor Sales. Do Paraná, o artista trilha o caminho do sucesso por meio de shows, festivais, eventos, já realiza gravações em estúdio, e optou por trocar a carreira de arquiteto pela música, apostando em seu talento e paixão pelo rock e blues.
Com dois projetos em andamento, sendo o trio Victor & Os Fulminantes, e a trajetória solo, o artista já integrou o trio ‘Mandala Do Astro Rei’. Em 2021 lançou os singles ‘Tempos Estranhos’ e ‘Buttlerfly’ e o EP de estreia da banda Mandala. Nos últimos tempos, Victor tem se dedicado principalmente aos shows acústicos e trabalhado em suas gravações.
“Na verdade, eu sempre sonhei em ser músico, por um tempo achei que poderia levar as duas carreiras, mas logo vi que não teria como alcançar os meus objetivos na música sem dedicação integral. Para tomar a decisão não foi fácil, mas sentia que eu tinha que fazer isso de qualquer forma”, revela Sales em entrevista ao jornal O Estado.
Victor relembra que o amor pelos instrumentos e pela música vieram de casa. “Comecei desde criança influenciado pelos discos dos meus pais, e fazendo aulas de teclado com mais ou menos aos 9 anos, depois conheci o violão e a guitarra aos 13, que se tornou minha paixão juntamente com o Rock n’ roll e o blues desde então”.
Influências
Com um trabalho que transita entre o rock, blues e autoral, Victor tem como influências tanto artistas nacionais quanto internacionais, como Eric Clapton e Os Mutantes. Ele ainda surpreende ao citar um dos grandes nomes de Mato Grosso do Sul. “Tenho muitas referências, mas as que estão comigo desde o início e continuam sendo são Jimi Hendrix, Steve Ray Vaughan, BB King, Deep Purple, Creedence, Elvis Presley, Led Zeppelin, The Doors, Beatles… por aí vai. Também gosto muito de guitarristas como Jeff Beck e David Gilmour. Mais recentemente fiquei um bom tempo ‘fissurado’ no Prince. E, ao mesmo tempo, comecei a tocar viola e ouvir Almir Sater”, cita.
Ele ainda comenta que busca absorver elementos dos artistas que admira para compor sua própria identidade musical. “Tento aprender algo com todos os que admiro e tento analisar o que me atrai para aquele determinado som e tento trazer para minha música. Às vezes pode ser uma atitude ou um conceito que me identifico. Jimi Hendrix, por exemplo, é uma referência máxima de artista para mim, desde a visão de mundo, a estética musical, a forma de se expressar e forma que impactou a música e o mundo no seu tempo”.
Destaques
Com o grupo Mandala Do Astro Rei, o artista já participou e ganhou alguns festivais e concursos: 1º lugar no ‘OWF Old West Festival’, em 2018; 1º lugar e Melhor Música Autoral no ‘Rock Festival Quedas’, em 2017; Semi finalista no Festival ‘Claymore A Chance’, em 2017, e 3º lugar no ‘FEMUCC – Festival de Música Contemporânea de Cascavel’, em 2018, como artista solo.
“A Mandala Do Astro Rei é uma banda que buscou misturar alguns estilos e fazer um som original com elementos que achamos que falta ou é difícil encontrar no rock brasileiro autoral. Fizemos um som com groove, riffs e solos marcantes, gravamos um álbum que tenho muito orgulho e expressei um lado meu mais Rock n’ roll guitarristico, psicodélico e ‘groovado’”, explcou.
Atualmente, o músico se dedica ao seu projeto solo, explorando sonoridades que vão do folk ao blues e soul, sem abandonar o formato elétrico.
“Agora estou focando no projeto solo com músicas um tanto diferentes, abrangendo coisas acústicas, além do formato elétrico. Com influências Folk, Blues, Rock n’ Roll, Pop, soul. Também faço o show acústico solo, onde misturo essas diversas influências e estilos que gosto, fazendo versões de clássicos trazendo para o meu estilo de tocar e cantar”, destaca.
Música para as telas
Uma de suas experiências mais marcantes – e internacionais – foi a participação na trilha sonora do filme ucraniano ‘Diagnosis: Dissent’, gravando os vocais da música tema. Para quem ficou interessado na obra, o filme segue o protagonista Andriy, que descobre que a maioria dos acusados de propaganda anti-soviética nunca foram enviados para a prisão, mas sim para hospitais psiquiátricos especiais, com diagnóstico de ‘esquizofrenia lenta progressiva’. No trailer é possível ouvir um trecho da música gravada com os vocais de Victor.
“Em 2024 foi convidado pelo produtor Hossein Mirzagholi para gravar os vocais da música tema do filme ucraniano ‘Diagnosis: Dissent’. O produtor musical do filme me achou pela rede social por meio de um vídeo cantando Led Zeppelin, gostou e fez o convite”, relembra. “Foi certamente desafiante, eu fiz os vocais e backing-vocals e participei da composição da letra. Eles precisavam de um vocal agressivo e visceral que exigiu bastante da performance. Um fato interessante também é que foi que a faixa foi masterizada no famoso estúdio Abbey Road em Londres. A música se chama ‘That ain’t me’ e está disponível nos streamings do produtor Hossein Mirzagholi. Isso era uma coisa que sempre imaginei e queria fazer há muito tempo”.
Para Victor, seguir o caminho da música exige resiliência e autenticidade. “Seguir o caminho da música exige resiliência desde o começo, eu procuro sempre aproveitar as oportunidades de levar o trabalho adiante. O desafio é oferecer algo que some, que seja palatável, sem abandonar princípios, sem ser mais do mesmo, sem deixar de ser você ou deixar de fazer o que você gosta”.
Por Carolina Rampi