9º Festival Internacional de Violão

Prata da Casa A Orquestra Municipal de Campo Grande se apresenta sob a regência de Rodrigo Faleiros - Foto: Instagram/Divulgação
Prata da Casa A Orquestra Municipal de Campo Grande se apresenta sob a regência de Rodrigo Faleiros - Foto: Instagram/Divulgação

Em homenagem ao violonista Levino Albano da Conceição, evento terá masterclasses, concertos internacionais e concurso com prêmios em dinheiro

 

Entre rodas de conversa, concertos de música erudita e popular, o violão, um dos instrumentos mais queridos por homens e mulheres, será o centro das atenções em Campo Grande, entre os dias 30 de abril e 4 de maio. A cidade recebe mais uma edição do tradicional festival internacional dedicado exclusivamente ao instrumento, reunindo artistas do Brasil e do exterior em uma programação aberta ao público, com concertos, concursos e masterclasses.

O festival, que chega na sua nona edição, será realizado na UFMS  (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), com atividades em espaços como o Teatro Glauce Rocha e o auditório Professor Luís Felipe de Oliveira com uma equipe técnica de mais de 20 pessoas envolvidas. O evento reunirá músicos do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Estados Unidos, Portugal e Uruguai. Os ingressos para o concerto de abertura são gratuitos, mas limitados, e já podem ser adquiridos pelo público interessado.

As apresentações abertas ao público acontecerão de quarta a sábado, sempre às 20h, com artistas de destaque na cena internacional, como o Duo Sonidos — formado pelos norte-americanos Adam Levin e William Knuth —; Ricardo Abeijón, representando Portugal e Uruguai; Marcos Puña, da Bolívia; e o Mbaraká Trío, com Favio Rodríguez, Rodrigo Benítez e José Carlos Cabrera, do Paraguai.

Entre os nomes nacionais, destacam-se Marcelo Fernandes e a professora Ana Lúcia Gaborim (FAALC), além de Daniel Wolff (UFRGS), Mário da Silva (UENP), o Trio Elipsoidal com Breno Chaves, Fábio Bartoloni e Vinícius Brandão — e o Duo Cançonâncias, formado por Cyro Delvízio e Manuelai Camargo. Também estão programadas apresentações da Orquestra Municipal de Campo Grande, sob regência de Rodrigo Faleiros, e da Orquestra Jovem do Sesc Lageado.

Outro destaque da programação é o 1º Concurso Internacional de Violão, que será realizado entre os dias 1º e 3 de maio. Dividido nas categorias profissional, música de câmara e juvenil, o concurso busca promover talentos em busca de projeção artística sendo a novidade deste ano. Os vencedores receberão prêmios em dinheiro, cordas, instrumentos e um recital em 2026. As inscrições estão abertas, com taxa de R$ 20, e o regulamento pode ser consultado no site oficial do festival.

Marcos Punã – (Bolívia) – Foto: Site Oficial do músico/Divulgação

Homenagem Consolidada

Fundado por um artista paraguaio, o festival carrega, desde sua origem, uma forte marca multicultural. Em 2025, ganha destaque a obra do compositor Levino da Conceição, nascido em Cuiabá e com trajetória marcante em Corumbá. Sua música reflete a riqueza cultural do Centro-Oeste brasileiro, com influências regionais que dialogam com o repertório clássico.

Considerado um dos maiores violonistas brasileiros das décadas de 1920 e 1930, Levino da Conceição destacou-se ao lado de nomes como Américo Jacomino e João Pernambuco. Cego e vindo de uma realidade periférica no interior de Pernambuco, surpreendeu pela técnica refinada e sensibilidade musical. Sua obra, marcada por influências do repertório europeu e ritmos brasileiros como cateretê, toada e polca, reflete uma identidade cultural diversa. Levino viveu em várias regiões do país e também na Argentina, deixando um legado ainda pouco reconhecido pelo violão clássico.

Embora o violão clássico não esteja presente no cotidiano da maioria das pessoas, ele desperta grande interesse quando apresentado de forma acessível e inclusiva. Esse é justamente o papel do festival, que transita entre a música popular e a música de concerto, unindo tradição acadêmica e sensibilidade popular. O evento nasce da intersecção entre esses dois universos, promovendo experiências que dialogam com diferentes públicos.

Manuela Camargo e Cyro Delvizio (Brasil) – Foto: Luiz Contreira/Divulgação

Ao longo de suas edições, o festival tem consolidado uma identidade própria diversa, inclusiva e enraizada nas tradições locais. E a expectativa é que, já no próximo ano, essa característica ganhe ainda mais força, com anúncios e ações que devem ampliar a presença e o impacto do evento dentro e fora do Brasil.

Viajou por várias regiões do Brasil e até pela Argentina, e sua obra traz um repertório riquíssimo. No concerto desta quarta, teremos a chance de mostrar um conjunto importante de obras dele, reafirmando Levino como o grande nome do violão do sul de Mato Grosso, nascido em Cuiabá e vivido em Corumbá”, afirma Marcelo Fernandes, um dos organizadores do festival para o Jornal O Estado.

Ricardo Barceló (Uruguai) – Foto: Virgy Photos/Divulgação

Concurso e Masterclasses

O festival já conta com inscritos de diversos estados brasileiros tanto para o concurso quanto para as masterclasses, como Brasília e São Paulo, e continua com inscrições abertas para participantes do Paraná e do Paraguai. A adesão de músicos de diferentes regiões mostra que o evento tem alcançado uma repercussão muito maior do que se imagina em Mato Grosso do Sul.

A diretora de Cultura, Arte e Popularização da Ciência da Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Esporte, Rozana Valentim, reforça o papel da Universidade no apoio a iniciativas culturais. “Eventos como esse contribuem para uma formação mais ampla dos acadêmicos e de toda comunidade, estimulando a sensibilidade, a percepção musical e por que não o pensamento crítico, inclusive sobre as escolhas musicais que fazemos no nosso dia a dia. O Festival Internacional de Violão é um momento de conhecer mais sobre a produção musical de diferentes lugares e artistas, além de permitir o acesso à cultura e sua diversidade”.

Em edições anteriores, o festival alcançou comunidades quilombolas e regiões periféricas de Campo Grande, promovendo o acesso à cultura em diferentes partes da cidade. Segundo Fernandes, o evento se destaca pelo seu caráter inclusivo, com ações voltadas a projetos sociais. “Esse festival é uma verdadeira troca cultural, uma oportunidade rara de contato direto com músicos que inspiram e transformam a arte”, finaliza Fernandes.

Favio Rodríguez, Rodrigo Benítez e José Carlos Cabrera (Paraguai) – Foto: Site oficial do trio/Divulgação

Serviço

Os concertos do festival acontecerão no Teatro Glauce Rocha nas noites de quarta-feira, 30 de abril, e sexta-feira, 2 de maio. O restante da programação será realizado no Curso de Música da UFMS, localizado próximo ao Lago do Amor, ao lado da ESAN  (Escola de Administração e Negócios).

Além dos concertos, o festival oferece diversas vagas para masterclasses — aulas públicas, gratuitas e abertas tanto para participação ativa quanto para observação. A programação completa, com informações sobre horários, locais e atividades, ingressos pode ser consultada no site oficial: www.festivaldecuritiba.com.br.

 

Por Amanda Ferreira

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