Informações incorretas sobre uma possível restrição ao cultivo de tilápia no Brasil circularam nos últimos dias e causaram preocupação entre produtores do setor aquícola. A alegação foi rapidamente desmentida por órgãos federais responsáveis pela área ambiental e pela regulação da aquicultura no país.
Em nota oficial, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) afirmou que não procede a informação de que o cultivo de tilápia seria proibido no Brasil. O Ministério do Meio Ambiente também esclareceu que não existe proposta de restrição e que a atualização da Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, em análise pela Conabio, tem caráter técnico, sem implicar banimento.
O superintendente da Pesca em Mato Grosso do Sul, Marcelo Heitor, confirmou que não há qualquer discussão nesse sentido e destacou que o episódio foi resultado da rápida propagação de informações imprecisas nas redes sociais. “Nunca houve ideia de proibir a produção de tilápia no Brasil. Hoje, ela é o principal pescado produzido e comercializado no país”, afirmou em entrevista ao O Estado.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a classificação da tilápia como especies exótica, é inaceitável, pois eventuais restrições podem prejudicar a cadeia produtiva da tilápia e a atração de novos investimentos ao setor no país, em especial para Mato Grosso do Sul, que tem se destacado como grande produtor do pescado para o mercado externo.
“Tenho acompanhado as movimentações do Ministério do Meio Ambiente no que tange à restrição da produção de tilápia no mercado brasileiro. Colocar uma produção dessa magnitude como espécie exótica invasora na produção brasileira é algo inaceitável, com potencial de prejudicar uma cadeia de produção com extrema importância para o Brasil”, reforçou.
4º produtor da espécie
Conforme Heitor, o setor segue fortalecido no Estado, que atualmente ocupa a posição de quarto maior produtor de tilápia do país e mantém perspectivas de expansão. Heitor explicou que a classificação da tilápia como espécie exótica invasora já integra legislações estaduais e federais e não afeta o cultivo regularizado.
O superintendente também ressaltou que a comunicação oficial dos governos federal e estadual já foi encaminhada aos produtores, reforçando a continuidade das atividades e a estabilidade regulatória. “Ibama, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Pesca já desmentiram a informação. Estamos à disposição para orientar e garantir que a informação correta chegue ao produtor”, disse.
Com os esclarecimentos oficiais, produtores podem seguir suas atividades normalmente, sem mudanças no cultivo da tilápia, cuja cadeia produtiva permanece ativa e em expansão, especialmente em Mato Grosso do Sul.
Por Gustavo Nascimento
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