Lideranças veem interesse comercial em restrições da União Europeia

Foto: Andre Borges/Agência Brasília
Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Lideranças de associações do agronegócio criticaram ontem (30) a posição da União Europeia e dos Estados Unidos contra o desmatamento e a favor de restrições a importações de produtos oriundos de áreas de florestas derrubadas. Há interesses econômicos por trás, afirmam.

Em novembro, a Comissão Europeia propôs proibir a importação de produtos considerados relacionados ao desmatamento e à degradação florestal, entre eles soja e carne bovina. Já os EUA, desde a posse de Joe Biden, discutem limitar a compra de produtos provenientes de áreas com desmatamento ilegal, o que poderia diminuir a importação do Brasil de couro, carne, madeira, café, celulose e soja.

Os países estrangeiros deveriam “seguir os exemplos dos agricultores brasileiros na preservação”, disse Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), em um evento na Capital de São Paulo que contou com a participação por videoconferência dos ministros do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. O líder da bancada ruralista, o deputado federal Sérgio Souza, também participou.

Fernando Cadore, presidente da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), discorda do que foi proposto pela Comissão Europeia: se aprovada, a regra abrangeria inclusive o corte de árvores considerado legal na legislação do país de origem dos produtos.

Parte dos líderes defendeu também a regularização da terra. “A gente precisa adequar algumas legislações, como o novo projeto que está tramitando, da regularização fundiária. Isso dá identidade para quem está em cima da terra”, disse Cadore, da Aprosoja. “Nós entendemos que a regularização fundiária mostra quem está ali e aí sim a punição pode vir.”

A Comissão justifica que o desmatamento ilegal foi superado pela expansão de áreas agrícolas como a principal causa da destruição de florestas. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que foram derrubados 877 km² de floresta amazônica em outubro, recorde para o mês desde o início da série, em 2016.

(Com informações Folhapress)

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