123 anos: Pontos turísticos da Capital, além de lazer, retratam a história de seu povo

Bioparque fachada
Imagem: Reprodução/Nilson Figueiredo

Por Marcelo Rezende e Méri Oliveira – Jornal O Estado do MS

Bem servida de hotéis, bares, restaurantes e afins, Campo Grande é conhecida por ser uma cidade de turismo de negócios, o que pode levar as pessoas a pensarem que a Capital talvez careça de atrativos mais voltados à beleza natural e/ou atrações mais voltadas à cultura em geral. Mas será que isso é verdade? Na semana em que a Cidade Morena completa 123 anos, o jornal O Estado traz para você um pouco mais sobre os pontos turísticos da cidade que todos amamos.

Inaugurado em março deste ano, o Aquário do Pantanal, rebatizado de Bioparque Pantanal, é uma das novidades do município, e atrai visitantes de todo o Estado que ficam encantados com as 220 espécies constantes do plantel.

Para Sara Nunes de Souza, visitante do Bioparque, o local é importante para que pessoas que não possam viajar tenham acesso ao que ali é exposto. “Com a idade que eu tenho, eu já conheci muito a natureza, já viajei muito, mas para as pessoas que não têm oportunidade de viajar, vão conhecer isso aqui pessoalmente. eu já conheço tudo isso, porque nasci na cidade de Coxim, já visitei Bonito, Bodoquena, Corumbá… Então essas coisas que vocês estão vendo aqui eu já vi pessoalmente”, afirma.

Já para Marcos Antônio Picasso Lopes, esposo de Sara, o Bioparque é algo de grande valia e que fortalece a divulgação do Estado: “É um atrativo que traz pessoas do mundo inteiro, com a divulgação de quem vem, fora a divulgação dos meios de comunicação, então isso atrai muitas pessoas e com isso, o nosso estado vai ganhando um know-how de grande destaque, apesar de nós já termos o Pantanal, a natureza”.

Davi Soares, que veio de Nova Andradina com o colégio Luiz Soares Andrade, onde estuda, ficou encantado com o Bioparque. “Eu achei muito legal, é importante para nos ensinar sobre os animais, sobre os lugares, achei isso muito importante, gostei.”

Já Mariane Soares dos Reis, também de Nova Andradina, viu no passeio um estímulo a mais para seguir carreira em uma área correlata. “Eu achei bem interessante, é a primeira vez que eu venho e, se eu tiver oportunidade de voltar, voltarei, porque passando por aqui a gente adquire conhecimento. Eu sonho em me formar em veterinária, e vindo aqui, eu quero mais ainda”, dispara a estudante.

Para Rafael Sampaio de Queiroz, historiador, o “aquário” tem grande importância para a população. “É uma figura de reafirmação da nossa cultura e da nossa identidade. É muito importante a gente ter um símbolo desse aqui, para mostrar justamente a nossa cultura, nossa fauna, nossa flora, nosso bioma, e aquilo que nos identifica, que a gente comumente aprecia países de fora, regiões de fora, e o Bioparque vem a ser essa referência, para mostrar o que nós temos e o que nós somos.”

O agendamento de visitas pode ser feito pelo site: bioparquepantanal.ms.gov.br, semanalmente, e agora também pode ser no próprio local, por ordem de chegada e vagas limitadas.

Feira Central de Campo Grande

Conhecida como “Feirona”, a Feira Central é um dos principais pontos turísticos de Campo Grande. Fundada em 1924, a Feira Central começou literalmente no centro da Capital, na antiga Praça do Mercado. Em 1958, com a inauguração do Mercado Municipal de Campo Grande, muitos feirantes passaram a vender os seus produtos no local. Os demais foram transferidos para a Rua Antônio Maria Coelho, entre as ruas Pedro Celestino e 13 de Maio, onde a feira ficou até 1964.

Com o crescimento do número de comerciantes e de público, a feira é novamente transferida. Em 2004 a feira foi transferida da Rua Abrão Julio Rahe, local em que permaneceu por 40 anos (1964-2004), para a Esplanada da Ferrovia e tem, hoje, como carro-chefe, o tão apreciado sobá, prato típico que é patrimônio cultural imaterial de Campo Grande.

O horário de funcionamento é de quarta a sexta-feira a partir das 16h até a 0h, e nos sábados e domingos a partir das 12h até a 0h

Morada dos Baís

A Morada dos Baís fica entre as avenidas Afonso Pena e Noroeste, e a residência marca a história de Campo Grande, sendo o segundo sobrado do contexto urbano da Capital e o primeiro edificado em alvenaria. Uma das curiosidades do prédio é que ele era coberto originalmente com telhas de ardósia vindas da Itália.

