Unindo criatividade e responsabilidade social, a artesã Isabel Doering Muxfeldt resolveu colocar suas mãos para trabalhar em prol da sustentabilidade e também da valorização regional, retratando em peças produzidas a partir de embalagens, figuras de Ipês e capivaras.
“A Eco Linhas, é uma startup (residente no Living Lab-Sebrae/MS) de Negócios Sociais residente no Living Lab – Sebrae/MS. , é uma marca de impacto socioambiental positivo. Eu sempre amei o artesanato, e acho que deve vir com um diferencial. O plástico está se tornando um grande mal para o meio ambiente e as pessoas. Nada melhor que fazer do problema uma solução rentável”, explica Isabel que vende e expõe seus produtos em feiras, através das redes sociais e esteve presente também no Festival Gastronômico Comitiva dos Chefs, entre os dias 16 e 18 desse mês.
Fazendo em prol da mulher, Isabel cria um círculo de “sororidade” (do prefixo “sóror”, que em latim significa “irmãs”), de auxílio e empatia, já que os produtos são confeccionados por mulheres que estão desempregadas e, que por meio da produção encomendada por Isabel, conseguem uma fonte de renda para complementar o orçamento familiar. “Na minha vida profissional, trabalhei por diversas vezes com grupos, e muitos destes com mulheres, nos quais me identifiquei muito. Em muitos casos, a mulher tem filhos, não consegue trabalhar fora de casa, quer ter seu próprio dinheiro, e esbarra em algumas dificuldades. No caso específico deste Núcleo produtivo do Jardim noroeste, a venda dos produtos é uma complementação de renda”, ressalta.
“E o trabalho em equipe nos ensina muito, porque precisa- -se tomar decisões, ter postura profissional, como entregar uma encomenda no prazo acordado, qualidade do produto…. Independente do trabalho ser feito em casa (confecção dos produtos). Precisa haver cooperação entre todas. Há um crescimento para todas as participantes” complementa ainda Isabel.
Vindo há dois anos com a Eco Linhas, a artesã produz bolsas, sacolinhas de lixo para carros, aventais, jogos americanos, tudo a partir de embalagens de cebola, batata, ração animal e laranja, customizando tudo com estampas da flora e fauna típicas de Mato Grosso do Sul. “Lembro da minha avó materna fazendo crochê, do saquinho de leite, que ela recortava fininho, e fazia crochê. Minha mãe reaproveitava roupas do pai e fazia novos modelos para as filhas, enfim ela reutilizava tudo que dava. Isso fica na memória, e logicamente adoro transformar”, revela sobre as inspirações que a fizeram se posicionar a favor da transformação e reutilização de materiais.
Entre os elementos retratados em suas peças, Isabel traz os ipês amarelos, pinturas rupestres de Alcinópolis, além das capivaras e também tamanduás. “Recebemos muitos feedbacks positivos, clientes que já compraram mais de uma vez, e isto nos deixa muito felizes com a certeza que estamos no caminho certo”, pontua ainda.
“As pessoas adoram, e compram porque são produtos úteis, bonitos e com materiais reaproveitados, que são no caso as embalagens de cebola, batata, limão, laranja, embalagem de nutrição animal, big bags, sobras tecidos jeans … enfim o que der, vira produto”, finaliza a artesã Isabel Doering Muxfeldt.
Serviço: Atualmente, Isabel expõe em feiras e eventos, mas também vende seus produtos por encomendas, que podem ser feitas pelo Instagram da empresa Eco Linhas (@ecolinhas), ou através do telefone (67) 99902-1803. (Leo Ribeiro)
