‘A Bela e a Fera’

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

   Musical conta com mais de 30 atores para dar vida a um dos contos de fadas mais famosos do mundo

Transcendendo do universo dos livros clássicos, para as telas de cinema e agora para os palcos do teatro, a história da Bela e a Fera chaga a Campo Grande neste sábado (13) contada de forma mágica e encantadora, com um espetáculo recheado de música, dança, cenários e uma narrativa que promete levar o público para em um dos contos de fadas mais clássicos da história. A peça “A Bela e a Fera: O Espetáculo Musical”, encanta plateia pelo Brasil desde 2017, e traz para os palcos um dos maiores clássicos de animação do cinema.

A Bela e a Fera é um tradicional conto de fadas francês, originalmente escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, em 1740, sendo mais conhecido por sua versão de 1756, resumida e modificada por Jeanne-Marie LePrince de Beaumont. Na história mais conhecida do conto, o pai da jovem Bela, ao voltar de uma longa viagem, colhe uma rosa para a filha dos jardins de um palácio, mas é surpreendido pela Fera, que o ameaça de morte. Para salvar o pai, Bela troca de lugar com o homem, e fica aprisionada no castelo da Fera. Entretanto, em uma emocionante reviravolta, que mostra a importância da aceitação, beleza interior, e bondade, Bela se apaixona pela Fera, e descobre uma misteriosa maldição que assola o amado e seu castelo.

A versão mais famosa e aclamada é a animação da Disney, lançada em 1991, com direção de Gary Trousdale e Kirk Wise. A época, o longa-metragem adaptado se transformou em um sucesso de bilheteria, sendo a primeira animação da companhia a ultrapassar os US$ 100 milhões de dólares de lucro, a primeira a conquistar uma indicação para o Oscar de Melhor Filme e a ganhar o Globo de Ouro de Melhor Comédia/Musical, e ainda faturou o prêmio de Melhor Canção e Melhor Trilha Original. É até hoje uma das animações mais aclamadas por fãs de todas as idades;

Com um elenco que atua, dança e canta ao vivo, o espetáculo possui direção executiva de Daniela Schiarreta, direção musical do maestro Eduardo Pereira, preparação vocal de Mariana Nunes, coreografias de Tatiana Abbiati, Alessandra Lona como dance captain, direção residente de Ewerton Novaes e direção-geral do renomado diretor Bruno Rizzo.

Em entrevista para o jornal O Estado, a atriz responsável por dar vida a Bela, Flávia Mengar, relatou que a sua preparação para viver Bela acontece diariamente, com a cada experiência de apresentar o espetáculo. “Veio com o fazer, descobrir como a personagem poderia reagir a certas coisas, contornar certas coisas. É claro que teve uma preparação, pesquisa sobre a época, sobre a própria animação da Disney, sobre o livro com o conto original, para construir as camadas dessa personagem, e trazer essas camadas para o universo infantil”.

Para a atriz, a personagem possui diversas qualidades das quais ela se identifica e que são referências na animação. “Eu acho que a Bela é muito perseverante, segue muito o coração dela, e é muito resiliente também, ela entende a situação que esta, respira fundo, e segue sendo ela mesma, na realidade em que se encontra. Eu me identifico muito com ela nisso, em ter que respirar fundo e ter que seguir mesmo com as adversidades, dando o meu melhor”, explica. “Eu acho que tem uma questão na Bela muito relacionada a altivez dela, ela não se cala, não é passiva nas situações. Acredito que muito dessa força, por lutar pelo que é certo e nunca desistir, diz sobre a bravura e a independência dela, então o texto acaba ajudando muito a gente a trazer essa questão da força e da independência, sem perder a figura da princesa que ela é. As crianças precisam ver que é a mesma personagem que eles veem no desenho”, complementa.

A turnê já percorreu mais de 50 cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, João Pessoa, Goiânia, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu, Curitiba, Maceió, Natal, Joinville, Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza, entre outras. Impactando um público de mais de 250.000 pessoas, em 4 anos. Tendo sua experiência internacional com turnê no Uruguai e Argentina.

