Câmbio, chuva e exportações colaboram para um fechamento de ano positivo para a arroba do boi

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Foto: João Carlos

Perspectiva para MS é de preços variando entre R$ 240 a R$ 250, até dezembro

Atualmente, a média de preço na arroba do boi gordo, em Mato Grosso do Sul, é de R$ 235. Especialistas na pecuária projetam o aumento na arroba para R$ 250, até dezembro deste ano, época em que o consumo da carne nas casas tende a aumentar. O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore e também pecuarista, Paulo Matos, esclareceu que uma série de variantes podem impactar no valor da arroba.

“Tenho a impressão de que a arroba deve firmar nesse patamar, já que estão previstos, no mercado futuro, baseado acima de R$ 240 a R$ 250. Mas isso pode ter outros desdobramentos. Este mês aumentou muito a exportação brasileira, esse é um fator que, se continuar aumentando, pode melhorar o valor da arroba”, explica o diretor-executivo da Nelore MS.

As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada alcançaram 91,2 mil toneladas exportadas na segunda semana de outubro, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o que anima ainda mais os produtores de gado e aquece o setor. Paulo cita, ainda, que o câmbio e a falta de chuva no Estado são outros dois aspectos que podem influenciar no aumento da arroba, apesar de os frigoríficos fazerem pressão.

“Também tem a questão do câmbio. Se tiver uma variante para cima, isso pode impactar no valor. Mas, na lógica normal, segue esse enfrentamento hoje, os frigoríficos mantêm essa pressão, regulando o mercado, buscando pressionar o produtor com os preços para baixo. Outro fator é que a chuva está atrasada, acredito que com a intensificação das chuvas melhora um pouco a condição de o produtor de manter o gado no pasto”, lembra.

As festas, reuniões e comemorações, mais frequentes no fim do ano, são outro ponto positivo para o preço
da arroba. “Tenho essa expectativa, de que até o final do ano vamos manter pelo menos os preços que estão no mercado, com uma tendência um pouco positiva. Considerando todos esses fatores, tudo isso impacta no preço-consumo, também o consumo interno tem uma tendência de aumentar, por conta das festas de fim de ano. Então, seguimos com essa expectativa”, comemora o produtor devido a um cenário favorável para o mercado.

Pressão dos frigoríficos 

Nesta semana, o jornal O Estado publicou que os frigoríficos operam com dificuldades, o que acaba pressionando o preço da carne. Desde o início de 2023, o setor de bovinos passa por uma série de dificuldades que afetam tanto o produtor rural quanto os frigoríficos que atuam no Brasil. Conforme analisou o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Staney Barbosa Melo.

“Parte deste quadro começou com os embargos feitos pela China, no começo do ano, que desestruturou todo o setor e mudou completamente as expectativas dos produtores rurais, que temeram pelo cenário que estava se desenhando e resolveram se desfazer de suas matrizes, aumentando a oferta de animais disponíveis para abate e reduzindo os preços da arroba em todo o país.”

Exportações de carne em outubro 

De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o volume total exportado em outubro do ano anterior ficou em 188,4 mil toneladas em 19 dias úteis. Com relação à média diária embarcada na segunda semana de outubro deste ano, o volume ficou em 10,1 mil toneladas e teve um avanço de 2,30%, frente ao observado no mês de outubro do ano anterior, que ficou em 9,9 mil toneladas.

Já no comparativo semanal, a média diária teve um ganho de 32,89%, frente à média observada na primeira semana de outubro, que estava em 7,6 mil toneladas. O preço médio na segunda semana de outubro/23 ficou com US$ 4.610 mil por tonelada, na qual teve uma queda de 21,10%, frente aos dados divulgados em outubro de 2022, em que os preços médios registraram o valor médio de US$ 5.846 mil por tonelada. O valor negociado para o produto, na segunda semana de outubro/23, ficou em US$ 420,856 milhões, tendo em vista que o preço comercializado durante o mês de outubro do ano anterior foi de US$ 1.101,879 milhão.

Por – Suzi Jarde

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