Atualização do Censo 2022 quadruplica número de áreas identificadas e revela diversidade territorial, social e cultural do país
O Brasil tem 87.362 áreas classificadas por localidades, segundo novo levantamento do IBGE divulgado nesta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. O número representa um salto expressivo em relação ao Censo de 2010, quando haviam sido identificadas 21.886 áreas com aglomerados permanentes de habitantes em todo o território nacional.
As localidades mapeadas englobam cidades, vilas, núcleos urbanos, povoados, lugarejos, núcleos rurais, localidades indígenas, quilombolas e agrovilas de assentamentos. De acordo com o IBGE, a expansão de mais de 65 mil novas áreas não significa que o país tenha criado tantos núcleos habitacionais desde 2010, mas reflete avanços tecnológicos e metodológicos adotados no Censo 2022.
O instituto atribui o crescimento à melhoria das ferramentas de georreferenciamento e ao uso de imagens de satélite de alta resolução, que permitiram identificar com maior precisão como a população ocupa e nomeia os espaços. O mapeamento também vai além dos limites político-administrativos, considerando aspectos de uso cotidiano e significação social.
Para o gerente de Malha e Ordenamento Territorial do IBGE, Felipe Leitão, reconhecer essas localidades ajuda a compreender como os brasileiros vivem e se distribuem pelo território. “As localidades não existem somente como categorias geográficas e estatísticas oficiais, mas principalmente como espaços de vida cotidiana e de significação social”, afirmou.
As diferenças regionais aparecem com força no levantamento. Sul e Sudeste concentram a maioria das localidades em situação urbana, como cidades e vilas. Já Norte e Nordeste reúnem os maiores números absolutos de povoados e lugarejos, além de registrarem as maiores quantidades de localidades indígenas e quilombolas. O Censo 2022 apontou mais de 8,4 mil localidades quilombolas e cerca de 8,5 mil indígenas no país.
Segundo o IBGE, o detalhamento dessas informações é fundamental para atividades como planejamento de logística, expansão de infraestrutura, organização dos serviços de saúde e educação, conservação ambiental e desenvolvimento de políticas públicas. O material também deve auxiliar estudos acadêmicos e ações voltadas ao desenvolvimento territorial.
*Com informações da Agência Brasil
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