Criado pelo “Coletivo Campo Grande Música”, o projeto Vertentes apresenta sua 12ª edição, trazendo representantes do pop regional com a música do Solosolar, Gilson Espíndola, Otavio Neto e Marta Cel, no dia 8 de março, a partir das 18 horas na Casa de Ensaio.
Gilson Espíndola comenta a importância da realização do Vertentes e fala sobre seu show nesta edição. “O Projeto Vertentes é uma iniciativa dos músicos de Campo Grande, surgido por meio do coletivo Campo Grande Música, um movimento que já aconteceu em São Paulo e também em Dourados, onde vive o Renato Teixeira, idealizador desse movimento, com o Zé Du e com o Jerry Espíndola. O projeto traz shows com as mais variadas vertentes, que vão da mpb, passando pela música regional, do reggae até o rock. Nesta 12ª edição ocorrerão quatro pocket shows: além do meu show, teremos Solosolar, Marta Cel e Otavio Neto. Tudo isso acontece graças a uma parceria com a Laís Dória, uma batalhadora, pelo teatro e pela dança, por meio da Casa de Ensaio e também da Engepar, por intermédio da iniciativa privada, o que é muito legal. É um projeto consolidado, que já trouxe belos shows e que veio para ficar. ”
Gilson adiantou ao jornal O Estado um pouco do que o público pode esperar de sua apresentação. “Nesta edição do Vertentes farei o pré-lançamento de algumas canções, que retratam meus 40 anos dedicados à música, desde que me entendi como compositor e como artista. Esse show é um resumo do meu DVD. Certamente será um grande evento com a Marta Cel, Solosolar e com o Neto e seu novo projeto. Meu show contará com sete músicas, que fazem parte do DVD que gravei no ano passado, e que está para sair em breve”, salienta Gilson.
Altair Santos, que faz parte do duo Solosolar e que também é um integrante da equipe do projeto Vertentes, salienta a importância desta ação para o fomento da cultura regional. “Por estar envolvido com o projeto, sou um pouco suspeito opinar sobre, mas, pra mim, é um projeto de animação cultural de uma forma bem democrática. Cada edição do Vertentes estimula e fomenta o crescimento da cena musical. É a chance de muitos artistas obterem material de divulgação como fotos promocionais, clipping, tocar num bom equipamento de som. Todos que passam pelo Vertentes saem melhores e todos da equipe do Vertentes trabalham para que isso aconteça.”
Sobre a apresentação nesta edição, Altair avisa que tem clima de despedida, já que o Duo dará um tempo em apresentações públicas. “O Solosolar nunca foi de fazer muitos shows. Nunca repetiu repertório nem formato. Para o show do Vertentes segue a regra. Formato simples, somente eu na viola e Carlota na voz. Vai ser uma despedida. Será nosso último show e entraremos num hiato de apresentações públicas, assim, no show do Vertentes, faremos um apanhado das melhores canções autorais que trabalhamos, tocadas na viola pela primeira vez”, avisa o músico.
Outro grande expoente da música brasileira, soul music, jazz e derivados que participa desta edição é o músico, produtor e multi-instrumentista Otavio Neto, que também falou sobre a realização do evento. “A importância de um evento musical que resulta de um coletivo é imensa! Ainda mais num lugar como Campo Grande que tem tantos talentos e poucas situações para esses musicistas se expressarem. Vertentes é nossa sede, um local onde podemos nos expressar, independente de outros veículos. Podemos nos conhecer, trocar experiências, nos fortalecer, criar projetos que acrescentam na classe e, por fim, apoiar a cena cultural da cidade. Fomentar cultura”, celebra Otavio Neto.
Neto contou um pouco sobre o novo projeto. “Eu pensei que criando um novo ‘personagem’ representando meu trabalho solo como cantor e compositor seria uma boa. Simples assim: todo mundo conhece o Otavio Neto, Neto, Netão como produtor, músico, tecladista, alguma coisa assim. Eu queria me desvencilhar entende? Ao longo dos anos eu compus muitas canções que estavam engavetadas. Uma mistura daquilo tudo que sempre ouvi e estudei: música brasileira, soul e acid jazz. Grooves sempre presentes”, conclui Otavio Neto.
A cantora Marta Cel destaca uma importante característica do evento, que é o empreendedorismo. “Vertentes para mim é um projeto muito importante porque ele nos faz despertar para músico como empreendedor. Você tem de correr atrás, vender seus ingressos. E que a população campo-grandense também não se habitue apenas a eventos gratuitos, mas que valorize a produção musical local.”
Tendo se apresentado gratuitamente durante o Carnaval, junto do Cordão Valu, a artista ressalta ainda sobre a importância de o público apoiar os artistas. “É importante ver o público também investindo no seu ‘ídolo’. Os fãs às vezes gostam de te ver cantando, passar no sarau e dar uma palhinha. Mas o Vertentes mostra realmente a produção cultural do município e revela também as pessoas que consomem cultura.”
“Tudo bem que às vezes fazemos algumas coisas, dependendo de edital, e vamos a alguns lugares contratados por terceiros também, mas o Vertentes é uma união de músicos, demonstra também as pessoas que consomem cultura dentro do município. O coletivo nos dá força para expor a produção musical da cidade por intermédio do projeto Vertentes”, finaliza Marta Cel.
O evento acontece uma vez ao mês e apresenta um formato diferente para a apreciação da boa música. O espaço da Casa de Ensaio, por ser um local de diversas atividades educativas com jovens e adolescentes, não permite o consumo de álcool e comidas dentro de suas dependências, porém há venda de comida e bebida na parte externa, oferecendo por igual conforto e qualidade para o consumo destas. E também há vendas de CDs e DVDs dos artistas que se apresentam no projeto no dia do evento. Toda a renda arrecadada pelo projeto Vertentes é repassada aos artistas que se apresentam.
Serviço: A 12ª edição do Projeto Vertentes acontece no domingo, 8 de março, a partir das 18h, na Casa de Ensaio, que fica na Rua Visconde de Taunay, 203 (esquina com a Avenida Afonso Pena, próximo da Igreja Perpétuo Socorro). Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia).
(Texto: Marcelo Rezende com Leo Ribeiro / Publicado por João Fernandes)