“Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas” é o tema da 17ª Primavera dos Museus, que visa proporcionar mesas-redondas, visitas guiadas, astronomia cultural e palestras sobre diversidade e inclusão social em Campo Grande, Corumbá e Costa Rica. A ação é promovida pelo Siem/MS (Sistema Estadual de Museus), em parceria com diversas instituições dos três municípios, que prepararam ações simultâneas em diferentes museus locais. A programação iniciou segunda-feira (18) e vai até domingo (24), com atividades que vão das 8h às 21h30, variando conforme o programado. As atividades são gratuitas.
“A Primavera dos Museus é, indiscutivelmente, um evento de grande significado no cenário cultural, tanto em nível nacional quanto estadual. Sempre abordando temas contemporâneos e relevantes. Com intuito de atrair a atenção para as instituições museais e atrair o público para os museus, o público pode esperar ações diversas que tratam da temática proposta, tais como: exposições, palestras, mesas-redondas, debates, lançamento de livros e jogos educativos”, informa Douglas Alves da Silva, coordenador do Sistema Estadual de Museus de MS.
Idealizado pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), a Primavera dos Museus é um evento realizado desde 2007, anualmente. Uma das propostas da instituição é fomentar e popularizar a visitas aos museus brasileiros, por meio de programações especiais, focadas em um tema específico. Com 16 anos de evento, suas ações conquistaram resultados positivos, como o aumento médio de 18% de participação do público ao ano desde a primeira edição, conforme informações mediadas pelo site da instituição. Outro ponto de destaque da iniciativa são os temas abordados, que visam debruçar a respeito de assuntos atuais e relevantes socialmente. Em sua 17ª edição, a proposta é refletir sobre grupos negros, indígenas e LGBT+, que contribuíram significativamente para a história e cultura brasileira e foram invisibilizados. A proposta é feita com o intuito de incitar a reflexão sobre a construção da democracia no Brasil.
Pautas sociais nos museus
“Nesta edição, o Ibram nos convida a explorar o tema ‘Memórias e Democracia: Pessoas LGBT+, Indígenas e Quilombolas’. Essa temática visa não apenas valorizar a memória desses grupos da população, mas também evidenciar como suas lutas por direitos civis, preservação de línguas, culturas, tradições, liberdade e dignidade desempenham um papel relevante na construção de um país democrático, justo e igualitário”, explicou o coordenador.
Após crises e interrupções que marcam a tentativa de implementar um regime democrático efetivo no país, a Primavera dos Museus deste ano questiona a respeito da memória desses grupos e como eles são apresentados à sociedade, se os museus podem contribuir para o reconhecimento e valorização desses agentes, articulando em seus espaços práticas, memórias, costumes e tradições dessas diversas culturas, proporcionando outra forma de narrar a história.
“O evento é um importante momento para discutir sobre temas importantes para a sociedade e sua ligação com os museus. Esse ano, ao colocar em pauta os negros, indígenas e LGBTQI+, traz à cena grupos que foram invisibilizados dentro dos espaços museais”, afirmou Melly Senna, gerente de Patrimônio Cultural da FCMS.
Neste contexto, o evento realiza de hoje (21) a domingo (24), mesa- -redonda sobre ancestralidade no patrimônio público, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Exibição de audiovisual, exposição e conversas sobre arte e resistência LGBTQIA+ e programação extensa em diversos museus da cidade. Uma de suas atividades propostas de grande atenção é a observação do céu noturno realizado pelo Clube de Astronomia Carl Sagan, no MCDB (Museu das Culturas Dom Bosco), localizado no Parque das Nações Indígenas. A atividade inicia a partir das 18h30, com um telescópio que será montado na parte externa do museu. A atividade marca o início da primavera e será possível visualizar a superfície da Lua e dos planetas Júpiter e Saturno, conforme comenta a coordenadora-geral da Casa de Ciência e da Cultura de Campo Grande, Isabela Porto Cavalcante.
“É essencial conhecermos o céu de outras culturas. A astronomia que conhecemos, sua origem é europeia, da cidade da Grécia. É de extrema importância que nós, brasileiros, reconheçamos que existem outras formas de observar o céu, porque a visão do céu está intrinsecamente ligada à cultura do povo e esse modo de olhar o céu é como eles lidavam com a agricultura e divindade, e às vezes lidam, até hoje.”
Para mais informações sobre o evento, os interessados podem acessar, no Instagram, os perfis @museudombosco, @educacaomuseualms, @ misdems e @clubedeastronomiacarlsagan. As atividades são gratuitas.
Por Ana Cavalcante – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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