Chamamé recebe registro de bem imaterial do Estado

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Decreto foi assinado pelo governador e secretário de cidadania e cultura

Enraizado na cultura e na história do povo sul-mato-grossense, o gênero musical chamamé recebeu o registro de bem de natureza imaterial de Mato Grosso do Sul. O bem imaterial “Chamamé” será registrado no Livro de Registro dos Saberes onde são inscritos conhecimentos e modos de fazer arraigados no cotidiano das comunidades.

O registro é um instrumento legal de preservação, reconhecimento e valorização do patrimônio imaterial de Mato Grosso do Sul. O governador Reinaldo Azambuja e o secretário de Cidadania e Cultura, João César Mattogrosso, assinaram o decreto n. 15.708 ontem.

Desse modo, o “Chamamé” oficialmente passa a integrar a lista de bens do Estado, estando em conformidade com a Lei n° 3.522 de 2008 que dispõe sobre a proteção do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Estado. O titular da Secretaria de Estado de Cidadania e Cultura (Secic), João César Mattogrosso, destaca que o Chamamé possui grande representatividade para a cultura local e é digno de tal reconhecimento.

“O Chamamé faz parte da nossa história e das raízes sul-mato-grossense. O registro reconhece a expressão cultural e a importância do gênero musical como patrimônio imaterial, preservando a identidade e singularidades”.

Integrante do Centro Cultural Chamamé de Campo Grande, Jânio Fagundes lembra conquistas importantes como o Dia Estadual do Chamamé – 19 de setembro – e afirma que o ato fortalece o movimento chamamezeiro em todo Estado. “Representa a consolidação, a formalização daquilo que já faz parte do nosso dia a dia. Para nós que temos o Chamamé na veia, que dormimos e acordamos com Chamamé é extremamente representativo e motivo de orgulho”.

Laços culturais

Mato Grosso do Sul instituiu o “Dia Estadual do Chamamé” com a Lei Nº 3.837, de 23 de dezembro de 2009, dedicando-lhe o dia 19 de setembro para as comemorações, bem como o “Registro do Chamamé”, como “Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Mato Grosso do Sul”, conforme publicação no Diário Oficial Nº 9.466, de 7 de agosto de 2017. 

Segundo Cláudia La Piccirelli, responsável pela gerência de patrimônio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), a publicação de 2017 foi a aprovação do conselho estadual de Cultura da projeto apresentado: “Registro do Chamamé como Patrimônio Imaterial de MS”, que já aprovado pelo conselho. “Agora ele foi sancionado pelo Governador e assim inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão”, esclarece Cláudia.

Campo Grande e Corrientes (província Argentina onde nasceu o estilo musical) foram declaradas “Cidades Irmãs”, através da Lei Nº 6.048, de 23 de julho de 2018. Todas essas Leis abriram porteiras e estão possibilitando novas conquistas para os artistas sul-mato-grossenses que se dedicam a esse gênero musical postulante ao “Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade ante a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O Chamamé Argentino foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco no dia 16 de dezembro de 2020.

Sobre o chamamé

Chamamé é um estilo musical tradicional da Argentina, apreciado no Paraguai, Uruguai e no Brasil, ande do Sul e Mato Grosso do Sul.

(Marcelo Rezende)

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