Estado registra duas novas mortes em Rochedo e chega a média de uma mulher assassinada a cada oito dias
Mato Grosso do Sul chegou nesta segunda (10) a 36 casos de feminicídio em 2025, superando o total de 35 mortes registradas em todo o ano de 2024, segundo dados levantados junto à Polícia Civil. As novas vítimas são Irailde Vieira Flores de Oliveira e Rosimeire Vieira de Oliveira, mãe e filha assassinadas em Rochedo. A confirmação foi feita pelo delegado Jarley Inácio de Souza, titular da Delegacia do município.
Com 52 dias restantes para o fim do ano, o Estado já registra uma média de uma mulher morta a cada oito dias.
Os crimes ocorreram em 27 municípios, de todas as regiões. O levantamento mostra que fevereiro e outubro foram os meses mais violentos, com cinco casos cada. Em fevereiro, um dos crimes de maior repercussão foi o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, morta em Campo Grande no dia 12, após ter procurado a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pedindo proteção dias antes do crime.
Em outubro, também houve cinco mortes — duas em Campo Grande e outras três em Paranaíba, Bandeirantes e Três Lagoas. O mês de maio aparece logo em seguida, com quatro casos, incluindo o duplo assassinato de Vanessa Eugênio Medeiros e sua filha Sophie Eugênio Borges, também na Capital.
O padrão de concentração de crimes se repetiu em agosto, quando duas mulheres foram mortas no mesmo dia 8: uma em Cassilândia e outra em Bela Vista, a paraguaia Dahiana Ferreira Bobadilla, encontrada sem vida do lado brasileiro da fronteira.
De acordo com dados da própria polícia, apenas janeiro não teve registros de feminicídio neste ano. Já em novembro, o número de mortes dobrou em uma semana, com os casos de Aline Silva, em Jardim, e Maria Aparecida do Nascimento, em Aparecida do Taboado, no dia 4; e agora com o duplo assassinato em Rochedo, no dia 10.
Especialistas e autoridades de segurança alertam que o fim do ano tende a registrar aumento nas ocorrências de violência doméstica, impulsionado por conflitos familiares e maior convivência em períodos de festas e confraternizações.
A Polícia Civil afirma manter investigações abertas em todos os casos e reforça que denúncias de ameaças, agressões ou suspeita de risco podem ser feitas nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), pelo número 190.
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