TJ mantém prisão de Claudinho Serra, após recurso que buscava esclarecer omissões

Vereador Claudinho Serra está fastado da Câmara Municipal desde setembro - Foto: Izaias Medeiros
Vereador Claudinho Serra está fastado da Câmara Municipal desde setembro - Foto: Izaias Medeiros

O desembargador José Ale Ahmad Netto negou, nesta semana, mais um pedido da defesa do ex-vereador Claudinho Serra para tirá-lo da prisão. Apontado pelo Ministério Público como líder de um esquema de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, Serra está preso há pouco mais de dois meses, desde a deflagração da 4ª fase da Operação Tromper.

A negativa ocorreu após o advogado Tiago Bunning apresentar Embargos de Declaração para tentar reverter a decisão que já havia recusado o Habeas Corpus. O magistrado, no entanto, afirmou que o recurso se limitava a rediscutir argumentos já analisados anteriormente.

“O julgador não está obrigado a rebater cada um dos argumentos desenvolvidos pelas partes ao proferir decisão nos autos, bastando que, pela motivação apresentada, seja possível aferir as razões pelas quais acolheu ou rejeitou as pretensões resistidas, exatamente como se deu na hipótese”, destacou o desembargador.

De acordo com o advogado de defesa, Tiago Bunning, não há nada a ser comentado, além de que o processo segue seu andamento normal e natural. “O Embargo era só para esclarecer algumas omissões que a gente entendia que existiam na decisão, segundo o Desembargador, não tem omissão e manteve a decisão do HC”, explicou.

Serra, seu assessor Carmo Name Júnior e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia, dono da GC Obras, foram presos em 5 de junho, durante a fase mais recente da Tromper. Todos, junto com outras 11 pessoas, se tornaram réus por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O empresário Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”, apontado como operador de empresas de fachada usadas para fraudar licitações, também segue preso. Ele está detido desde outubro de 2023 e já foi condenado a três anos e meio de prisão por obstrução da Justiça, após esconder um celular em um bunker para evitar apreensão pelo Gaeco.

A 4ª fase da Operação Tromper teve como alvo mais de 20 pessoas ligadas à administração pública de Sidrolândia, incluindo familiares de Serra. O pai do político, Cláudio Jordão de Almeida Serra, e sua esposa, Mariana Camilo de Almeida Serra, filha da ex-prefeita Vanda Camilo, foram indiciados.

Pouco mais de dois anos após o início das investigações, sete réus já foram condenados a penas que somam mais de 111 anos de prisão. Entre eles, “Frescura” recebeu a maior pena: 37 anos, 10 meses e 8 dias. Outros empresários e servidores tiveram condenações que variam de 4 a 28 anos.

Segundo o MPMS, o esquema consistia em fraudar e direcionar licitações para empresas aliadas, desviando recursos públicos em benefício dos integrantes do grupo. As investigações continuam, e novas denúncias podem ser apresentadas nos próximos meses.

 

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