Encerrando o ciclo de homenagens, que o caderno Artes&Lazer, do jornal O Estado, realizou desde quinta-feira passada em alusão ao Dia Mundial do Rock, que foi celebrado ontem, trouxemos um especialista quando o assunto é rock’n’roll. Paulo de Carvalho, o “Paulão”, é letrista, vocalista e compositor da Banda das Velhas Virgens, o maior grupo independente de rock do Brasil.
Irreverente, carismático e um verdadeiro gentleman, o incansável músico é roteirista de TV, já escreveu dois livros: “Na Terra das Mulheres Sem Bunda”, Panda Books, 2011, e “Loucuras do Rock”, também da Panda Books, 2012. Ele é radialista bacharel em Rádio e TV, multi-instrumentista. Marido da Andréa e pai da Maju, como ele orgulhosamente se apresenta, Paulão falou sobre a carreira, sobre os reflexos da pandemia de COVID-19 e, é claro, sobre música.
O músico contou como iniciou sua ligação com o rock. “Eu nasci em 1965. Graças a meus três irmãos mais velhos, cresci ouvindo vinis da Jovem Guarda, Beatles, Stones, Creedence, Doors, Jimi, Janis. Esta estética libertária, revolucionaria e anarquista por natureza marcou meu DNA. Sou um filhote do rock’n’roll. Vivo num eterno ciclo que se repete: o rock me dá tesão e vontade de transar. Sexo me dá vontade de beber cerveja. Cerveja me dá vontade de tocar rock’n’roll e assim novamente, numa espécie de moto-perpétuo hedonista.”
Paulão elencou uma lista de influências, que vão de rock clássico, passando pelo rockabilly e vai até o metal. “As minhas influências vêm de Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Little Richard e Eddie Cochran a Clash, Judas Priest, Iron Maden. De Led a Stray Cats, de Lou Reed a Creedence Clearwater Revival, de Pink Floyd à Jovem Guarda, de Sex Pistols a Smiths, de Roberto Carlos a Stevie Ray Vaughan. Mas sendo mais preciso, as principais influências no som que a gente faz nas Velhas Virgens eu diria que são AC/DC, Deep Purple, Made in Brazil, Joelho de Porco, Ultraje a Rigor e Camisa de Vênus.”
Velhas Virgens é uma banda que já gravou com muita gente, inclusive com Benito de Paula, de quem Paulão é um grande fã. “Benito é um ídolo de fato, com o qual tivemos a oportunidade de gravar. Ele tocou piano numa versão de ‘A Última Partida de Bilhar’, e pra retribuir gravamos uma versão blues de ‘Retalhos de Cetim’. Tenho muitos ídolos. E no quesito roqueiros posso citar Andreas Kisser, Clemente Nascimento, Digão, Eduardo Araujo, Luiz Carlini, Marcelo Nova, Nasi, Oswaldo Vecchione, Paulo Miklos, Pit Passarel, Rita Lee, Roberto Frejat, Roger Rocha Moreira, Sergio Hinds, Edgard Scandurra, entre tantos outros.”
(Texto: Marcelo Rezende/Publicado por João Fernandes)