Pecuaristas de Mato Grosso do Sul somam esforços para atravessar dificuldades com o valor da arroba, que está chegando à R$ 230. Eles criaram um grupo de compra e venda de insumos que vendem produtos como sêmen, nutrição animal, protocolo IATF e herbicidas, por exemplo. A estratégia tem servido como válvula de escape para diminuir os impactos no campo.
Essa iniciativa foi da ASPNP (Associação de Produtores do Novilho Precoce de Mato Grosso do Sul). Para o superintendente da Associação, Alexandre Guimarães, essa tem sido uma importante solução para que o pecuarista mantenha seu ritmo de compra por meio de negociações no ato da compra. “Esse ciclo de baixa e alta da arroba é conhecido do pecuarista, mas se o produtor se prepara e se previne adquirindo os insumos, como sêmen, nutrição animal e herbicidas, a um custo menor, a conta pode ser fechada de forma mais eficiente.
Por isso, criamos esse grupo de compras, para que nossos associados possam ter acesso a melhores negociações e descontos que impactam na receita, especialmente nesse momento de baixa”, explica Guimarães.
Com cerca de 400 associados só o grupo de compra de sêmen já existe há três anos, segundo explicou a diretora de marketing da Novilho, Isabelli Silveira. “Temos 4 grupos de compra (Sêmen, Herbicida, Nutrição e Protocolo IATF), são grupos de WhatsApp. Fazemos a ponte, os representantes das empresas também estão nos grupos e tiram dúvidas sobre o produto e realizam negócios”, detalhou.
Vantagem para o produtor
Para o pecuarista Florindo Cavalli, as compras em grupos representam uma possibilidade de garantir melhores condições de preços e incentiva outros produtores a fazer parte da iniciativa. “Quando se fala em compra em grupo se torna mais viável, pois se tem mais força para poder comprar devido à quantidade. Estando em grupos é uma compra uniforme, porque se compra um produto e ele vem agregar aquilo que a gente está comprando em mercado. Trabalhando em grupo a gente compra produtos de ótima qualidade com preços melhores, pois aumenta a quantidade de compra. Quanto mais pessoas entrarem no grupo, no sentido quantitativo, há uma possibilidade de ter preços melhores”, salienta o produtor.
Além das negociações dos preços no mercado, outra vantagem que chama a atenção é a supervisão técnica. O gerente da fazenda São João da Papaiz, em Ribas do Rio Pardo, Dirceu Silvestre da Silva, afirma que esse acompanhamento auxilia na tomada de decisão, o que é fundamental para a efetividade dos resultados. “Além do preço, esse acompanhamento técnico nos ajuda a decidir qual tipo de sêmen usar, qual protocolo= adotar, acompanhamento na inseminação, tudo isso influencia na compra e, além disso, são empresas de referência no mercado, o que torna o grupo ainda mais vantajoso”, enfatiza Silvestre.
Para se aproximar dos produtores, a associação tem ido até os Sindicatos Rurais e promovido palestras explicativas sobre o funcionamento do grupo e a importância de ter= acesso a preços mais baixos. “Em nossos encontros, são realizadas palestras, apresentação dos produtos comercializados, confraternização e o network”, completa Isabelli Silveira.
Para empresas
Um momento propício para fidelizar novos e antigos clientes, as empresas parceiras que fazem parte do grupo também ganham com essa estratégia, destacou o médico-veterinário e consultor técnico comercial da Berrante Genética/Alta Genetics, Thalles Cardoso. “É a possibilidade de unir pessoas com diferentes propósitos de produção e conseguirmos, mesmo sendo um grupo de compras grande, direcionar objetivos de acordo com o sistema de produção de cada um. Assim, traçamos estratégias que tragam rentabilidade ao produtor, ajustando as condições comerciais e pensando na produção de um gado que estará em alta, de acordo com o ciclo pecuário, ou seja, produzir o bezerro agora que terá uma grande expectativa de preço em 2025”, pontua o médico-veterinário Thalles Cardoso, que também é consultor técnico comercial da Berrante Genética/ Alta Genetics.
[Suzi Jarde– O ESTADO DE MS]
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