Começa hoje no município de Jateí, a 47ª Festa da Fogueira, um dos mais tradicionais eventos culturais de Mato Grosso do Sul. A principal atração da festa é a queima da fogueira, que possui aproximadamente 60 metros, construída com 500 troncos de eucalipto, e é considerada uma das maiores do Brasil.
Durante três dias, a festa terá atrações musicais como as duplas Marcos e Belutti, e Ícaro e Gilmar na sexta-feira (28); Bruna Viola e Léo e Rafael no sábado (29) e a Boiadeira mais famosa do país, Ana Castela, com DJ Kevin, no domingo (30), para encerrar a festança com chave de ouro. Também haverá atrações regionais como a dupla João Lucas e Walter Filho, além da Cavalgada da Fogueira, no sábado, rodeios todos os dias, e show pirotécnico com fogos de artifício colorido e rojões, área kids, parque de diversões e missa campal.
Conforme o prefeito de Jateí, em entrevista ao Jornal O Estado, a festa é sempre esperada com muita expectativa durante todo o ano pela população do município. “A festa por si só é uma tradição, pois é edificada artesanalmente. A fogueira é construída com madeira de reflorestamento e a queima de fogos terá trinta minutos. A nossa expectativa é de um público de aproximadamente 150 pessoas nos três dias de eventos”.
A festa ainda terá diversas comidas típicas juninas, artesanatos e cerca de 70 expositores e barracas. Um dos vendedores de quitutes é o funcionário público Nivaldo Soares. Com a esposa e os filhos ele possui um trailer para vender pastéis, para completar a renda da família.
“Atendemos nos três dias de festa, e também participamos de eventos próximos aqui de Jateí, nos municípios de Glória de Dourados e Vicentina, por exemplo, com objetivo de completar a renda. Eramos de Campo Grande, e no ano passado participamos da Festa da Fogueira e do aniversário da cidade; em 2023 a prefeitura cedeu uma barraca para cada vendedor, e nesse ano compramos um trailer”, disse em entrevista ao jornal O Estado.
Além disso, Soares e a família começaram a venda de pastéis nas festas para ajudar nas despesas da faculdade de um dos filhos, que cursa medicina no Paraguai. Com as expectativas sendo as melhores possíveis, o vendedor acredita que o evento ajuda a trazer uma maior visibilidade para a cidade. “É um giro na economia, porque todos vendem de tudo aqui, desde roupas até comidas. E muitas pessoas que fazem visitas a parentes já ficam por aqui e aproveitam a festa”, completou.
Quem também sempre aproveita a festa é a jataiense Lourdes Fernandes Alves Neres. A administradora pública tem boas expectativas para a festa e já vê as atividades na cidade. “Aqui, quando entra no mês de junho, a cidade fica no clima de festa e com muito movimento”.
Já a estudante de jornalismo Melissa Ramos, desde pequena curte o evento com a família toda. “A gente costumava ir todo ano, já que morávamos em Dourados e Jateí, menos na pandemia, onde a festa deu uma pausa. Tem cavalgada, shows e como a minha família foi criada em sítio, era ótimo”.
A queima da fogueira será no sábado (29), Dia de São Pedro. Segundo o catolicismo, Pedro foi um dos 12 apóstolos de Jesus, e é reconhecido como o fundador da Igreja Cristã em Roma. É um ícone cultural, sendo um a figura venerada em tradições populares, considerado protetor das viúvas e pescadores. Por ser o primeiro Papa, há quem considere São Pedro o ‘chaveiro’ dos céus e responsável pelas chuvas do mundo, o que o torna muito venerado na agricultura.
História
A festa da fogueira ocorreu pela primeira vez em 1977, quando um grupo de alunos secundários, liderados pelo saudoso professor Manoel Sanches Gabriel, tiveram a ideia de levantar e queimar uma pequena fogueira em homenagem a São Pedro, padroeiro do município, numa quermesse, para arrecadar fundos para a escola. A festa foi um sucesso na ocasião e decidiram repetir no ano seguinte, com um desafio de aumentar a cada ano a altura da fogueira.
Em 2023, o município recebeu, apenas no dia da queima da fogueira, 10 vezes mais do que sua população. Conforme estimativa da Polícia Militar, cerca de 60 mil pessoas compareceram a Jateí num único dia, o do acendimento da fogueira gigante.
“A festa da fogueira está na alma do cidadão Jataiense. Desde crianças crescemos ouvindo suas histórias. No passado, eram retiradas madeiras das matas, com cortes manuais e serviços braçais para fazer toda a estrutura. Ao longo dos anos se modernizou: usamos madeiras de reflorestamento e temos certificação para a queima”, enfatizou a prefeitura do município por meio de nota ao jornal O Estado.
Ainda segundo a prefeitura, toda a população se envolve, seja nas missas, bem como na agenda de apresentação e ornamentações dos espaços. “A festa movimenta toda a região, pois lota todos os hotéis, até das cidades vizinhas, salões de beleza, lojas de roupas e calçados. Ocorre também a contratação de centenas de pessoas nas barracas de comida, nas frentes de trabalho para montar as estruturas, vigias e afins. As expectativas são as melhores possíveis, temos certeza que será um sucesso absoluto de público”.
Por Carolina Rampi
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