Artista plástico atrai olhos curiosos com trabalho rico em detalhes folhas

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Artista plástico atrai olhos curiosos com trabalho rico em detalhes folhas

Sem materiais de desenho ou pintura, Alan Vilar, 26 anos, quando criança desenhava no chão, com galhos e tons diferentes de terra. A simplicidade moldou seu estilo e hoje o artista plástico utiliza materiais simples e da natureza como instrumento de trabalho, o que tem despertado curiosidade e encantamento em quem quer que conheça sua arte.

O bordado nas folhas surgiu sem pretensão. Grande curioso, sempre experimentando coisas novas, em 2019 passou a estudar sobre escultura em folhas. “São recortes feitos nela, e quando colocada contra a luz forma uma imagem, então testei e deu supercerto”, conta.

Paralelamente a isso, Alan já vinha percebendo um movimento em relação ao bordado de forma artística, conheceu o trabalho de alguns artistas que bordavam em folhas, o que o estimulou a tentar. “Antes de ir para a folha fiz dois bordados no tecido, nunca tinha bordado, mas acredito que toda a experiência que tenho com o desenho e a pintura me ajudaram bastante”, destaca Alan.

Por falta de mais referências neste segmento, o trabalho do artista plástico foi intuitivo, o que o fez buscar por novas linguagens para diferenciar seu trabalho, como penas, casca de urucum e até insetos. Quanto ao bordado, também procurou outras possibilidades, desenvolveu trabalhos em esqueletos de folhas, pétalas de rosas, asas de borboletas e tantos outros materiais inusitados.

“A partir do estímulo que foram os bordados em folhas secas, a vivência que tenho do sítio e todo meu repertório, surgiram vários outros trabalhos fruto de muita pesquisa, estudo e treino. Sempre gostei muito de mesclar técnicas e sempre fui muito curioso, então misturei também o bordado com a técnica de escultura em folhas, fiz alguns bordados com volume e movimento, como a arara que abre a asa, bordados em 3D e criei as folhas vitrais”, aponta.

Alan não imaginava que este estilo artístico seria tão bem-aceito pelas pessoas. Hoje, percebe que tentar novas técnicas o estimulou muito em seu crescimento como artista, o que abriu um leque de possibilidades.

“Sempre vão surgindo novas ideias e vou anotando tudo para não esquecer, tem muita coisa ainda que quero desenvolver e testar, o bordado foi algo que me surpreendeu muito e pretendo estar sempre criando coisas novas”, comenta o artista plástico.

Por sua singularidade, o trabalho de Alan tem inspirado outros artistas a se desafiarem em novas técnicas, o que o deixa muito contente por ter sua arte valorizada dessa forma.

“Fico bem feliz em ter encontrado uma linguagem que me diferencia. Não fui o primeiro nem sou o único que bordo em folha seca, mas a busca por evoluir e diferenciar meu trabalho me fez alcançar resultados únicos, e fico muito contente em ver pessoas se inspirando e acompanhando todo esse processo de descoberta e evolução”, enfatiza.

O artista já participou de várias exposições e festivais no Estado, entretanto, por conta da pandemia do novo coronavírus, ainda não conseguiu expor seu trabalho com as folhas. No ARTES Ellen Prudente Sem materiais de desenho ou pintura, Alan Vilar, 26 anos, quando criança desenhava no chão, com galhos e tons diferentes de terra. A simplicidade Bordado em Artista plástico atrai olhos curiosos com trabalho rico em detalhes folhas momento, cria um acervo na esperança de promover uma exposição quando a situação de saúde do país estiver melhor.

Entre tantas dificuldades de ser artista no Brasil, Alan encara o desafio de se desdobrar em muitas tarefas. Ministra aulas de desenho, realiza cursos, faz faculdade de design e produz encomendas. “Atualmente estou com a agenda aberta para setembro, como tenho de me dividir entre tudo, não consigo ter peças a pronta-entrega”, fala.

No sítio da família, seu ateliê é uma mesa e um banco embaixo das árvores e é da natureza que tira sua inspiração e matérias-primas. “Vivo recolhendo folhas, insetos, penas e às vezes as pessoas encontram algo assim, lembram de mim e guardam. Tem muitas pessoas que nem conheço, mas que conhecem meu trabalho e veem algo e guardam para me dar”, conta Alan.

Alan diz que já tentou se interessar por outras profissões e áreas, mas de alguma forma a arte sempre o chama de volta. Segundo ele, a irmã diz que, quando o vê pintando ou criando algo novo, ele parece estar em outro mundo e é exatamente assim que se sente.

“Eu vejo meu trabalho como sendo algo que me ajuda a demonstrar quem realmente sou. Me sinto muito feliz quando estou criando, e fico mais ainda quando vejo que alguém comprou minha ideia, ou está se inspirando no meu trabalho”, destaca.

SERVIÇO: Mais informações sobre o trabalho de Alan Vilar estão disponíveis na página do Instagram @alan.vilar.

Texto: Ellen Prudente

Veja a matéria: https://oestadoonline.com.br/conquista-deficientes-visuais-terao-certidoes-de-nascimento-e-casamento-em-braile/

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