O governo brasileiro enviará nesta segunda-feira (18) a resposta oficial aos Estados Unidos sobre a investigação comercial iniciada em julho envolvendo o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil. O documento será protocolado pela Embaixada brasileira em Washington.
A investigação, aberta em 15 de julho, acusa o Brasil de adotar práticas consideradas “desleais”, que, segundo os EUA, estariam prejudicando a economia americana. Os Estados Unidos são atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
O chanceler Mauro Vieira afirmou que o governo brasileiro trabalha para soluções negociadas desde março, antes mesmo do anúncio das novas tarifas norte-americanas. Segundo ele, houve uma série de contatos diplomáticos de alto nível:
– O vice-presidente Geraldo Alckmin participou de duas reuniões com o secretário de Comércio dos EUA;
– O ministro da Fazenda Fernando Haddad se encontrou com o secretário do Tesouro americano;
– Mauro Vieira conversou com o secretário de Estado dos EUA e manteve dois encontros com o representante de Comércio Exterior da Casa Branca (USTR).
Essas negociações resultaram na exclusão de cerca de 700 itens da ordem executiva sobre tarifas, preservando setores como indústria aeronáutica, suco de laranja e celulose.
Entre os pontos questionados pelos Estados Unidos está o Pix, além de outras práticas brasileiras consideradas pelo governo americano como desleais. Vieira classificou as acusações como infundadas, afirmando que se trata de sistemas e práticas absolutamente legítimas.
O Brasil também levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O tema foi incluído na agenda do Conselho Geral da entidade, com o título “Respeito ao sistema multilateral de comércio baseado em regras”, e abriu-se um procedimento de consultas sobre as tarifas impostas pelos EUA.
Segundo o Itamaraty, as tarifas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos “ameaçam lançar a economia mundial em uma espiral de inflação e estagnação”, reforçando a necessidade de negociação e respeito às regras do comércio internacional.
Com informações do SBT News
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