16º Festival do Sobá

Foto: Divulgação
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Tradicional festa na Feira Central começa hoje, com show do Trio Parada Dura e programação segue até o dia 13 de agosto

Começa hoje (9), a programação do tradicional Festival do Sobá de Campo Grande. Este ano, o tema é “Mais que um Patrimônio, a Cultura do MS”. A abertura oficial da festa, as apresentações de músicos regionais, e o show principal de Trio Parada Dura acontecem a partir das 19 horas, com entrada gratuita. O evento possui atividades até o dia 13 de agosto e é realizado na Feira Central.  

O festival foi desenvolvido para celebrar a cultura japonesa e a importância do sobá para à Capital. O prato é oriundo de Okinawa que, com a vinda dos imigrantes durante o processo de formação da cidade, se transformou e hoje integra parte da cultura local. “A maioria dos descendentes de japoneses em Campo Grande são de origem okinawana. Lembrar que o sobá de Campo Grande tem origem em Okinawa soba é importante, porque é muito diferente do sobá japonês. Isso porque Okinawa era antes um reino independente, com uma cultura, língua e história próprias, antes de ser anexado à força pelo Japão”, ressalta Marcel Arakaki Asato, campo-grandense, médico e presidente da Associação Okinawa. 

De acordo com Marcel, o festival demonstra a importância de homenagear e destacar as culturas que formam a identidade local. “O festival do Sobá valoriza a união de duas culturas: a okinawana com a campo-grandense. É um momento de lembrar da importância dos imigrantes, não apenas dos okinawanos, mas também de todos os outros, para a formação da sociedade campo-grandense”, acredita.

Patrimônio cultural 

Em julho de 2006, o prato virou patrimônio cultural da cidade, por meio do decreto municipal n° 9.685, no mesmo ano que o festival iniciou suas atividades. “Não é à toa que esse prato se tornou um símbolo da nossa cultura e também do nosso turismo. Trazido pelos nossos queridos imigrantes japoneses, que vieram de Okinawa para Campo Grande, o sobá foi adaptado à culinária de Mato Grosso do Sul, devido à forte presença da criação bovina, aqui no Estado. Por isso, acabou se tornando patrimônio cultural imaterial da cidade.”, afirma Alvira Appel, diretora da Afecetur (Associação da Feira Central, Cultural e Turística de Campo Grande-MS). Ela é a proponente do projeto do Festival do Sobá desde 2006

Em sua 16ª edição, o festival propõe homenagear não só as influências japonesas, mas também os povos que constituem a história de Campo Grande. O evento foi organizado de modo que as quatro regiões do Estado fossem celebradas. Para representar a região pantaneira, uma comitiva de Miranda foi convidada a realizar pratos típicos da região. Outra atração confirmada é o cantor Toninho, natural de Coxim. É por meio de suas canções sobre pescas memoráveis que o cantor homenageia os rios que estão ao norte de MS.

Uma caravana com mais de 60 pessoas sai de Porto Murtinho para falar sobre a Rota Bioceânica. Um projeto de grande influência econômica e benefício à população local, conforme afirma Alvira, à reportagem do jornal. “A região é pouco enxergada pela Capital, mas tem grandes projetos econômicos e também projetos importantíssimos em prol da população local. É uma região importante e muito promissora, que precisamos difundir mais”, conta Alvira.

A diretora ainda ressalta que organizar uma programação com atrações diversificadas e que manifesta a pluralidade de culturas é promover união e contribuir com o turismo local. “Estamos trazendo manifestações culturais de Mato Grosso do Sul e enaltecendo o povo pantaneiro, com o objetivo de agregar cada vez mais a cultura de MS nas festividades da Capital e fomentar o turismo interno. Queremos o empoderamento de tudo o que é precioso para nós, como a Feira Central e os campo-grandenses”, detalha Alvira

Delegação de Okinawa

Outra atração de ênfase da programação é a vinda de uma delegação de Okinawa à Capital. As autoridades japonesas, representantes de Cultura, Turismo, entre outros departamentos, vêm à cidade para participar das comemorações dos 115 anos da imigração okinawana no Brasil e, também, devido ao sucesso do prato na cidade, aproveitarão para conhecer o prato típico de sua região que virou símbolo em Campo Grande e as atrações do festival. “O sobá típico aqui da cidade se tornou tão conhecido que a fama se espalhou até no seu local de origem, a província de Okinawa, no Japão. É por isso que, neste ano, temos o privilégio de receber a delegação de Okinawa na nossa festividade. O vice-governador de Okinawa, Yoshimi Teruya, e sua comitiva, vieram para Campo Grande especificamente para conhecer o sobá que fazemos aqui e nosso festival, que celebra o sobá.”

