A campanha contra febre aftosa começou em todo país, mas o estado de Mato Grosso do Sul conquistou o status de área livre da doença e com isso a vacinação desse ano será a última. Em entrevista a uma rede televisiva local, o Superintendente Federal da Agricultura da SFA- MAPA/MS (Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Celso Martins, comentou sobre a conquista e explicou sobre os efeitos que trará para todo o estado e para o Brasil.
“É uma conquista de status sanitários, em um primeiro momento o que acontece é a abertura de possibilidades de negociação e exportação de carnes, seja de bovinos ou suínos que também tem reflexo correspondente a esse processo”, comentou Martins. Há países que compram carne de qualidade e com preços acima do mercado apenas de países que possuem status de sem vacinação. “Então é uma abertura de mercado que não temos como dimensionar, mas com uma tendência extremamente positiva que é o que já acontece com alguns estados do Brasil que já conquistaram anteriormente esse status”, disse o superintendente.
Além da campanha de vacinação que está acontecendo agora, para animais até dois anos de idade, terá uma última campanha em novembro abrangendo todos os animais. “Esse é o trabalho que a gente fala de quatro anos, porque o programa nacional para enquadrar os estados na posição de livre de febre aftosa sem vacinação iniciou há pouco mais de quatro anos, mas é um trabalho de 40 anos de combate e erradicação da febre aftosa”, comentou Martins.
Além da possibilidade de expansão para mercados internacionais mais rigorosos, os custos para aspecto público e privado terão diminuição. Grande parte dos recursos repassados pelo governo tanto federal quanto estadual, são destinados para o combate da febre aftosa, e com essa conquista de status fitossanitário, o dinheiro poderá ser repassado para outros programas sanitários importantes.
“Em relação aos produtor, é um custo direto e indireto da vacinação, porque a vacinação tem o custo direto dela do manejo do trabalho do custo da vacina e também um custo indireto que é o estresse que dá no rebanho, as dificuldades e perdas que acontecem no manejo”, disse o superintendente.
O Presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Eduardo Cruzetta, também comentou sobre a conquista à rede televisiva local. “Isso trará agora um novo momento para a pecuária do Mato Grosso do Sul e do Brasil, com a possibilidade de acessarmos mercados ainda mais exigentes, que remuneram melhor a carne bovina. E isso é fruto de muito trabalho, uma vacinação bem criteriosa, bem elaborada, bem feita, atingindo a grande maioria do rebanho. Então agora vamos olhar esse novo momento e acreditar que teremos bons produtos para colhermos”, comentou Cruzetta.
Programa Lobo Guará
Na segunda-feira passada (25), foi publicado no Diário Oficial o “Programa de Vigilância Sanitária Agropecuária de Fronteiras Lobo Guará”, que visa a segurança sanitária e animal dos 13 municípios da região de fronteira de Mato Grosso do Sul. Os objetivos são intensificar ações de defesa, controle e fiscalização sanitária nessas regiões, para garantir o status de área livre de febre aftosa e para ampliar as zonas livres da doença sem vacinação.
“Decreto do Lobo Guará, na semana passada, que canaliza esforços e modifica uma vigilância na região de fronteira, para que a gente consiga ter um controle absoluto do transito de animais na região e sobre a ocorrência ou não de febre aftosa através do processo de sorologia. Então estados como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso tiveram que fazer um esforço adicional, que é exatamente adequar sua forma de trabalho nas extensas regiões de fronteiras que temos em nosso território”, finalizou Martins.