Numa mistura de samurais com demônios, ‘Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba’, escrita e ilustrada por Koyoharu Gotōge, conquistou fãs ao redor do mundo, sendo um dos 10 mangás mais vendidos do mundo, ao lado de nomes como ‘One Piece’, ‘Dragon Ball’ e ‘Naruto’. A publicação foi encerrada em 2020, mas a história saiu das páginas para as telas em 2019, e nesta quinta-feira (11), chega as salas de cinema com o arco de invasão ao Castelo Infinito.
A história segue o protagonista Tanjiro Kamado, um jovem que se juntou a uma organização dedicada a caçar demônios, após ter sua família assassinada e sua irmã mais nova, Nezuko, transformada em um deles. Enquanto se fortalece e aprofunda seus laços com outros membros do grupo, Tanjiro enfrentou diversos inimigos ao lado de seus companheiros Zenitsu Agatsuma e Inosuke Hashibira. Ao longo da jornada, ele também lutou ao lado dos espadachins mais poderosos da organização, os Hashira — incluindo o Hashira das Chamas, Kyojuro Rengoku, a bordo do Trem Infinito; o Hashira do Som, Tengen Uzui, no Distrito do Entretenimento; além do Hashira da Névoa, Muichiro Tokito, e da Hashira do Amor, Mitsuri Kanroji, na Vila dos Ferreiros.
Enquanto os membros dos caçadores e os Hashira participavam de um rigoroso programa de fortalecimento coletivo, conhecido como Treinamento dos Hashira, em preparação para a batalha final contra os demônios, Muzan Kibutsuji aparece na Mansão Ubuyashiki. Com a vida do líder da organização em risco, Tanjiro e os Hashira correm até o quartel-general, mas acabam sendo lançados, pelas mãos de Muzan, em uma queda profunda rumo a um espaço misterioso para um confronto final, o Castelo Infinito.
Classificação polêmica
O público de animes e mangás é diverso, mas uma parcela considerável tem menos de 18 anos. Inicialmente, Demon Slayer possuia uma classificação indicativa de 14 anos, mas para o terror dos adolescentes, o Ministério da Justiça e Segurança Pública brasileiro alterou a classificação para 18 anos.
Segundo a avaliação do Ministério, o filme tem altos níveis de ‘armas com violência’, ‘atos violentos’, ‘lesão corporal’, ‘presença de sangue’, ‘morte intencional’ e ‘multilação’, além de uma “apologia à violência atenuada por contraponto”, enquanto o “eixo temático de violência é agravado por frequência, relevânica, por conteúdo inadequado com criança ou adolescente e, em grande partem por composição de cena”.
O público entre 16 e 17 anos que quiser assistir poderá assistir ao filme acompanhados de um responsável ou com o Formulário de Autorização assinado pelos pais ou responsáveis. É preciso levar documentos que comprovem a relação entre o menor e o responsável conforme regras de cada rede de cinema. Sony e Crunchyroll são os que adquiriram os direitos de distribuição internacional da trilogia
Sucesso
A obra, dirigida por Haruo Sotozaki, já quebrou recordes no Japão, em apenas quatro dias de exibição. No último fim de semana, o filme gerou mais de U$ 37 milhões de dólares; na segunda-feira, feriado no país, o lançamento acumulou mais de U$ 49 milhões de dólares, tornando-se a segunda maior bilheteria de 2025 no país e entrou para a lista das 10 maiores bilheterias do Japão.
Castelo Infinito até mesmo superou a estreia nas bilheterias de seu anterior grande sucesso da franquia Mugen Train, que em outubro de 2020 havia arrecadado 4,632 bilhões de ienes em três dias. Mugen Train chegou a se tornar o filme local de maior bilheteria da história no Japão, com mais de 40,4 bilhões de ienes e uma arrecadação global que superou os 500 milhões de dólares.
Críticas
Para Pedro Henrique Ribeiro, do Omelete, ‘Demon Slayer: Castelo Infinito’ representa o “início do fim” de uma geração do universo dos animes, que estabeleceu um novo padrão de consumo e valor para as animações japonesas.
“Castelo Infinito difere em tom das primeiras temporadas do anime, especialmente no amadurecimento dos personagens — e da própria história em si, e adere a uma atmosfera de guerra sombria e sangrenta, talvez identificando que Demon Slayer e Tanjiro cresceram junto com sua audiência. Com os inimigos mais poderosos da obra no centro da batalha, o longa flerta com o horror corporal e até o gore para mostrar o impacto da existência deles nesse universo”, destacou.
“Castelo Infinito confirma a marca como uma líder em sua área; o modelo para outras obras de anime e o ponto de virada na segunda década do século para este mercado. Demon Slayer redefiniu o status quo otaku e Castelo Infinito prova que essa lógica está dando certo”, complementou.
Wagner Junior, do Alternativa Nerd, ressalta essa mudança para as telas de cinema, tanto dos personagens como da narrativa.
“O filme mergulha direto na ação, sem preâmbulos. Tanjiro, Nezuko, os Hashiras e demais membros do Corpo de Caçadores são sugados para dentro do Castelo Infinito, onde enfrentarão as Luas Superiores em combates que definirão o destino da humanidade. O ritmo é frenético, com lutas intensas e momentos de pura tensão emocional. A narrativa, embora baseada em um mangá já conhecido, ganha nova vida com o cuidado da direção de Haruo Sotozaki e a produção do estúdio Ufotable, que mais uma vez entrega uma obra tecnicamente impecável”.
Por Carolina Rampi
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