Desafios e público

Flávia já atuou em diversas produções musicais como “A Pequena Sereia”, “O Mágico de OZ”, “Frozen” e “Abba Experience”, por meio da BRZ Produções. Segundo a atriz, a responsabilidade aumenta quando se trata de um personagem como a Bela, que carrega um significado muito grande na vida de tantas pessoas.

“Eu faço tudo com muito carinho e com muito amor, sempre tentando trazer o melhor que eu posso para o espetáculo e para o público que esta assistindo. A nossa rotina é muito corrida, mas sempre que não estou em um estado de esgotamento muito grande, tento tirar foto com as pessoas vestida de Bela, para receber as pessoas e abraçar esse carinho que elas têm por essa obra que é tão icônica e tão atemporal. Costumamos receber feedbacks de pessoas que dizem que a música marcou tanto que tocou no casamento, por exemplo. O filme marca as pessoas, e é muito gostoso fazer parte, de certa forma, do momento que marcou a vida da pessoa. É uma responsabilidade bem grande”, contou.

Com músicas icônicas e figurino marcante, mesmo com outras adaptações existentes, a versão cinematográfica da Disney é a mais famosa. Tanto que, conforme Flávia, o vestido de Bela precisou ser modificado, para que ficasse o mais parecido possível com a versão da animação.

“Muitas das coisas do desenho foram mantidas porque a gente trabalha com projeções. Então, é claro que não é uma cópia do desenho, por exemplo, a cena da valsa da Bela e a Fera é extremamente icônica, então não tem como a Bela não usar o vestido amarelo igual ela usa no desenho. Tanto que esse vestido foi reformulado, não está como nas fotos de divulgação, para parecer mais igual ao do desenho, porque a cena que o público mais espera é ver a Bela no vestidão e a valsa dos dois. Muitas das partes icônicas do desenho e da história, em geral, foram mantidas, justamente para manter a memória emotiva das pessoas e para tentar suprir as expectativas delas em relação a essa cena. No geral, tudo que é do filme, foi mantido intacto de certa forma, porque é isso que as pessoas estão indo para ver”.

Sendo uma peça de teatro, as cenas precisam ser cronometradas, para os atores realizarem no tempo correto a troca de figurino e de cenário, por exemplo. Flávia destaca que as cenas mais emocionais são as mais desafiadoras, como a de quando Bela vira prisioneira e se sacrifica no lugar do pai.

“É uma cena muito intensa, na peça, tecnicamente falando, é uma cena trilhada, ou seja, a gente tem uma trilha para seguir, e é uma cena extremamente dramática e com uma carga emocional muito alta, mais que outras cenas, ela exige um grau de atenção muito grande, porque tem que prestar atenção na trilha, nas falas que precisam ser dadas, controlar o emocional, que emenda com uma música da Bela dificílima, que não existe no filme, apenas no musical da Brodway, então se você chora demais na cena anterior, a voz não aguenta cantar. E aí tem o tempo certo para cantar, para virar, da fala, na entrada e saída, é tudo muito técnico e, ao mesmo tempo, forte emocionalmente. É uma cena que exige mais atenção e centro”, explicou.

A atriz finaliza com o desejo de que a história fique marcada no coração do público. “É uma história linda que traz lições lindas, aborda temas importantes, inclusive na vida das crianças, como a importância da família. Acaba que é um espetáculo sobre muitas coisas, fala sim sobre o amor da Bela e a Fera, mas fala sobre outras coisas que são muito importantes, que estão nas bordas. Espero que o público consiga enxergar isso, entender o quão as lições são importantes, que eles sejam tocados de alguma forma”.

Serviço

“A Bela e a Fera – O Espetáculo Musical”, será realizado neste sábado (13), às 15h30, no Palácio Popular da Cultura, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, no Parque dos Poderes. Ingressos podem ser adquiridos por meio do site https://www.ingressodigital.com/evento/10479/A_Bela_e_a_Fera_In_Concert .

Por Amanda Ferreira e Carolina Rampi

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