“Cruella” é uma aposta da Disney para trazer a história que já conhecemos para Liveaction. É inevitável que essa e outras adaptações aconteçam, já que a empresa busca angariar novos públicos, e as novas gerações simplesmente não se interessam por animações 2D e filmes com progressão de trama lenta. Mas esse filme lançado no último dia 3 de julho tem lá seu charme e investe em um tom mais ousado.
Emma Stone, embora seja uma excelente atriz, ainda busca seu lugar na Hollywood cada vez mais sem ideias inovadoras. Mas ela sempre busca produções que tenham boas ideias, principalmente que vão se destacar no cenário mais comercial de cinema. Uma escolha bem acertada. “Cruella” aposta em uma progressão rápida da personagem que teve uma infância difícil, porém sempre teve grandes aspirações no mundo da moda.
Quando ainda pequena, ela já toma grandes decisões que mudam completamente os rumos não só dela, mas da dupla de ladrões Jasper e Horácio. Que são interpretados por Joel Fry e Paul Walter Hauser, que entregam atuações razoáveis já que são uma espécie de faz tudo da moça.
Emma Thompson é uma antagonista daquelas que odiamos logo na primeira cena e isso se deve pela competência da atriz e não pelo roteiro, que é preguiçoso em reciclar a persona de vilãs dos anos 80 e 90 como Úrsula da “Pequena Sereia”. É óbvio que a Disney não dá tiros no escuro quando o assunto é fazer filme, eles já se acostumaram a inovar na linguagem, no visual e até em enredos mais modernos, porém a forma de apresentar e conduzir esses personagens é a mesma.
Esse filme conta com figurinos estonteantes e essa mistura do mundo punk em meio a certeza da tradição da moda do começo dos anos 1970. “Cruella” tem um ótimo desenvolvimento e faz com que o público vá comprando sua premissa inicial, mas infelizmente se perde totalmente no segundo e terceiro ato.
.Talvez a resolução precoce da situação da protagonista seja onde o filme peca, chega uma hora que não tem mais para onde ir e os caminhos que ele toma, quando tem noção disso, são completamente ilógicos, dá impressão que foi concebido às pressas para apresentar para os executivos da Disney.
A direção de Craig Gillespie dá esse tom de emergência e relevância a história resultando na conexão bonita entre os personagem e dos cães já que esse filme é um prelúdio aos acontecimentos de “101 Dálmatas”. “Cruella” é um filme bem competente no que se propõe a apresentar, é uma ótima pedida para o fim de semana além de já estar no Disney plus e nos cinemas, embora tenha um tom nostálgico do qual chamamos de filme “sessão da tarde”.
(Filipe Gonçalves)