A 3ª edição do Campão Cultural – Festival de Arte, Diversidade e Cidadania de 2025, começou na quinta-feira e segue a todo vapor hoje (28), com a ‘Feira da Música de Campão’, que transformará a Capital em uma grande vitrine artística. Serão 24 apresentações, sendo 14 de artistas regionais, oito de músicos de outros Estados e dois artistas internacionais nos dias 28, 29 e 30 de março.
Os shows serão realizados no Centro Cultural José Octávio Guizzo, Buteco do Miau, Onça Bar, Ponto Bar e Blues Bar. Além dos shows, a programação ainda conta com oficinas e palestras, tudo de forma gratuita.
Com palestras, oficinas, painéis, stands, rodada de negócios, debates, workshops, shows musicais e mentorias artísticas, o objetivo da Feira da Música é abrir oportunidades para artistas e produtores de Mato Grosso do Sul se aproximarem de outros produtores, managers, gestores de carreira e diferentes profissionais do mercado musical nacional.
Em suas duas edições a Feira da Música do Campão realizou o total de 28 palestras com convidados de sete Estados diferentes, quatro painéis de debates, duas mentorias param bandas e artistas, além de 22 shows com artistas de SP, ES, MG, CE e RN e artistas regionais selecionados por edital do Festival Campão Cultural.
Conforme o jornalista, coordenador do Núcleo de Música da Fundação de Cultura do Estado e um dos organizadores da Feira, Alexander Onça Espinosa, a feira ultrapassa os conceitos pré-estabelecidos e se apresenta como um evento além dos shows.
“Primeiro, é importante explicar o que é uma feira de música. Muita gente pensa que se trata apenas de shows, mas é muito mais do que isso. No início, alguns artistas viam a feira apenas como mais uma oportunidade de edital, onde poderiam se apresentar e receber um cachê. Mas a feira vai além: ela reúne artistas, gravadoras, produtores, bookers, managers e profissionais da indústria da música como um todo”.
O organizador destaca que o evento será um campo de troca de experiências. “A palavra-chave da feira de música é networking”, enfatiza.
“Além disso, há uma preocupação em dar visibilidade a novos talentos por meio dos showcases e dos shows noturnos. Também realizamos exposições de marcas e selos musicais e promovemos algo muito valioso: os painéis de discussão. Antigamente, chamávamos de rodas de debate; hoje, são painéis com profissionais altamente reconhecidos no mercado musical brasileiro”.
Caminhos
Alexander ainda propõe que os artistas regionais compareçam em peso, não apenas nas apresentações, mas para aproveitarem o espaço como um local de trocas e aprendizados.
“No domingo, por exemplo, teremos a presença de Daniel Ganjaman, responsável por lançar e produzir os maiores discos de Sabotage. Além disso, trabalhou na produção do álbum Nó na Orelha, do Criolo. Agora, Ganjamanvem para cá, conhecer nossos artistas e compartilhar sua experiência. E ele não será o único – outros grandes nomes da música também estarão presentes. E é exatamente para isso que a feira existe: para promover esses encontros e fortalecer a cena musical”, reforça.
Mediador das palestras ‘Novas rotas de oportunidades entre o Brasil e países vizinhos’ e ‘Caminhos e desafios para circulação sustentável’, o jornalista Rodrigo Teixeira enfatiza a importância de discutir o intercâmbio cultural.
“Vou falar sobre essa questão dos diversos trechos que temos para explorar a partir de Campo Grande, conectando Mato Grosso do Sul com a América do Sul. Já temos um contato forte com o Paraguai e o nordeste da Argentina, onde trabalhamos há bastante tempo. Agora, com a Rota Bioceânica, surge um novo caminho que exigirá a construção desse intercâmbio cultural”, explica.
“Também temos a saída por Corumbá, que nos leva à Bolívia e ao Peru, abrindo novas possibilidades. Então, minha ideia é abordar essa construção que precisa ser feita nas fronteiras – tanto com o Paraguai e a Bolívia quanto com a Bioceânica, que nos conecta à Argentina e ao Chile. Vou falar um pouco do que já foi realizado, do que ainda precisa ser feito e, principalmente, ouvir a experiência dos participantes da mesa sobre esse tema”, complementa.
