Mato Grosso do Sul termina o mês de junho com um balanço preocupante. Em levantamento feito pelo jornal O Estado dos casos confirmados de 1º a 29 de junho, foi constatado que, em apenas um mês, MS registrou 6.108 novos casos de COVID-19. 18 cidades apresentaram pela primeira vez casos da doença, cerca de 86% do Estado, ou seja, dos 79 municípios, 68 possuem casos de coronavírus. A média deste mês foi de 210 novos casos por dia; em maio, a média diária era de 39,8 casos.
De acordo com o boletim epidemiológico apresentado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), com mais 149 exames positivos nas últimas 24 horas, o número de casos confirmados da doença no Estado chegou a 7.676.
Foram registradas três mortes, passando para 75 vítimas do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Foram 55 mortes em junho, cinco vezes mais que o registrado no mês anterior. Dourados, que é o atual epicentro da COVID, aumentou os seus casos em 712%. O município passou de 306 casos no primeiro dia do mês, para 2.487 confirmações registradas ontem (29).
Para o secretário da SES, Geraldo Resende, a falta de colaboração da população em relação ao isolamento social é um dos fatores responsáveis por agravar o cenário pandêmico em MS. “Nós tivemos 55 óbitos em junho, isso significa cinco vezes mais mortes do que o mês de maio. Nós estamos ainda na curva ascendente da doença e temos uma taxa de reprodução viral muito alta no Mato Grosso do Sul, para cada um caso positivo, nós chegamos a ter 3.8 de taxa de contaminação. Ou seja, para cada 10 contaminados, nós chegamos a ter 38 pessoas com a doença”, frisou. 1.926 exames aguardam resultado do Lacen-MS (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul). De acordo com o secretário, os resultados dos exames encaminhados ao Instituto Butantan devem chegar em breve à Capital.
Campo Grande se configura como o segundo no ranking de notificações. A Capital teve um crescimento de 550% de casos registrados, e a média registrada foi de 59 novos casos de coronavírus por dia. Com 53 novos casos registrados nas últimas 24 horas, a cidade alcançou o patamar de 2.028 confirmações até o momento. Cerca de 171 pacientes estão internados, sendo 109 em hospitais públicos e 62 em hospitais privados. Separadas por macrorregiões, Campo Grande possui 66% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva); Dourados (63%); Três Lagoas (48%), e Corumbá (65%).
Três pacientes internados são procedentes de fora do Estado. A macrorregião de Dourados é responsável pelo registro de 45 mortes. A macrorregião de Campo Grande conta com 12 mortes; seguida pelas macrorregiões de Três Lagoas e Corumbá, que já registraram nove mortes cada. Dos 7.676 casos confirmados, 3.206 estão em isolamento domiciliar, 4.227 estão sem sintomas e são considerados recuperados.
Cerca de 1.731 casos foram notificados e não foram encerrados pelos municípios. Resende frisou que este é um trabalho das secretarias municipais e justificou o número considerável de casos em aberto em razão da falta de expediente nos municípios durante o fim de semana. “Nós não temos encerramentos dos casos por diversos motivos, e os municípios alegam que não possuem recursos para pagar os plantões de suas equipes. Fazemos o apelo para que os municípios alimentem as suas plataformas com os dados consolidados”, reiterou.
Para conferir a reportagem completa e outras notícias sobre coronavírus, acesse o portal digital do jornal O Estado MS.
(Texto: Mariana Moreira/Publicado por João Fernandes)