A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Mundo Novo, município que fica a 469 quilômetros de Campo Grande, irá conduzir experimentos de fertilizantes organominerais no Brasil. O estudo será dividido em duas áreas, cada uma de 5 mil m², tanto em propriedade rural como em fazenda experimental localizada no município.
“O projeto, já em execução, envolve estudos dos diferentes aspectos do uso dos fertilizantes organominerais, que compreendem avaliações da qualidade do solo, dos impactos ambientais do seu uso, dos ganhos econômicos com seu uso e, ainda, incluem estudos relacionados ao sequestro de carbono”, explicou o pesquisador Tiago Zoz, integrante da equipe de pesquisa no Brasil.
Zoz também disse que “em ambos os países, os fertilizantes organominerais serão avaliados utilizando cama de aviário e dejeto bovino como matéria-prima e também haverá parcelas em que o fertilizante sintético será utilizado para efeitos de comparação”.
A possibilidade de tornar o Brasil capaz de planejar sua safra com fertilizante próprio permite maior controle sobre o custo. Nesta safra de 2021/2022, o volume total de 284,4 milhões de toneladas de grãos deve ser produzido, aumentando 12,5% na comparação com o ano anterior.
“O uso de resíduos agrícolas oriundos de atividades tais como avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite como fertilizante é há tempos praticado por agricultores, principalmente do sul do Brasil. Essas atividades geram resíduos, compostos principalmente por fezes e urina dos animais e restos de ração. Estes resíduos são ricos em nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio”, disse Zoz.
Segundo o pesquisador Travis Witt, da USDA-ARS ― agência governamental norte-americana ligada ao Departamento de Agricultura dos EUA ― o estudo avaliará o rendimento e a qualidade das culturas, ao mesmo tempo em que determinará os potenciais benefícios para o solo.
Se for bem-sucedido, o uso de fertilizantes organominerais poderia economizar milhões de dólares aos produtores do Brasil e dos Estados Unidos.