Programação
Os shows de Iara Rennó (28/03) e Bro MCs (29/03) serão às 20h no Teatro Aracy Balabanian. O quarteto indígena de rap de Dourados vai receber o grupo Falange da Rima. Os shows cases serão realizados à tarde na parte externa do recém-reformado Centro Cultural José Octávio Guizzo com Funk’Chula (PY), Bianca Orqueda (PY), Júlio Borba (MS) e Ruschel (MS) (16h30 de 28/03); Paulo Monarco (MT), Ossuna Braza (MS), Virgesanta (MS) e SoulRá (MS) (17h de 29/03) e Octávio Cardozzo (MG), Fhernnando Rhamos (SP), Marcela Mar (MS) e Maringá Borgert (MS) (16h30 de 30/03).
O circuito musical da Feira também irá alcançar espaços alternativos da noite campo-grandense. No dia 28/03 apresentam-se no Buteco do Miau, no Bairro Tiradentes, a partir das 21h, os artistas Odiados (MS), Molho Negro (SP), Bêbados Habilidosos (MS) e Funk’Chula (PY). Já em 29/03 as apresentações serão realizadas, também a partir das 21h, no Bar Onça na rua 14 de Julho, com Gílson Espíndola e a banda cuiabana Calorosa. Na sequência, às 23h, Kalélo e Àiyé, do Rio de Janeiro, fecham a noite de sábado no Ponto Bar, na Esplanada Cultural. Os três últimos concertos acontecem na área central da Capital no Blues Bar, a partir das 19h, com Ju Souc, Vozmecê e Yori, de São Paulo.
Prosa Cultural
Além dos concertos musicais, haverá seis mesas de debates, uma palestra e uma oficina. São 21 profissionais ligados a cadeia produtiva da música, entre eles, produtores de eventos, como Hernan Halak, do Festival Mucho (SP) e José Samaniego, do Reciclarte e G5 Conexiones, e também produtores artísticos, como Daniel Ganjaman, um dos mais respeitados da área com produções de sucesso com Planet Hemp e Criolo. Destaque ainda para a presença do jornalista Alexandre Mathias, do Trabalho Sujo, blog pioneiro e um dos mais conceituados da cena artística alternativa do País.
As atividades serão realizadas na Sala Rubens Corrêa, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Na sexta (28/03), às 14h, acontece a palestra “O mercado musical do Paraguai como um novo polo de integração cultural sulamericana” com o gestor cultural paraguaio Oscar Mosqueira. Ele é diretor geral do Circuito Cultural Guarani (PY), empresário artístico/booker Nestor Ló e Tierra Adentro e um dos principais agentes de integração entre o MS e o Paraguai. Logo depois, às 15h, vem a mesa de debate “MS Hub Cultural da América Latina – Novas rotas de oportunidades entre o Brasil e países vizinhos”. Com mediação do jornalista e músico Rodrigo Teixeira, a conversa vai contar com a presença de Hernan Halak, Eder Rubens e José Samaniego.
Na sequência, às 18h30, o produtor paraguaio José Samaniego recebe Oscar Mosqueira, Fabi Fernandes e Afonso Rodrigues para conversar sobre “Países hermanos? Mercado de música em MS e Conexão Guarani”.
No sábado (29/03), a programação continua, às 9h, com a oficina “Produzindo na Música” com a empresária artística, curadora e produtora Amanda Souza. No período da tarde, às 14h, acontece a mesa de debate “Circulação hoje – Panorama dos festivais e do mercado da música ao vivo” com mediação de Letz Spíndola e a participação de Amanda Souza, Mr. Bolha e Carol Folha. Depois vem a mesa de discussão com Larissa Sossai na mediação e os convidadas Larissa Conforto, João Lemos e SoulRá. A programação de sábado na Sala Rubens Corrêa termina com o debate, às 18h30, sobre “Circuito MS – Caminhos e desafios para circulação sustentável” com Thays Nogueira, Maringá Borgert e Thalysson. A mediação será de Rodrigo Teixeira.
Para encerrar os encontros, no domingo (30/03), às 14h30, o jornalista paulistano Alexandre Mathias comanda o bate-papo sobre “Conceito Artístico – Como dialogar com o público em um mundo cheio de informações” com Daniel Ganjaman, Letz Spíndola e Octavio Cardozzo.
A “Feira da Música de Campão” é uma realização da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (SETESC), Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.
Por Carolina Rampi
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram