Apesar da diminuição, confeitarias reforçam que a sobremesa “veio para ficar”
O “Morango do Amor” se tornou a sobremesa mais famosa nos últimos dias. O fenômeno que começou na internet em pouco tempo foi sucesso nas confeitarias e impulso para empreendedores em Campo Grande. Alguns estabelecimentos chegaram a vender mais de mil unidades do doce somente em um dia. No entanto, hoje, aquele entusiasmo todo parece esfriar, refletindo na diminuição de 60% de procura.
Um dos motivos apontados é justamente o período de safra dos morangos no Brasil, que geralmente ocorre entre os meses de abril a outubro, com a safra concentrada nos meses de julho a outubro. Com a repercussão da sobremesa em julho, a demanda na Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), aumentou, o que fez com que a fruta ficasse cara também.
Com duas unidades em Campo Grande, a doceria Cake 67 chegou a produzir cerca de 800 unidades por loja. A gerente Michelly Fleitas, explicou que atualmente a demanda de procura diminuiu em torno de 60%, onde costuma vender aproximadamente, entre 25 a 50 unidades por dia. “Então o doce virou uma febre por causa das redes sociais, então foram quase 3 semanas de loucura. Mas agora a febre da internet passou”, aponta a profissional como motivo da queda nas vendas da sobremesa.
Ainda segundo Michelly, a sobremesa já está no cardápio da loja desde 2019, mas só após esse “boom” ocorrido na internet é que mais pessoas conheceram o doce. O fato é que, o “Morango do Amor” fez história no mundo da confeitaria e no virtual. Questionamos, Michelly se ela acredita que o doce vai fazer sucesso também nas festas de fim de ano. A gerente pondera: “muita gente que não conhecia agora conhece, pode ser que sim ou não. Pois não é um doce que rende, é a unidade”.
Impactos em outros setores
O comerciante, Adalto Ávila de Almeida trabalha há mais de 15 anos com as vendas do morango nas ruas da Capital. Em entrevista ao jornal, ele contou que também sentiu os reflexos com a onda do “morango do amor”. Pois passou a chegar mais cedo na Ceasa para não ficar sem a mercadoria.
“Para garantir morangos de qualidade, comecei a chegar mais cedo na Ceasa, pois estava com muita demanda e corria o risco de não conseguir grande quantidade de caixas de morango. Alguns clientes meus compram também para fazer esse ‘morango do amor’, mas a maioria é para consumir em casa mesmo”, explica o vendedor.
No cruzamento das ruas Afonso Pena, com a Rio Grande do Sul, o comerciante vende a bandeja da fruta entre R$ 15 à R$ 25. As vendas são a única fonte de renda do comerciante que trabalha ao lado do filho, Sérgio.
‘Doce que veio pra ficar’
Em outra parte da cidade, na rua Bom Pastor, a confeitaria Doces Momentos, também observou a redução nas vendas do morango do amor. A gerente Andreia Simoni, relata que hoje vende em torno de 50 à 60 unidades por dia, mas que em meados de julho à procura foi alta.
“Os morangos ainda continuam vendendo muito bem. Porém, eu acho que acabou aquele frenesi, o frenesi do momento, dessa procura desesperada pelo produto “, avalia a empresária. Andreia explica também que observa a procura pela sobremesa nos finais de semana, e um movimento de queda nos dias úteis. Mas reforça que o doce veio pra ficar.
“O Morango do Amor foi bem aceito pelos clientes, inclusive aqui na loja temos o bombom de morango, então são sobremesas feitas com o morango que são o nosso carro-chefe na Bom Momentos. E as pessoas que provaram gostaram, e assim continuaremos as vendas”, garante a profissional.
Por Suzi Jarde
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