Até 500 milhões litros de leite devem deixar de ser vendidos em 2021

Famasul/Reprodução
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A frase “não está fácil para ninguém” nunca pode ser aplicada com tamanha clareza ao setor leiteiro como agora. Todos os elos da cadeia –produtores, indústrias, varejo e consumidores– enfrentam uma crise sem precedentes, segundo o setor, com queda na produção, nos valores recebidos e no consumo.

As indústrias do país devem deixar de vender até 500 milhões de litros de leite em 2021, o que, se confirmado, representa uma queda de cerca de 7% em relação aos 7 bilhões de litros comercializados no ano passado, segundo a ABLV (Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida).

Só que o cenário pode ser ainda pior nos próximos meses, já que atualmente a queda no consumo está entre 8% e 10%, num cenário que se agrava desde agosto e que gera incertezas para os próximos meses. A deterioração do poder de compra dos consumidores é o principal motivo visto pelo mercado para o cenário.

Os preços subiram no decorrer do ano para os elos envolvidos na cadeia, mas não deixaram ninguém contente. Agora, começaram a cair, impulsionados pelo aumento da oferta no período, maior estoque nos laticínios e queda no consumo, o que deixa produtores ainda mais preocupados.

Para os consumidores, o preço do litro do leite longa vida acumulou alta de 4,18% de janeiro a outubro, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mas outros derivados subiram muito mais.

O leite condensado teve alta de 4,78% e o leite em pó, de 6,98%. Queijos subiram 14,37%, atrás de iogurtes (14,63%) e requeijão (16,50%). Já o preço do leite captado em outubro e pago aos pecuaristas em novembro encolheu 6,2% e fez a média no país chegar a R$ 2,1857, 2,5% menos em termos reais, já descontada a inflação, que o mesmo mês do ano passado, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Com essa queda, a segunda seguida no campo, o acumulado de 2021 está negativo em 5%, também já descontada a inflação do período.

Com informações: Folhapress

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