Estado registra primeira retração em sete anos, afetado por preços baixos e impactos do El Niño
O valor da produção agrícola de Mato Grosso do Sul recuou 30,7% em 2024, totalizando R$ 35,7 bilhões, segundo a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada nesta quarta-feira (11) pelo IBGE. Essa é a primeira queda em sete anos, resultado da combinação entre a desvalorização de grãos, principalmente soja e milho, e as adversidades climáticas provocadas pelo fenômeno El Niño.
A produção de soja, carro-chefe da agricultura sul-mato-grossense, chegou a 11,3 milhões de toneladas, queda de 20,4% em relação a 2023. Com isso, o estado caiu para a 5ª posição no ranking nacional e perdeu a liderança interna: Ponta Porã ultrapassou Maracaju como maior produtor de soja. Já o milho sofreu retração ainda mais acentuada, com redução de 41,4% na safra, totalizando 7,8 milhões de toneladas.
Apesar da retração geral, alguns cultivos avançaram. A cana-de-açúcar registrou alta de 1,4% na produção e consolidou Nova Alvorada do Sul como o segundo maior produtor do país. O algodão também apresentou expansão, elevando Mato Grosso do Sul à 3ª posição nacional. No entanto, culturas como feijão (–29,3%) e mandioca (+9,6%) mostraram resultados contrastantes.
De acordo com o IBGE, o cenário de preços em queda e a estiagem prolongada reduziram significativamente a rentabilidade das lavouras. “O fenômeno El Niño prejudicou as culturas de verão em 2024, com estiagem severa em regiões do Centro-Norte, Sudeste e parte do Paraná”, explicou o supervisor da pesquisa, Winicius Wagner.
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