Academia de Letras do Brasil empossa 14 novos membros amanhã

Rafael Belo
Nilson Figueiredo

Presente em MS desde 2012, ALB ainda é pouco conhecida, mas muito atuante

A ALBCG (Academia de Letras do Brasil Seccional Campo Grande) empossa, nesta quinta-feira (10) a noite, 14 novos membros reconhecidos por sua contribuição na literatura na Capital. Entre os agraciados, está Rafael Belo, conhecido, entre outras coisas, por sua poesia.

Fundada em 2012, a Academia de Letras do Brasil tem a finalidade de divulgar a cultura literária no município e região, registrar, difundir, preservar e estimular a cultura, a história e as realizações literárias locais; fazer a divulgação de obras e realizações culturais de personalidades nascidas, residentes ou que tenham uma relação estreita com a cidade.

O incentivo e desenvolvimento de atividades culturais e sociais também compõem a finalidade da ALBCG, bem como, apoiar a criação, ampliação e melhoramento de acervos bibliográficos de bibliotecas locais e, ainda, promover ações integradas de cultura.

Rafael Belo

Rafael Belo é o poeta, escritor e jornalista e diretor do O Estado Play. O contato com as letras veio bem cedo em sua vida, ainda na infância, onde o artista rascunhava seus versos e já brincava – a sério – de fazer poesia.

Entretanto, a publicação de seu material só começou em 2008, quando o escritor criou o blog “Olhares do Avesso”, como meio de treinamento para poder escrever sobre coisas variadas, escolhendo um tema e escrevendo sobre ele uma poesia, um mini-conto e uma crônica, o que relata ter ajudado muito a escrever sobre coisas diversas, em qualquer tipo de linguagem.

Ao ser chamado para a ALBCG, Rafael ficou hesitante e, antes de aceitar o convite, sopesou os prós e contras. “Eu pensei bom, eu não posso recusar um convite de reconhecimento do trabalho que a gente faz, e também de representatividade, porque eu não conheço nenhum negro dentro de uma academia atualmente. Tem o Gil, que agora, se não me engano, foi o primeiro da Academia Brasileira de Letras, depois de tanto tempo.” Em seguida, o jornalista menciona o fato de que a ABL foi criada pelo escritor Machado de Assis, reconhecidamente negro, apesar de este fato ser pouco citado.

Responsabilidade

O poeta optou por escolher uma cadeira vaga da academia e escolheu como patronesse a famosa e icônica figura de Tia Eva, mulher que veio de Goiás para o ainda Mato Grosso, chegando em Campo Grande no ano de 1905. “É uma representatividade muito grande, ela era uma escrava que sabia ler e escrever. […] Trabalhava de tudo e começou a ganhar respeito, o pessoal começou a conhecê-la, e ela conseguiu comprar oito hectares de uma terra onde hoje é a Comunidade Tia Eva. O grande sonho dela era dar a melhor educação possível para as filhas dela, por isso ela veio para Campo Grande. Como não homenagear uma pessoa desse porte, desse gabarito? Além de tudo, tem a representatividade”, explica o escritor.

Para Rafael, aceitar o convite tem um peso e uma grande responsabilidade, que só aumenta. “Querendo ou não, se você recusar o convite, deixa de ter uma pessoa de referência para aquelas pessoas que acreditam que não vão chegar por causa da cor da pele, porque são pobres, então a educação, como a Eva mostrou, em 1887, é a base para tudo”.

Agraciados

Além de Rafael, também vão assumir cadeiras da Academia os nomes: Kátia Souza Santos; Lucimara de Oliveira Calvis; Leoney Martins Duarte Barbosa; Helena Karavassilakis Uzum; Jessé Nogueira Magalhães; Leize Demétrio da Silva; Suzete Rodrigues Ferrazza; Otávio Trad; Douglas Calvis Crelis; Rosana Cláudia Delfino Anunciação Franco; Angela Cristina Colognesi dos Reis; Sidnei Garcia de Freitas e Carmem Conceição Britez de Eugênio Crivelente. (Texto: Méri Oliveira)

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