Padroeira dos povos ciganos, festa de Santa Sara Kali acontece hoje na Capital

Foto: Divulgação
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Celebrado no dia 24 de maio, o dia dos povos ciganos será comemorado pela prefeitura de Campo Grande a festa de Santa Sara Kali. O evento é uma homenagem à santa de mesmo nome, considerada padroeira dos ciganos.

O evento irá promover diversas ações artísticas com apresentações de músicas, poesia, artesanato dança e comidas tipicas dos povos ciganos. 

A Academia Internacional de Letras e Artes Romani (AILA), reconhecida em 75 países como a única academia de letras cigana, sediada em campo grande, realizará na quinta-feira (25) a cera cerimônia de diplomação e instalação de um novo membro, o renomado escritor cigano carioca Marcelo Rates Quaranta. Esse reconhecimento visa destacar e honrar seu talento e contribuição para as letras e artes romani. Além disso, o evento será marcado por apresentações culturais emocionantes.

O encontro é uma ocasião especial para celebrar a cultura cigana e ressaltar a importância de Santa Sara  Kali, padroeira do povo cigano. Pedro Nicolich, presidente da AILA e organizador do evento, destaca a relevância de valorizar as tradições e expressões artísticas do povo cigano.

Em Campo Grande, a cigana Luna Negra, explica a importância da data para a cultura cigana. “É um dia muito importante para a comunidade, pois não só resgatamos a cultura e passamos as nossas tradições para as outras gerações, como também significa toda a resistência do povo, a resistência cultural, a resistência social e uma oportunidade da comunidade estar se aproximando, conhecendo e, a partir dai, estar desmistificando os preconceitos históricos que existem sobre o povo cigano”.

De acordo com uma versão da lenda, Sara foi uma das mulheres que conviveu com Jesus e foi obrigada a fugir de Israel devido a perseguições. Ela e mais outras pessoas foram deixadas em um barco à deriva. Sara então rezou para que chegassem a salvo em terra firme. A embarcação atracou na França, e atualmente o local onde o barco parou foi nomeado como Sainte-Maries-de-la-Mer, em homenagem às três Marias que acompanhavam Sara na embarcação.

Para Luna, Santa Sara é um símbolo de força para a cultura cigana. “A importância de Santa Sara para nós é justamente nesse sentido. No sentido da resistência, porque a lenda dela já mostra isso. Sara era uma mulher negra, pobre e escrava egípcia, mas que conseguiu vencer todos os obstáculos e se transformar num ícone da cultura cigana. Então ela é a representação de toda a força e de toda resistência, principalmente das mulheres ciganas”, explica.

Conforme a cigana, as comemorações podem ser um pouco diferentes dependendo da localização. “Na França, em Sainte-Maries-de-la-Mer, que é onde está a gruta de Sara Kali, as comemorações são diferentes das que acontece no Brasil, lá existem ritos específicos relacionados ao mar e a gruta. No Brasil e em outros locais do mundo, todos os ciganos que são devotos de Sara Kali fazem as suas comemorações com as oferendas de frutas, vinhos e as danças tradicionais e ritualísticas que se fazem no dia de hoje para honrar a padroeira do povo cigano”.

Luna destaca um dos pontos da festa. “Um dos rituais interessantes que se faz na festa de Santa Sara, não só na festa de Santa Sara mas em todas as festas tradicionais ciganas, é o ritual do fogo, da fogueira, que representa também a nossa ancestralidade. As pessoas que vierem aqui, vão poder conferir a procissão tradicional de Santa Sara, a entrada dela com o fogo sagrado”.

Segundo ela, para a festa de hoje muitas famílias ciganas de outras localidades se deslocam para celebrar. “As etnias ciganas que moram aqui em Campo Grande e as que vem para nos visitar. Vieram ciganos e ciganas de várias partes do país para cá hoje, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro entre outras”, comenta.

Serviço:

A festa de Santa Sara Kali, realizada em parceria com a Secretária Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande, acontecerá nos dias 24 e 25  de maio, das 18h as 22h, na plataforma cultural, localizada na avenida calógeras 3015. A entrada é gratuita, e os visitantes serão convidados a contribuir de forma filantrópica com 2kg de alimentos não perceptíveis, frutas, agasalhos e livros. Essa é uma oportunidade de vivenciar a rica cultura cigana e expressar solidariedade por meio dessas doações.

Com informações da repórter Carolina Rampi 

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