Carnaval 2022: profissionais das agremiações, blocos e foliões se organizam para fevereiro

Divulgação/Instagram
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Mesmo sem previsão, escolas de samba da Capital se preparam para o Carnaval 2022, depois de um ano sem comemorações, em razão da pandemia. Contudo, autoridades ainda estudam a possibilidade de o evento ocorrer tendo em vista os riscos sanitários, mesmo com o número avançado de imunização contra a COVID-19.

De acordo com o presidente da Lienca (Liga das Escolas de Samba de Campo Grande), Alan Catharinelli, as escolas já estão se preparando para o carnaval, mesmo sem a confirmação do evento. “Estamos trabalhando, nos planejando para que ocorra o desfile. Ainda é um planejamento, considerando que a incidência da pandemia ainda é grande. Estamos em diálogo com as autoridades estadual e municipal analisando as possibilidades. O número de infectados e  morte pela COVID-19 diminui muito graças a vacinação, o que nos deixa mais esperançosos para que possamos realizar os desfiles no próximo ano”, pontua.

A pandemia afetou de forma significativa os trabalhadores que dependem do carnaval. Alan Catharinelli destaca que, além da saúde, a doença também impacta a economia, tendo em vista a falta de eventos realizados pelas escolas durante o ano, onde muitas pessoas trabalham. “Foi um momento muito difícil para todos, na parte da saúde principalmente, mas também na questão financeira. O nosso pessoal, das comunidades das escolas, sofreu muito financeiramente. Essas pessoas tinham nas escolas de samba seu ganha-pão, que acabou fechando durante a pandemia, sem realizar os eventos e trabalhar com frequência como vinham fazendo”, afirmou.

Cautela

Os blocos de rua também já estão se organizando, contudo ainda seguem as precauções e os cuidados em relação à comemoração, tendo em vista que não houve ainda o fim da pandemia, e que tudo precisa ser pensado com cuidado.

Para Silvana Valu, organizadora do Cordão Valu, maior bloco de rua campo-grandense, as organizações começaram, mas tudo depende do “ok” da prefeitura e do governo do Estado. “Estamos bem cautelosos, aguardando posicionamento das autoridades. Vemos que já estão sendo realizados alguns shows em locais abertos, mas o nosso carnaval demanda uma estrutura grande. Além disso, também precisamos dos pré-carnavais para poder manter o cordão na rua, e não sabemos se os prés serão ou não realizados, o que nos deixa bem cautelosos”, pondera Valu.

Em dezembro, o bloco completa 15 anos e, de acordo com a organizadora, nem sobre as comemorações ainda é possível dar uma definição se serão ou não realizadas. “Não sabemos nem se poderemos comemorar ou não esses 15 anos.”

“Acredito que essa resposta só virá lá por dezembro e então veremos o que podemos fazer para podermos organizar de forma efetiva. A elaboração, de pensar como será, isso já estamos fazendo, mas quanto a organização estrutural do evento ainda vai demorar, estamos cautelosos, esperando os números diminuir ainda mais”, conclui Silvana.

Foliões ansiosos

Contudo, muitos foliões já esperam ansiosos o evento do próximo ano e, protestando a favor do evento, o marqueteiro de 20 anos Renato Fonseca realizou o primeiro “grito de carnaval” deste ano, com o tema “Eu não espero”. “Eu amo o carnaval, nasci em fevereiro, então o carnaval todo é uma grande festa de aniversário para mim. Eu estou muito ansioso e acredito que sim que podemos ter esperanças de um carnaval ano que vem, ainda mais com o avanço da vacinação no Estado e a flexibilização que já está acontecendo”, pontua o jovem.

Ainda segundo ele, o motivo do “grito” promovido na última sexta (8) foi justamente pela ansiedade, “para as coisas voltarem ao normal. Nós não aguentamos mais esperar, as pessoas precisam sentir que nossas vidas estão voltando, podemos voltar a nos divertir! Isso também estimula as pessoas que ainda não se vacinaram, a se vacinar, uma vez que só podem entrar nos eventos com o comprovante de vacinação”, argumenta Renato.

Sem data definida

Entretanto, o que há no momento é ainda um diálogo entre o governo do Estado e a Liga das Escolas de Samba para possível realização de apresentações presenciais do carnaval 2022. Para o secretário municipal de Cultura e Turismo, Max Freitas, a proposta existe, mas uma definição deve ser feita em novembro. “Não temos ainda  nada definido sobre o carnaval do próximo ano. Há a proposta de fazer, mas ainda há a discussão sobre as comemorações de Ano-Novo, se vamos ou não fazer. Estamos esperando mais um pouco para ver se há essa possibilidade, estudando o andamento da COVID-19 em relação a variantes e números, para então definir se pode caminhar ou não”, finaliza Max Freitas.

(Texto: Beatriz Magalhães)

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