Adolescentes fogem e denunciam trabalho análoga à escravidão em Nova Andradina

Seis trabalhadores paraguaios, entre eles dois adolescentes, foram encontrados em situação análoga à escravidão em uma lavoura de mandioca no Assentamento Casa Verde, em Nova Andradina, a cerca de 297 km de Campo Grande. O caso veio à tona após os dois jovens conseguirem escapar e denunciar o que acontecia no local.

A ação, conduzida pela Polícia Militar, ocorreu ontem (11). Quando os policiais chegaram à propriedade, os demais trabalhadores ainda estavam em plena atividade, cortando e limpando a plantação com facões e outras ferramentas, sem qualquer tipo de equipamento de proteção. Nenhum deles possuía registro em carteira ou vínculo formal de emprego.

Segundo a PM, o terreno era arrendado e administrado por um homem conhecido como “gato”. O termo é usado para designar quem recruta e controla trabalhadores de forma ilegal. Além de exercer vigilância sobre o grupo, ele era responsável por limitar a locomoção dos paraguaios, que só tinham acesso a transporte no início e no fim da jornada. Os salários também eram inferiores aos pagos a brasileiros que realizam o mesmo tipo de serviço.

O alojamento onde as vítimas viviam, localizado no distrito de Nova Casa Verde, apresentava condições precárias. Os cômodos eram improvisados, sem ventilação, banheiro ou saneamento. A água não era potável e, conforme os policiais, os trabalhadores precisavam cavar buracos no mato para fazer as necessidades. Os colchões estavam jogados no chão, em meio à sujeira.

A ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal, e o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) também foi acionado para acompanhar o caso.

 

 

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