Atrações durante o Festival de Bonito vão ter recursos de acessibilidade

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O acesso à cultura a pessoas com deficiência está garantido no XXII Festival de Inverno de Bonito, que será realizado nesta semana. Diversas atrações, desde os shows principais, contação de histórias, demais ações na área de literatura, apresentações de dança, teatro e circo e gastronomia vão oferecer recursos acessíveis com o intuito de atender a todos os públicos e sensibilizar os participantes do evento para a importância da acessibilidade.

Os recursos que estão disponíveis para o público durante o Festival são: a audiodescrição e libras. A audiodescrição é um tipo de acessibilidade comunicacional que possibilita às pessoas com deficiência ver as imagens por meio das palavras e está prevista em lei. Por meio da narração, ela dá elementos para que estes usuários especiais consigam construir imagens mentais acerca de suas vivências.

A Língua Brasileira de Sinais visa promover a acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência auditiva e foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão pela Lei 10.436/2002. A língua de sinais também é conhecida como língua gestual, pois utiliza as mãos e os dedos, em substituição à língua, para se comunicar. É por meio dela que as pessoas surdas, ou com deficiência auditiva, se comunicam entre si e com o mundo.

Para a coordenadora de acessibilidade do Festival, especialista em acessibilidade cultural e audiodescritora, Ivone dos Santos, promover acessibilidade num Festival como o de Bonito é de suma importância para as pessoas que precisam de acesso tanto físico como comunicacional, que é o caso de Libras e de Audiodescrição. “É um direito que as pessoas com deficiência, as pessoas idosas que precisam de acesso para participar como qualquer pessoa. A acessibilidade é para todas as pessoas, independentemente de você ter algum tipo de deficiência ou não. Atualmente ela está muito focada nas pessoas com deficiência ou nas pessoas com mobilidade reduzida, no caso de idosos ou de alguém que sofreu algum acidente, e é temporário, pais que andam com carrinhos de bebê. Então, ela se expande não só para pessoas com deficiência mas também para outras pessoas que estão necessitando naquele momento”.

Ivone enfatiza que a acessibilidade não é somente física. “Existe acessibilidade comunicacional. Uma pessoa que é surda precisa do intérprete de Libras para ela poder ter acesso ao que está sendo produzido como uma música, uma palestra, uma oficina. É importante que tenha Libras para essas pessoas poderem estar presentes e participar como qualquer outro cidadão”.

A coordenadora explica que a audiodescrição é um recurso que está disponível não apenas para deficientes visuais, mas para pessoas em outras situações. “No caso das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição é de fundamental importância para as pessoas terem acesso às imagens, à comunicação visual. E não é só para as pessoas com deficiência visual a audiodescrição. Pesquisas têm demonstrado que ela favorece tanto pessoas com deficiência visual, como pessoas idosas, pessoas que não têm muita literacia, pessoas que se encontram de qualquer maneira num estado em que ela não está compreendendo muito bem o que está acontecendo de maneira visual e também pessoas com deficiência intelectual”.

Felipe de Jesus Sampaio, intérprete de Libras, responsável pela tradução em Libras do Festival de Inverno de Bonito 2023, está feliz em participar novamente do Festival. “A gente já teve essa experiência no Festival do ano passado, em que eu também fui responsável pela demarcação das ações e os shows. A gente tem a empresa Comunique Acessibilidade, que é a empresa que está prestando serviços ao Festival. A área cultural é uma área que me encanta muito, a gente está cada vez procurando mais saber e entender e estou muito feliz em realizar novamente o Festival na parte inclusiva”.

Felipe diz que durante a seleção que foi feita da parte da programação que teria tradução em Libras, o principal critério foi a programação mais cultural do Festival. “A seleção que a gente fez foi pensar mais no lado mais cultural, não desviar das palestras, dos eventos, mas a gente queria trazer a acessibilidade para um lado mais cultural, porque geralmente a comunidade surda de Bonito não tem tanto acesso a esse tipo de arte, a espetáculos de teatro, de circo, então as ações são mais voltadas para este tema, junto com a literatura também, que é uma área que a comunidade surda tem uma ligação cultural. Os shows principais, os shows do CMU a gente vai fazer acessibilidade, vamos organizar o espaço, o local onde a comunidade surda e as pessoas com deficiência de um modo geral vão poder ficar, espero que que seja um evento inclusivo e espero que seja o momento muito legal”.

A novidade deste ano é um grupo de whatsapp que será criado com a comunidade surda de Bonito para acompanhar a programação do Festival. “Nós vamos criar um grupo por whatsapp onde vai ser divulgada a programação com acessibilidade para a comunidade surda de Bonito. Como eu trabalhei na Feira Literária de Bonito agora no mês de julho, que eu tive um contato enorme com a comunidade surda, nós vamos fazer este grupo no whatsapp onde nós vamos mandar todas as informações em vídeo para o pessoal”, finaliza Felipe. Construído de forma transversal, envolvendo diversas pastas da gestão estadual e ouvindo a sociedade, o XXII FIB acontecerá de 23 a 27 de agosto com realização do Sesc MS – que integra do Sistema Fecomércio MS, Governo de MS, Fundação de Cultura, e Prefeitura de Bonito.

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