Na véspera do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, Mato Grosso do Sul registra um dado alarmante: 20 mulheres foram assassinadas no Estado em 2025, vítimas de feminicídio. A morte mais recente ocorreu nesta quinta-feira (31), em Ribas do Rio Pardo.
A professora Cinira de Brito, de 44 anos, morta dentro de casa pelo companheiro Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos. O crime aconteceu no bairro Centro Velho, em Ribas do Rio Pardo, município a cerca de 98 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações da Polícia Militar, Cinira foi atacada com ao menos cinco facadas, duas na perna e três no abdômen.

Cinira de Brito – Foto: reprodução
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o assassinato teria sido motivado por ciúmes. Após cometer o crime, Anderson tentou tirar a própria vida. Ele foi socorrido e transferido em vaga zero para Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o trajeto, por volta das 21h. O corpo da professora foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), e o caso segue em investigação.
Horas depois, no distrito de Culturama, em Fátima do Sul, o corpo de Angelita Rodrigues de Morais, de aproximadamente 50 anos, foi encontrado boiando no Lago dos Sonhos por moradores da região. O Corpo de Bombeiros realizou a retirada e encaminhou o corpo para exame necroscópico.
Informações preliminares indicavam também ser um crime de feminicídio, mas segundo informações divulgadas posteriormente pela imprensa local, Angelita sofria de transtornos psiquiátricos. Por esse motivo não há confirmação se a morte foi criminosa ou acidental, e a Polícia Civil também investiga o caso.

Feminicídio em Fátima do Sul – Foto: reprodução/MS News
Cinira é as 20ª vítima de feminicídio confirmada neste ano em Mato Grosso do Sul, número que escancara a gravidade da violência de gênero no estado. Casos como esses ocorrem mesmo diante de campanhas de conscientização e leis de proteção às mulheres.
Abaixo, a lista das vítimas de feminicídio registradas em 2025 no Estado:
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 de abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
Rose (Costa Rica) – 27 de junho
Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
Juliete Vieira (Naviraí) – 25 de julho
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
Com o início do Agosto Lilás, campanha nacional de conscientização e combate à violência contra a mulher, entidades e órgãos públicos reforçam a importância de denunciar e combater todos os tipos de violência contra a mulher. O nome e a cor lilás fazem referência à luta pelos direitos das mulheres e à promoção da igualdade de gênero. Denúncias podem ser feitas pelo número 180, a ligação é gratuita e o telefone funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana.
*Matéria atualizada às 10h40 para:
– Atualização e correção de informações sobre a morte de Angelita Rodrigues de Morais, em Culturama, distrito de Fátima do Sul;
– Número de femínicídios confirmados em MS, em 2025, totalizando 20 casos.