Manuela D’Ávila (PCdoB), ex-candidata à vice-presidência, depôs e entregou seu celular à Polícia Federal sobre sua suposta relação com os hackers suspeitos de terem invadido celulares de autoridades.
“Ontem, entreguei, voluntariamente, meu celular para a PF. Eu já havia entregue os prints de todas as conversas. Ontem, entreguei as informações do telefone para que fique comprovado a veracidade das informações que prestei voluntariamente em meu depoimento. Por que ninguém mais entregou o telefone?”, escreveu em sua conta no Twitter.
Há duas semanas, a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou a convocação de Manuela para prestar esclarecimentos. O requerimento partiu do deputado federal Capitão Augusto (PR), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
No final de julho, em depoimento à Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, apontado como líder do grupo que teria invadido celulares de centenas de pessoas, afirmou que Manuela fora a ponte entre os hackers e o jornalista Glenn Greenwald.
D’Ávila confirmou no mesmo dia que, de fato, fez a intermediação. Contudo, conforme nota publicada em suas redes sociais, a ex-candidata disse que não tinha conhecimento da identidade da pessoa que a procurou. Ela ainda se colocou “à inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração”.
Greenwald e o veículo no qual trabalha, o The Intercept Brasil, vêm publicando uma série de reportagens sobre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato. Entre outras revelações, as matérias mostraram que Moro atuava, na prática, como líder da Força-Tarefa e orientava as investigações do Ministério Público Federal (MPF).
Em seu depoimento, Delgatti afirmou que não editou as mensagens enviadas ao jornalista norte-americano e não cobrou pelas informações. Ele disse ainda que procurou Greenwald por conta de sua atuação no caso de Edward Snowden, o qual envolveu vazamentos de dados sigilosos do governo dos Estados Unidos. (Uol)