O longo período sem chuvas no segundo semestre de 2021 afetou negativamente a produtividade das lavouras de soja no Estado. Mesmo com aumento na área cultivada, o boletim Casa Rural referente a março mostra que a produtividade sofreu nova queda, afetando as estimativas para a safra atual.
Entre os resultados negativos, destaca-se a condição das plantações na região sudeste de Mato Grosso do Sul. Nos municípios de Naviraí, Itaquiraí, Batayporã, Nova Andradina, Jateí, Eldorado, Anaurilândia, Iguatemi, Novo Horizonte do Sul, Bataguassu, Mundo Novo, Taquarussu e Japorã, 95% delas foram consideradas “ruins”, por apresentarem stand com plantas irregulares, morte e enrolamento das folhas em grande parte das lavouras, infestações de plantas daninhas e chuva abaixo do esperado.
Em compensação, a região nordeste – que engloba Alcinópolis, Costa Rica, Chapadão do Sul, Cassilândia,
Paranaíba, Aparecida do Taboado, Selvíria, Três Lagoas, Inocência, Água Clara, Paraíso das Águas e Figueirão – apresenta 93% da área cultivada em condição boa, o que ajuda a impulsionar os números do Estado.
Com relação à amplitude dos campos de soja por MS, a plantações continuam estimadas em 3,776 milhões de hectares na safra 2021/2022. O número representa aumento de 7% quando comparado com a área da safra 2020/2021, que foi de 3,529 milhões de hectares.
A colheita pelo Estado está bastante avançada, especialmente na região centro – Dois Irmãos do Buriti, Terenos, Sidrolândia, Campo Grande, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Brasilândia –, com média de 86,7%. Estima-se que a área colhida até o momento seja de 3,047 milhões de hectares.
Esses dados deixaram mais evidentes os impactos causados pela falta de chuvas, que tinham causada retração da produtividade e da produção em dezembro e foram agravados em janeiro. A produtividade passou de 53,69 para 50,60 sc/ha – retração de 5,76% – e a produção foi de 12,164 para 11,464 milhões de toneladas – retração de 5,75%. Na comparação com a safra 2020/2021, a retração total chega a 19,48% na produtividade, passando de 62,84 para 50,60 sc/ha, e 13,84% na produção, passando de 13,306 para 11,464 milhões de toneladas.
Última parte da cadeia, a comercialização teve reflexos também. Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, 54% da safra 2021/22 de MS havia sido comercializada até o dia 7 de março. O valor equivale a um atraso de 8 pontos percentuais quando comparado ao mesmo período de 2021 para a safra 2020/21.
O documento é elaborado por técnicos do Siga (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) e divulgado semanalmente pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul).