Projeto “Vizinhança na Praça” exibirá 28 filmes na Capital e no interior
Com o objetivo de democratizar o acesso ao cinema e estimular a produção regional de audiovisual, o coletivo Transcine – Cinema em Trânsito lançou, na última segunda-feira (2), as inscrições para o projeto “Vizinhança na Praça”. Esta iniciativa pretende selecionar 28 curtas-metragens de até 35 minutos, produzidos por cineastas e produtores locais. Os filmes serão exibidos em praças públicas de Campo Grande e em seis municípios vizinhos: Terenos, Rochedo, Jaraguari, Ribas do Rio Pardo, Nova Alvorada do Sul e Sidrolândia.
As inscrições estarão abertas até às 23h59 do dia 25 de setembro. Cada filme selecionado receberá um cachê de R$ 2.000, e os realizadores terão a oportunidade de participar de videocasts produzidos pelo coletivo. O projeto visa promover essas obras em espaços urbanos, tornando o cinema acessível a todos, especialmente em áreas onde o acesso a produções cinematográficas é limitado.
Mariana Sena, produtora audiovisual e uma das idealizadoras do TransCine, ressalta a importância de levar o cinema diretamente às comunidades, afirmando que é uma missão que a equipe realiza há mais de uma década. “Queremos proporcionar momentos de diversão e reflexão através dos filmes que exibimos, enquanto promovemos a integração e o acesso à cultura para todos. Queremos levar o cinema para onde ele não costuma chegar, e, ao mesmo tempo, dar visibilidade aos nossos cineastas. A Lei Paulo Gustavo nos permitiu criar uma ponte entre os realizadores e o público, especialmente nas comunidades mais afastadas”, destaca.
Mariana destaca sobre a importância do projeto ao longo dos 11 anos de existência e relembra como foi a iniciativa para a criação do Transcine. “Estamos nessa há mais de 11 anos, batalhando para mostrar os cinemas, para levar cinema onde não tem. E quando surgiu a ideia de trazer para os bairros Nhanhá e locais mais isolados, foi nisso, nessa necessidade de mostrar o cinema para as pessoas que não têm o privilégio de assistir filmes e ter acesso a essa arte do cinema”, afirmou.
Já o jornalista e produtor cultural Lucas Arruda, co-idealizador do projeto, destaca o impacto que o “Vizinhança na Praça” terá sobre a população local: “O cinema é uma ferramenta poderosa de transformação social. Ao exibir filmes de produtores do nosso Estado, estamos não apenas valorizando nossa cultura, mas também oferecendo novas perspectivas e reflexões para as pessoas que vivem nessas comunidades”, pondera.
As exibições acontecerão em espaços públicos de Campo Grande e nas cidades vizinhas à capital, oferecendo uma experiência cinematográfica completa com acesso gratuito e uma programação variada. Para participar, os interessados devem preencher um formulário de inscrição, que estará disponível a partir do dia 2 de setembro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do Google Forms, pelo link: https://forms.gle/drqUYY31TRsKarhr5
Os filmes serão avaliados por uma curadoria composta por três especialistas da TransCine, que levarão em conta critérios como mérito artístico, relevância cultural, criatividade e acessibilidade. Os resultados provisórios serão divulgados no dia 2 de outubro no Instagram oficial da TransCine (@transcinecg).
O projeto teveiniciativa contemplada pelo edital de Cinema Itinerante da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), por meio da Lei Paulo Gustavo, do MinC (Ministério da Cultura.
Origem
O Transcine surgiu de um desejo simples: compartilhar filmes. Há onze anos, a ideia era exibir seus próprios filmes, mas com o tempo, a equipe percebeu a importância de incluir filmes de outros cineastas e diversificar as opções. O projeto cresceu para abranger filmes de todo o mundo, incluindo animações infantis e produções regionais. A missão do TransCine é levar o cinema para comunidades onde o acesso à sétima arte é limitado, promovendo uma experiência cultural inclusiva.
Catia Santos e Mariana Sena são parte integral do projeto desde o início. Elas brincam serem as “jurássicas” da equipe, testemunhando o crescimento do TransCine ao longo dos anos. Além delas, alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também se unem à equipe para contribuir com suas habilidades e paixão pelo cinema. Embora o projeto funcione sem financiamento externo, o trabalho voluntário da equipe é uma prova do compromisso e amor pelo cinema.
Catia e Mariana compartilham que tentaram, ao longo do tempo, obter apoio do governo, embora essa tenha sido uma tarefa desafiadora. Durante 11 anos, a equipe continuou mostrando a importância de seu trabalho, levando o cinema para áreas periféricas, aldeias indígenas, comunidades quilombolas e outros locais onde o cinema é raramente visto. A batalha por reconhecimento e apoio governamental continua.
Serviço: As inscrições estarão abertas até o dia 25 de setembro de 2024. Os resultados provisórios serão divulgados em 2 de outubro de 2024, e os resultados finais serão anunciados posteriormente. Para se inscrever, acesse o link da chamada pública disponível no Instagram @transcinecg.
Por Amanda Ferreira
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