Entre os 25 a 31 de março, na Esplanada Ferroviária e terminais de ônibus, Campo Grande Jazz Festival
Campo Grande, irá receber entre os dias 25 e 31 de março na Esplanada Ferroviária e terminais de ônibus, um evento que promete marcar a história cultural da cidade: A primeira edição do Campo Grande Jazz Festival. Com uma trajetória que remonta à consolidação de uma cena local do gênero, o evento surge como uma iniciativa inédita dedicada exclusivamente ao jazz na cidade.
Idealizado pelos produtores Adriel Santos e Franciella Cavalheri, o festival oferecerá uma semana repleta de música de alta qualidade, protagonizada por artistas locais, brasileiros e norte-americanos. A entrada será franca para todas as atividades, proporcionando uma experiência cultural inclusiva e enriquecedora para todos os amantes do jazz.
O festival contará com artistas renomados, como Katie Thiroux Trio da Califórnia (EUA), Ryan Keberle de Nova York (EUA) e Edu Ribeiro Trio de São Paulo (SP), além do DDG4 de São Paulo (Brasil). Os shows iniciarão com apresentações dos grupos locais El Trio, Urbem e Barah Trio, seguidos por um concerto em homenagem ao músico Antônio Porto, figura central na cena jazzística de Campo Grande nos anos 1990. Após, teremos as performances de Edu Ribeiro Trio, Ryan Keberle, DDG4 e Katie Thiroux Trio. Um “Café Musical” será realizado no sábado pela manhã no Teatro Aracy Balabanian, proporcionando um espaço para diálogo entre os músicos e o público interessado.
Em entrevista ao Jornal O Estado, a produtora Franciella Cavalheri explica como a ideia para a criação do evento surgiu.
“A ideia do festival surgiu com a consolidação da banda El Trio, uma banda de jazz tradicional de Campo Grande, que realizava apresentações semanais no antigo bar Genuíno. Esses shows se tornaram um marco na cena local de jazz, recebendo artistas de fora que passavam pela cidade”.
Sobre a recepção do público, Franciella espera atender a demanda poética que o movimento do jazz proporciona. Mas também, a produtora garante promover bons shows e uma ótima experiência até para os que não conhecem o gênero musical. “Temos boas expectativas para o primeiro Campo Grande Jazz Festival, pois desmistifica o universo do jazz e sensibiliza o público. Realizado no centro da cidade, em um prédio histórico que representa nossa identidade como campo-grandenses, esperamos uma boa adesão do público e uma experiência imersiva e poética para todos os presentes. A maioria das pessoas imagina que seja necessário pagar muito caro para ouvir uma música como essa. Acreditamos que estamos aqui para suprir essa carência de alguma maneira”.
A concepção do festival foi impulsionada também pela experiência dos artistas regionais em outros eventos pelo Brasil e pelo mundo. A ausência de um festival dedicado ao jazz em Campo Grande despertou o desejo de preencher essa lacuna e oferecer ao público uma experiência única e acessível a todos.
Campo Grande, reconhecida pelo seu forte vínculo com o sertanejo, revela-se também como um celeiro de talentos pelo gênero do jazz. Adriel explica que a cidade abriga uma rica e qualificada comunidade de músicos, muitos dos quais alcançam projeção internacional.
“Antônio Porto exemplifica essa diversidade, homenageado por sua contribuição à cena musical global, tocando em países. Esses talentos locais solidificam a reputação da cidade como um polo de boa música, sendo o festival uma oportunidade para destacar a diversidade musical, especialmente no jazz e outras vertentes instrumentais,” destaca o produtor.
Etapas do Festival
Com a expectativa de proporcionar uma imersão completa na atmosfera do jazz, o festival será dividido em duas etapas distintas. Na primeira etapa, os shows serão realizados nos terminais de ônibus da cidade, durante o rush, surpreendendo os transeuntes e proporcionando uma interação única com o público campo-grandense. O El Trio tocou no Terminal Moreninhas nesta última segunda-feira, a Urbem no Terminal Nova Bahia tocará no dia 26 (terça). Barah Trio no Ponto de Integração Hércules Maymone no dia 27 (quarta). As performances terão 40 minutos e começam às 18h. Essa iniciativa visa democratizar o acesso ao jazz e levar a música para além dos espaços tradicionais.
Já na segunda etapa, as atenções se voltarão para o Armazém Cultural, onde se concentrarão as principais atrações do festival, incluindo artistas nacionais e internacionais. A gratuidade dos eventos visa desmistificar a ideia de que o jazz é inacessível, convidando o público a vivenciar a magia da música ao vivo e em tempo real
O jazz, originado entre 1890 e 1910 em Nova Orleans, é caracterizado pela improvisação, swing e ritmos não lineares, tendo suas raízes na música negra americana do século XIX, especialmente no Blues. Ao falar sobre a dinâmica do festival em se dividir em duas partes, Franciella afirma que gostaria de levar o jazz para além do centro da cidade, mas sim resgatar a ideia inicial do jazz e alcançar as pessoas a onde quer que elas estivessem.
“A ideia é difundir o jazz também nos terminais de ônibus, levando-o de volta às raízes afro-americanas e aos espaços populares, de onde ele nunca deveria ter saído. Como artistas produtores, visamos tornar o jazz acessível e divertido. Queremos proporcionar experiências jazzísticas tanto para os trabalhadores a caminho de casa quanto para aqueles que frequentam o Armazém Cultural”.
Programação
– 26/03 (Ter) – 18h: Terminal de Ônibus Nova Bahia – URBEM (MS/BR)
– 27/03 (Qua) – 18h: Ponto de Integração Hércules Maymone – BARAH TRIO (MS/BR)
– 28/03 (Qui) – 19h: Armazém Cultural – ABERTURA, EDU RIBEIRO TRIO (SP/BR)
– 29/03 (Sex) – 19h: Armazém Cultural – URBEM (MS/BR), RYAN KEBERLE (NY/EUA)
– 30/03 (Sáb) – 10h: Teatro Aracy Balabanian – Brunch com DDG4 (SP/BR)
– 30/03 (Sáb) – 19h: Armazém Cultural – ANTÔNIO PORTO IN CONCERT, DDG4 (SP/BR)
– 31/03 (Dom) – 19h: Armazém Cultural – KATIE THIROUX TRIO (LA/EUA), HOMENAGEM A MIGUEL TATOON, EL TRIO (MS/BR)
Observações:
– Todos os shows no Armazém Cultural começam às 19h.
– A entrada é gratuita, porém é recomendado chegar com antecedência para retirar a senha que dará acesso às cadeiras.
Por Amanda Ferreira
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