Ano Novo cultura renovada: Para 2023, as expectativassão de consolidação dos eventos culturais em MS

Cultura
Foto: Bruno Rezende/Portal MS

Durante todo o ano de 2022, uma das palavras mais utilizadas em relação aos eventos culturais foi “retomada”. A pandemia recuou em números, após a vacinação, o que possibilitou que as pessoas pudessem voltar – em tese – a tão adorada aglomeração. Agora, já em 2023, com o novo governo, as perspectivas para a cultura são de consolidação de editais, festivais e ações em prol dos profissionais desse segmento, que é tão vasto e importante para a sociedade.

A partir de 2023, as pastas de turismo, esporte, cultura e cidadania foram aglutinadas, e serão uma só, passando a ser a Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, com a sigla Setescc. Para o novo titular, empossado no último domingo (1º), Marcelo Miranda – nome já conhecido no meio esportivo, por ser, anteriormente, titular da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS) -, apesar de ser um grande desafio, o sentimento é de felicidade.

“Essa pasta é um grande desafio, posso dizer que o maior desafio da minha vida e estou muito feliz com a confiança do governador Eduardo Riedel, pois, além de ser uma pasta muito grande, que envolve várias fundações e todas as subsecretarias, tem um papel muito importante na questão da cidadania.”

Os desafios que agora se apresentam são de ordem prática. “O principal desafio é a integração das políticas públicas. A gente vem de um governo que tem resultados fantásticos, no esporte, no turismo e na cultura, e uma preocupação muito grande com a cidadania. A gente tem dois grandes desafios: primeiro, avançar nestas conquistas, e o segundo, integrar essas políticas públicas, democratizando o acesso a todos os serviços que o Estado proporciona para o cidadão”, explica Miranda.

A democratização do acesso aos editais da área cultural é uma das metas da gestão da nova secretaria, que pretende, ainda, dar sequência ao trabalho que já vinha sendo realizado anteriormente.

“No que tange a área cultural, nossa expectativa é estimular o desenvolvimento e a manutenção da potência produtiva e criativa do setor, desburocratizando para democratizar o acesso aos editais e serviços oferecidos, estabelecendo o diálogo constante com todos os municípios e a classe artística, dando continuidade ao fomento do mercado cultural contemplando a diversidade e as diferenças de todos os segmentos.”

Editais

Marcelo detalha que a gestão de Reinaldo Azambuja proporcionou muitos avanços para a cultura, e isso deve ser mantido no governo de Eduardo Riedel, e cita que em 2022 foram lançados dois editais do FIC (Fundo de Investimentos Culturais) com aporte de R$ 8 milhões cada, sendo que um já está em execução e com pagamentos efetivados, e o segundo, lançado em dezembro, tem previsão para execução durante o ano de 2023.

O secretário também menciona a LAB (Lei Aldir Blanc) e a Lei Paulo Gustavo, e afirma que tanto uma quanto outra, mostraram que é necessário haver conexão entre as esferas federais, estaduais e municipais, para que se alcance o fortalecimento do setor cultural.

“Cultura é investimento, e vamos continuar investindo nos projetos que deram certo, mas também com um novo olhar e perspectivas para a transversalidade entre esta pasta e as demais secretarias do governo, para que de fato todos os sul-mato-grossenses tenham acesso ao que nós, enquanto Governo, disponibilizamos, assim como a proposta de oportunizar a qualificação para os artistas, para a participação e prestação de contas em editais públicos, fortalecendo o acesso às políticas públicas culturais”.

Como fica agora?

“Com o avanço que o governo teve em todas essas áreas, cultura, esporte, turismo e cidadania, com as subsecretarias, eu acredito que o foco agora é melhorar a transversalidade nas ações. O grande desafio desta pasta é fazer com que as ações do governo cheguem a todos os sulmato-grossenses, esse é o grande objetivo desta pasta com tanta responsabilidade que une essas áreas”, adianta Marcelo, dando a entender que a integração será a palavra de ordem para a gestão da Setescc.

E Miranda conclui, firmando compromisso com a população e reafirmando o empenho para a jornada que apenas se inicia. “E, mais uma vez, ressalto que a população de Mato Grosso do Sul pode esperar muito empenho, comprometimento, formação de uma equipe técnica que consiga transformar a vida do sul-mato-grossense, na minha gestão enquanto secretário da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania.”

O ex-secretário de Cultura e Cidadania, Eduardo Romero, que deixou a pasta na última semana, afirma que, em 2022, a volta dos grandes festivais culturais foi um dos fatos mais marcantes.

Cultura do Estado pulsa em 2022

“Ver o público de novo ocupando esses espaços públicos, acompanhando a programação, indo para as praças, indo para os espaços de eventos, lotando as atividades. Isso aconteceu em Corumbá, aconteceu em Bonito, aconteceu em Campo Grande, ficou muito forte essa energia da retomada do espaço, de ocupação do espaço público.”

O ator André Tristão, bastante atuante na cena, assim como Romero, viu, na volta dos grandes eventos, um dos fatos mais marcantes de 2022, mas para ele, o ano passado foi marcante também por outros motivos.

“Para mim, bastante coisa aconteceu neste ano! A novela Pantanal foi um grande acontecimento na minha carreira, e espero que seja só o início de uma boa relação com o audiovisual. Tive também um projeto aprovado no FomTeatro (Programa de Fomento ao Teatro), para a montagem de um solo meu que, inclusive estreia agora, no final de janeiro, e também uma residência em dança, que eu e mais dois artistas do Estado – Marcos Mattos e Renata Leoni – fizemos, com o Centro Coreográfico Nacional de Tur, da França.”

Como não poderia deixar de ser, o ator está esperançoso com o cenário que pode se desenrolar em 2023.

“Eu estou muito contente com o que 2022 trouxe para mim. Mas mais ainda com o que 2023 trará para a gente: uma retomada da Cultura! O restabelecimento do Ministério da Cultura e das políticas públicas nacionais que farão com que nosso país todo se movimente de verdade, valorizando e proporcionando desenvolvimento da área cultural”, pontua.

Para o jornalista Alex Fraga, 2022 ficou marcado pelas perdas para a cultura, não apenas do Estado, como do Brasil. “São grandes artistas amigos e que farão falta, como a cantora Delinha, a artista visual de Corumbá, Izulina Xavier, o músico e compositor do Grupo Acaba, Chico Lacerda. Nacionalmente, as mortes de Gal Costa, Rolando Boldrin, Nélida Piñon, Erasmo Carlos, o ator Paulo Rangel e a escritora Lygia Fagundes Telles”, enumera.

“O único projeto que vi e achei interessante foi o Festival Sarau Cidadania e Cultura no Parque. Acho que esse, sim, foi um projeto que atingiu a comunidade e foi para os bairros. Os outros são continuidade dos anos passados. Vale ressaltar, também, a Feira de Literatura de Dourados, onde os estudantes tiveram acesso à literatura e contato com os escritores. Excelente”, conclui o profissional.

Por Méri Oliveira – Jornal O Estado do MS

Confira mais a edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *