PF prende “Careca do INSS” e empresário suspeitos de fraudes bilionárias contra aposentados

Foto: reprodução
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A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (12), uma nova fase da investigação sobre fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Entre os presos estão Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, apontados como peças-chave do esquema.

Antunes foi detido em Brasília e encaminhado à Superintendência da PF no Distrito Federal. Já Camisotti, investigado como sócio oculto de uma das entidades beneficiárias das fraudes, foi preso em São Paulo. Além das prisões, a operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão em endereços nos dois estados.

De acordo com a PF, os alvos são investigados por crimes de impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além de possível obstrução de Justiça.

Relação com a CPMI do INSS

As prisões ocorreram um dia após a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovar a quebra de sigilo de investigados no esquema. Antunes foi um dos nomes mais citados nos requerimentos apresentados pelos parlamentares.

Segundo o senador Izalci Lucas (PL-DF), relatórios de inteligência financeira já apontavam movimentações suspeitas envolvendo o lobista.

“Em apenas cinco meses, foram registrados R$ 24,5 milhões em movimentações, além de repasses de associações suspeitas que superam R$ 53,88 milhões. Esses valores, por si sós, indicam que o alvo é o principal arquiteto da engenharia da fraude”, destacou o parlamentar.

Esquema bilionário

As investigações revelaram que a fraude funcionava desde 2019, causando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões ao INSS até 2024. O golpe atingiu quase 1 milhão de aposentados e pensionistas em todo o país.

Segundo a PF, a atuação das organizações criminosas seguia três etapas:

Criação de associações de fachada;

Pagamento de propina a servidores do INSS para acessar dados de beneficiários;

Uso de assinaturas falsas para cadastrar aposentados e autorizar descontos indevidos na folha de pagamento.

Diversas entidades teriam sido coniventes com as fraudes, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).

Já as associações Ambec (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos), Unsbras (União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil) e Cebap (Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas) foram ligadas diretamente ao empresário Maurício Camisotti. Estima-se que, juntas, essas entidades tenham movimentado cerca de R$ 1 bilhão.

A investigação segue em andamento e está sob segredo de justiça.

 

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