O autor do projeto foi o engenheiro João Pandiá Calógeras, e a construção foi feita pelo Sr. Matias, imigrante italiano, acompanhado pelo próprio Bernardo Franco Baís, proprietário do imóvel. A obra, concluída em 1918, passou a ser residência da família.

Atualmente a Sectur Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande) faz orçamento do projeto de restauro da sacada da parte externa do prédio, por meio de uma parceria público-privada com a Energisa. “A ideia é compor um espaço que continuará sendo da Sectur, para realização de ações que vão além das artes visuais, mas a ideia é de que seja um ponto cultural. Nas comemorações do aniversário de Campo Grande, provavelmente nós vamos assinar um termo de cooperação mútua para que todo esse restauro possa ser realizado e a Morada possa ser entregue à população no futuro”, pontua Max.

Mercado Municipal Antônio Valente

O Mercado Municipal Antônio Valente, mais conhecido como Mercadão, tem variedade de hortifrutigranjeiros, peixes e muito mais. Começou como feira livre, margeando os trilhos da Noroeste nos anos de 1950, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 7 de Setembro, e foi revitalizado em 2006.

O horário de funcionamento é das 6h30 às 18h, de segunda a sábado, e das 6h30 às 12h, aos domingos. O Mercadão fica na R. 7 de Setembro, 65, Centro.

Museu das Culturas Dom Bosco

O Museu das Culturas Dom Bosco foi criado em 1950 e inaugurado em 27 de outubro de 1951 por padres salesianos. Com vasta coleção arqueológica, abriga atualmente testemunhos da cultura material de povos da pré-história do Brasil.

O horário de visitação é de terça-feira a sexta-feira das 8h às 16h30; sábados e feriados das 14h às 17h30. É fechado aos domingos e feriados católicos. Os ingressos custam R$ 20 inteira e R$ 10 meia. Crianças de até 8 anos acompanhadas de responsável não pagam ingresso. O Museu das Culturas Dom Bosco fica na Av. Afonso Pena, 7.000, Cidade Jardim.

Museu José Antônio Pereira

O Museu José Antônio Pereira foi inaugurado em 1983, como uma homenagem ao fundador de Campo Grande. Atualmente o espaço é uma unidade administrativa da Sectur (que é a atual responsável pela sua conservação).

O museu está localizado na antiga sede da Fazenda Bálsamo e tem visitação de terça-feira a domingo das 9h às 17h. A entrada é gratuita. Agendamentos podem ser feitos pelo telefone (67) 4042-1313.

Casa do Artesão

Situada em um prédio histórico, a Casa do Artesão de Campo Grande é um espaço de comercialização do artesanato de MS e reúne o melhor da arte produzida por trabalhadores e entidades de artesãos.

Inaugurado em 1º de setembro de 1975 e reinaugurado em 1990, o prédio é tombado como patrimônio histórico estadual e no momento está em reforma. Os itens artesanais encontram-se temporariamente à venda na Morada dos Baís, das 8h às 17h30.

Monumento aos Desbravadores

O Monumento aos Desbravadores é um painel instalado na confluência dos córregos Prosa e Segredo. Criado pela artista Neide Ono, ele promove um registro histórico do início da ocupação urbana de Campo Grande, por volta de 1872. O monumento foi inaugurado em 1996, na Praça Nelly Martins, junto à implantação do Parque Florestal Antonio de Albuquerque.

Praça das Araras

A Praça das Araras, também conhecida como Praça União, está situada no Bairro Amambaí, entre as ruas João Rosa Pires e Terenos.

A praça foi inaugurada em 1964 e, em 1996, foi totalmente remodelada ganhando espelho d’água, quadra polivalente, parque infantil e o monumento das araras. A Praça das Araras fica no cruzamento com a Rua Dom Aquino, Praça Cuiabá, s/ nº, bairro Amambaí.

Estátua do Manoel de Barros

Instalada em dezembro de 2017 para homenagear o escritor símbolo do Estado, a peça tornou-se ponto turístico para quem quer tirar fotos ao lado do poeta. Criada pelo artista plástico Ique Woitschach, a escultura sofreu um ato de vandalismo em abril de 2021, quando um pé de Manoel de Barros foi roubado.

A obra foi montada em dezembro de 2017 em homenagem aos 101 anos de nascimento do poeta. De acordo com o titular da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), Max Freitas, a estátua de Manoel de Barros, que fica na Avenida Afonso Pena, deve passar em breve por um reparo, para restaurar o pé da escultura que foi roubado.

“A estátua do Manoel é de responsabilidade da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e, assim que o Estado fizer o pagamento equivalente ao pé da estátua, faremos o reparo e, posteriormente, vamos melhorar também a iluminação do local”, finalizou Freitas.

Leia a edição impressa do Jornal O Estado do MS.

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