Natural de Campo Grande, Jadi Tamasiro é dona de uma das barracas mais tradicionais da Feira Central há 24 anos, a Barraca da Jadi. Para a feirante, o festival é de suma importância, pois além de fomentar a cultura local é um momento de reflexão e celebração para os povos japoneses locais. “O festival é fundamental, porque além de contar um pouco da história da imigração japonesa, desde a vinda do primeiro navio às dificuldades enfrentadas, o evento é algo maravilhoso, pois nos faz refletir e ver que valeu a pena todo o esforço e dedicação. São 24 anos adaptando e melhorando o prato para chegar ao paladar do brasileiro. Com o sobá e o meu trabalho na feira formei meus três filhos, só tenho a agradecer.” 

Para Tadashi Gabriel Nishihira Katsuren, natural de Campo Grande e formado em direito e integrante da terceira geração da Barraca da Niria, as atrações dos festivais, além de impulsionar aspectos econômicos, é a manutenção e visibilidade à cultura. “O festival é uma das melhores épocas do ano para nós. Tanto em questão financeira quanto em questão de visibilidade. Como uma das barracas mais antigas, é a perpetuação da cultura dos nossos antepassados na cidade.” Tadashi e sua família estão há mais de 40 anos na feira e é a terceira geração a trabalhar no local, preservando a receita original do sobá. “Somos a terceira geração da nossa família a trabalhar na Feira Central. Meu avô, Hiroshi Katsuren, e sua família, a família do seu irmão, Choshin Katsuren, foram os primeiros a vender sobá na Feira Central”.

O evento possui mais de 3 atrações por dia. As atividades vão desde eventos aos povos nativos, concurso de cosplay, apresentações de forró, concurso de karaokê e outras atividades.

 

Confira a programação completa do 16º Festival do Sobá:

 

QUARTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 

16h – Feira aberta 

19h – Início da programação 

Atrações: Música com Eros e Lorenzo com Bia Boiadeira, Miti Miyashita e Helder Kohagura, João Pedro, Toninho de Coxim e Fábio Simones 

Cerimonial com a presença de autoridades 

Entrega de registro da marca do Festival do Sobá da Feira Central Show com Trio Parada Dura

 

QUINTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO 

16h – Feira aberta 19h – Início da programação 

Atrações: Dança Tradicional de Okinawa Taiko – Kariyushi Eisa Daiko 

Concurso Cosplay 

Show com dupla internacional Okinawa Americana 

Show com Laço de Ouro

 

SEXTA-FEIRA, 11 DE AGOSTO 

16h – Feira aberta 

19h – Início da programação 

Atrações: Coral de Vozes de Nova Alvorada do Sul 

Dança – Escola de Dança Harmonia e Grupo de Taiko Raiden Daiko

Show com cantor Henrique Brabo 

Apresentação dos campeões do 1º Concurso de Forró da Feira

Apresentação do CTG – Tropeiros da Querência 

 

SÁBADO, 12 DE AGOSTO 

12h – Almoço na Feira com Desfile de kimonos e suas histórias 

19h – Início da programação 

Atrações: Danças – Grupo Sakura da Associação Nipo e Grupo D’Soul

Taiko – RKMD 

Coral de meninas cantoras de Porto Murtinho 

Orquestra de Violões de Porto Murtinho

 

DOMINGO, 13 DE AGOSTO 

9h – Feira aberta para atividades comemorativas. Tema: Intergeracionalidade, com a Fundesporte 

12h – Almoço de Dia dos Pais com Concurso de Karaokê – Cantora convidada: Mary Okabayashi e competição Jack and Jill 

19h – Início da programação 

Atrações: Grupo de dança da terceira idade AABB Idosos Saudáveis 

Apresentação cultural paraguaia Marlon Maciel e Grupo Trem Pantaneiro

 

Para mais informações sobre o festival acesse, no Instagram: @feiracentralcga

 

Por –Ana Cavalcante.

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