O Espaço Cultural Casarão Thomé realiza mostra de arte urbana nesta terça-feira (23), a partir das 8h da manhã. Neste dia, dois jovens promissores da arte sul-mato-grossense, a artista visual Laís Rocha, conhecida como Bejona, e o grafiteiro Rafael Mareco, expõem suas obras nas áreas externas do Casarão. A entrada é gratuita.
Próximo ao complexo Ferroviário, o Casarão Thomé existe há mais de 20 anos. Construído em 1945, em estilo art déco, o local já abrigou desde a sede do Consulado Português até uma ONG em prol da ecologia. Com a proposta de se tornar um centro cultural, a responsável e artista Miska Thomé, estrutura o local para receber mostras, exposições, oficinas e outras atividades artísticas.
“Era um sonho que pudéssemos preservar o imóvel e a memória da família Thomé, assim como sua grande contribuição na construção de Campo Grande e do Estado. Por isso, o projeto ficou à espera da oportunidade e motivação, que surgiram no final do ano passado com a ocupação da MADI (Mostra de Arte Digital)”, explicou.
Ocupação
A MADI foi uma ocupação promovida em parceria com a UFMS e com os alunos do projeto de extensão do curso de Artes Visuais. Uma das expositoras e organizadoras da ocupação foi a própria Laís Rocha. Bacharel em Artes Visuais, Laís aprofundou-se na investigação de diversos suportes para sua arte, explorando a pintura, a gravura, o desenho e até formas mais inovadoras, como o Vídeo Mapping e Planografias. A artista, além de ter sido a pioneira para o processo do Casarão como espaço cultural, é uma das expoentes nesta primeira mostra.
Nesta terça (23), Laís apresentará, com a técnica da arte digital, alguns ‘Lambes’ – cartazes em papel, impressos ou produzidos à mão. De origem francesa, onde são chamados de “Affiche”, forma de expressão artística que ganhou espaço nas cidades brasileiras. A mostra realizada pela artista fará referência à família Thomé, ao Casarão e a outras criações que remetem a metáforas visuais expressando os sentimentos humanos. Esses Lambes estarão colados nos muros externos do jardim no dia do evento. A ocupação nesta terça, de acordo com Miska, é um ponto de partida para um projeto lindo que está sendo desenvolvido.
“Estamos criando um tipo de Coletivo ou Curadoria do espaço com alguns colaboradores, para podermos pensar na proposta que queremos implementar no Casarão”, acrescentou a responsável.
Grafiteiro há 14 anos, também convidado para a ocupação, é o artista Rafael Mareco. Desde 2009, Rafael pinta os muros de Campo Grande, exercícios que o levaram a se especializar em criação de personagens dentro do universo do grafiti, ilustração, animação, modelagem, impressão 3D, entre outros âmbitos. Essas experiências resultaram na criação do ‘Studio Mareco’.
Em 2023, o artista resolveu produzir um mural em uma das paredes do Casarão Thomé, que será finalizado nesta terça (23). Segundo o artista, a “composição do mural foi pensada para representar a erva-mate e o tereré”, símbolos de suma importância para o Estado. Ainda, Mareco reitera a importância de centros culturais como esse na Capital.
“Além de incentivar as manifestações artísticas, o casarão atende à necessidade de espaços físicos que comportam a arte em nossa cidade, promovendo o encontro e a troca de ideias entre os artistas. Essa atitude fortalece a cena artística, que é bastante carente em nossa cidade”, pontuou.
Atualmente, a visitação está restrita aos dias de eventos. O projeto cultural do espaço, que precisou ser adiado devido à pandemia, agora começa aos poucos a tomar forma com as ocupações.
História
O Casarão Thomé foi a moradia de Manuel Maria Secco Thomé, avô materno da artista Miska Thomé. Abrigou por 20 anos a sede do Consulado Português no antigo MT e é também a sede da ONG ECOA (Ecologia e Ação) no 1° andar. Ainda em reestruturação, na parte térrea, está sendo requalificada com uma Sala Memória da Família Thomé e espaços para mostras, exposições, oficinas e outras atividades artísticas, culturais e tecnológicas”, conforme explica a responsável.
“Estamos construindo a proposta do espaço, mas a ideia é que seja de múltiplo uso, com artes visuais, literatura, música, performances em geral, oficinas de arte e artesanato, ateliê livre, tecnologia e por que não, teatro, dança e circo?”
O Casarão Thomé é um espaço cultural em formação, está situado à Rua 14 de julho, 3169. Sem redes sociais ainda, para mais informações é disponibilizado o @miskathome_artista. Interessados nos trabalhos artísticos, podem acessar @bejona e @studiomareco
Por Ana Cavalcante.
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