Estado articula parceria para sistema de alerta e monitoramento da gripe aviária

h5n1
Foto: Unsplash

Após casos de Influenza Aviária no país, o governo de Mato Grosso do Sul irá criar um sistema de alerta de monitoramento da gripe, em ação que envolverá órgãos de defesa agropecuária federal, estadual, indústria, avicultores e entidades do setor.

A ação foi definida ontem (26) em conferência com a equipe de Defesa Agropecuária do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro e órgãos de fiscalização e vigilância sanitária animal.

Segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, desde os primeiros casos da doença em animais silvestres na Bolívia, registrados em fevereiro de 2023, o serviço de defesa sanitária animal do Estado representado pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e o Mapa montaram uma ação conjunta com barreiras sanitárias e fiscalização em Corumbá. Mais recentemente, com a detecção de focos no Paraguai, barreiras de fiscalização foram montadas também nas cidades de Ponta Porã, Bela Vista e Porto Murtinho e tem acionado equipes para orientação da população sobre os riscos da gripe aviária.

O reforço nas medidas de biossegurança também está sendo feito em todas as granjas de postura e corte. “Tivemos uma reunião com entidades rurais, associações de avicultores, indústria para que incrementem as medidas de biossegurança, além da orientação e avaliação em cada uma das granjas. Este é um mantra fundamental de reforço da segurança. Por isso vamos reforçar estas medidas”, concluiu o titular da Semadesc.

Decreto de emergência

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, devido a detecção de infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), ou H5N1, em aves silvestres no Brasil.

A portaria, publicada ontem (22), vale por 180 dias e tem o objetivo de evitar que a doença chegue na produção de aves de subsistência e comercial, e preservar a fauna e a saúde humana. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, explicou que a declaração de emergência possibilita a mobilização de verbas pela União.

“[…] e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais. Todos esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessário para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”.

Novos casos confirmados

Na segunda-feira (22), o LFDA/SP (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo), confirmou três novos casos positivos para a H5N1 (popularmente conhecida como gripe aviária) no estado do Espírito Santo. O laboratório estava investigando os casos suspeitos desde a semana passada.

As aves silvestres da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando) foram encontradas nos municípios de Linhares, Itapemirim e Vitória.

Até o momento, são oito casos confirmados em aves silvestres, sendo sete no estado do Espírito Santo (três ainda aguardando o sequenciamento), nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim, e um caso no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra. As aves são das espécies Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando), Sula leucogaster (atobá-pardo) e Thalasseus maximus (trinta-réis real).

Uma das recomendações do Ministério a população, é que não recolham as aves que encontrarem doentes ou mortas, acionando o serviço veterinário mais próximo, para evitar que um possível doença se espalhe. O Brasil segue com o status de país livre da influenza aviária de alta patogenicidade por não haver registro na produção comercial.

Feiras com aglomeração de aves

A Portaria também prorroga, por tempo indeterminado, a vigência da suspensão de realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.

Centro de Operações de Emergência

Também na segunda-feira (22), a Secretaria de Defesa Agropecuária se articulou para instalar o Centro de Operações de Emergência (COE) para coordenação, planejamento, avaliação e controle das ações nacionais referente a influenza aviária.

O grupo será responsável pela coordenação das ações de prevenção, vigilância e cuidado com saúde pública, bem como a articulação das informações entre outros ministérios, órgãos, agências estaduais e setor privado.

Emergência zoossanitária

O estado de emergência zoossanitária pode ser declarado quando há risco de uma doença de origem animal se propagar rapidamente, e serve para antecipar a possibilidade de um surto ou epidemia. Cabe destacar que, como não existem casos positivos na produção comercial e de consumo humano, frangos e ovos disponíveis nos supermercados não foram impactados.

O vírus

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença muito contagiosa, provocada por um vírus, e que pode afetar a saúde de aves domésticas e silvestres. Não há risco de contaminação pelo consumo da carne ou de ovos.

A doença é transmitida de animal para animal, de forma semelhante à gripe que acomete seres humanos, transmitida de pessoa para pessoa. O animal infectado transmite para o outro através de secreções que a infecção causa.

Entretanto, a gripe aviária tem como característica a circulação entre aves. Algumas vezes, essa infecção pode acometer um ser humano ou outro mamífero, tornando a doença mais preocupante, uma vez que isso significa que houve uma mutação no vírus que permitiu a infecção de outra espécie.

Prevenção

As aves infectadas eliminam o vírus através da mucosa respiratória e fezes. As melhores formas de prevenir são a realização de controle adequado nos abatedouros de aves, atenção aos cuidados de higiene e a animais doentes nos mesmos locais onde há criação de aves domésticas; evitar contato desprotegido com aves doentes ou que tenham ido a óbito; uso de equipamento de proteção adequado e higienização frequente das mãos e evitar, se possível, contato com aves silvestres.

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *